O Primeiro da Classe

Atenção: O texto a seguir contém importantes revelações sobre o enredo do filme “O Primeiro da Classe” (Front of the class, 2008).

Segundo o site Wikipédia “A síndrome de Tourette é uma desordem neurológica caracterizada por tiques, reações rápidas, espasmos ou vocalizações que ocorre repetidamente da mesma maneira com considerável frequência.” O protagonista do filme “O Primeiro da Classe” (Front of the class, 2008) é portador desta síndrome e o longa nos mostra os obstáculos que enfrentou desde a infância por ser diferente e principalmente como superou o preconceito e incredibilidade das pessoas de que ele poderia realizar seus sonhos e ser feliz mesmo na condição em que se encontrava.

Enquanto criança, a síndrome de Tourette apareceu na vida de Brad Cohen, aos seis anos de idade ele começou a ter espasmos com produção de sons involuntários, na maioria das vezes “bo-bo”, o que fez com que o apelidassem Dr. Bobo. Por ser uma síndrome desconhecida, o garoto teve de enfrentar muito preconceito, primeiramente dentro de casa, quando seu próprio pai creditava os tiques à falta de força de vontade do filho em se controlar e até mesmo na escola os professores o acusavam de ser indisciplinado e de tentar ser “engraçadinho da sala” e embora Brad tentasse explicar que não tinha controle sobre aquilo era ignorado e muitas vezes castigado pelos educadores e motivo de piada para os colegas de classe. Todos os transtornos até ali, eram causados pelo não conhecimento das pessoas em relação ao problema de Brad, elas não tinham nome para aquilo e as pessoas tendem a discriminar o desconhecido. O garoto por sua vez dizia odiar a escola e algumas pessoas chegavam a aconselhá-lo a parar de estudar. Cansada daquela situação e de não conseguir encontrar uma resposta para o problema do filho, nem mesmo junto a medicina e a psicologia, Ellen Cohen (a mãe) decide pesquisar por conta própria e descobre o nome da síndrome que o acomete, a partir dali as coisas ficam mais fáceis para Brad, porque ele passa a ter conhecimento do porque faz aquilo e pode dar as pessoas uma explicação para seus barulhos involuntários.

É difícil ser julgado por algo que você não pode mudar. Essa é uma das lições que mais me marcou neste filme. A doença de Brad não tem cura, mas ela era aliviada quando ele se sentia aceito e seguro em seu ambiente de convívio. Se as pessoas procurassem entender um pouco mais o lado das outras em nossa sociedade, a inclusão social venceria a discriminação. Não haveria pessoas na margem. Foi graças a aceitação e os laços afetivos criados que Brad pode continuar a estudar (na escola regular) e conseguiu se formar. Inspirado por um diretor que o ajudou ainda jovem a desmistificar a sua síndrome diante da comunidade escolar, ele decidiu bem cedo que queria ser professor, seu desejo, além de educar, era ensinar para as crianças que não há problema nenhum em ser diferente. Ele aprendeu a aceitar sua diferença e lutou para que ela não o impedisse de correr atrás do que ele queria. Quando adulto foi recusado em mais de 25 escolas que não acreditaram que um portador daquele tipo de deficiência seria capaz de lecionar uma turma de escola primária, mas ele finalmente teve sua chance e realizou seu sonho, mostrou ao mundo que era capaz de vencer a barreira do medo do desconhecido e acabou por superar as expectativas de todos.

Thiago W Flores
Enviado por Thiago W Flores em 12/11/2013
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