PROFISSÃO PROFESSOR: JOGADO ENTRE AS ENTRE AS FERAS

Tempos de Murici! A política neoliberal transforma a escola no Coliseu romano...

Todas as medidas adotadas pelo governo do Estado de São Paulo nos 17 anos de PSDB foram para criminalizar os professores, todas as manifestações foram duramente reprimidas, professores foram presos, feridos e agredidos brutalmente pelos policiais nas greves, e ignorados em todas as tentativas de dialogo com o governo.

Durante anos afio as escolas estaduais vem sofrendo um abandono e a culpa da degradação do ensino, conseqüência desse abandono, vem sendo sistematicamente jogada sobre as costas dos professores. A coisa ta ruim, mas ta parecendo o texto da Bola. Veja a reflexão abaixo:

DE QUEM É A BOLA?

“De quem é a bola? É de Adão e Eva? É do governo? É do pai... Ou é da mãe? É da escola?

Afinal de quem é a bola?

ADÃO e EVA...

No princípio do mundo, Adão e Eva cometeram a primeira falta contra Deus. Os homens passaram atribuir todos os maus do mundo (as doenças, as crises, os sofrimentos) a falta cometida por Adão e Eva. Acontece que as crises foram aumentando, o mundo evoluindo e o homem conscientizando-se de que a bola não era de Adão e Eva. Jogou-se a bola para o governo.

GOVERNO...

O governo passou a ser responsável por todos os problemas, por todos os males que envolvem a humanidade. O povo passa fome por causa do governo... A educação não vai bem por causa do governo responsabilizando-o dos pequenos aos grandes problemas. Justifica-se, então, o governo remetendo a bola ao sistema.

SISTEMA...

Quem é o “Senhor Sistema”? O que ele fez? Onde ele fica?

Todas as famílias acusam o “Senhor Sistema” como responsável pelos problemas. Pais e educadores responsabilizam-no pelo elevado número de marginais adolescentes, que aparecem cada vez mais nas grandes capitais. Culpam o “Senhor Sistema” de não ter educado, de não possuir família...

Afinal, a bola é do Sistema?

O povo continua a questionar. “De quem é a bola?” E a resposta é de que a bola é do pai e da mãe...

O pai e a mãe entram em polêmica. O pai joga a bola para a mãe, acusando-a como responsável pela educação dos filhos. Se os filhos vão mal ele diz: “Você não para em casa, você não os acompanha, quer ter os mesmos direitos que os homens. Só pensam em emancipação, trabalham em dois horários, por isso a família vai mal...”

A mãe, por sua vez, sentindo-se injustiçada joga a bola para o pai, acusando-o de não estar presente no lar nos momentos mais difíceis de educar, pois só tem tempo para o futebol, o trabalho, os amigos e a cerveja no bar...

Essa família vai mal... Acontece que os dois em crise resolvem justificar o erro de responsabilidade jogando a bola para a escola.

ESCOLA...

A Escola recebe os reflexos dos problemas familiares e sociais, trazidos em alunos carentes de sentimentos bons, de carinhos e afetos, de aprendizagem lenta com exemplos e modelos da TV. Com tantas dificuldades, a escola resolve se isentar desta responsabilidade e diz que o problema, “a bola”, é do pai e da mãe, do Sistema, do governo... Diz que vai fazer só aquilo que lhe compete...

Acontece que a bola continua solta. O mundo em decadência, as crises aumentando, homens se violentando, crianças se degenerando, famílias se desentendendo, jovens confusos.

E o mundo, que foi criado para ser paraíso passa a ser um campo de concentração, onde a guerra e o desamor predominam... a bola está sendo jogada para lá e para cá. O problema não chega a uma solução, porque todos se omitem e se tornam alheios diante do amor e da responsabilidade. Portanto, deixamos agora com você a bola. A responsabilidade está nas mãos de cada um, portanto, compete a todos nós.”

Apesar da reflexão sugerir que a responsabilidade é de todos nós, para a mídia quem acaba mesmo sendo o único culpado é o professor. A mídia denigre a cada reportagem a imagem desse profissional, e o governo sai ileso nessa história. Assim, não é culpada a política educacional, nem o governo e nem os dirigentes escolares. Só o professor deve ser malhado. Já viu reportagens falando mal das gestões e dos gestores educacionais? Já viu supervisor ser acusado, ser exonerado ou diretor perder o cargo? Pois é, professor perde! Basta o aluno inventar uma calúnia, provocar ou premeditar uma situação e depois denunciar. Mesmo que seja mentira, o aluno sempre ganha, e se ele for pego em alguma falta grave, mesmo que seja agredindo um professor, o máximo que ocorre é a transferência de escola. Professor sempre está na mira de alunos mal intencionados, e não há que o defenda!

Na educação, não dá pra dizer que não exista um culpado. É um processo que vem sofrendo uma degradação sem que houvesse uma política mais eficaz que levantasse o moral dos professores dentro das escolas. Em pouco tempo os governos paulistas conseguiram destruir o bem mais precioso da sociedade: a instituição-Escola.

Ao longo duas décadas, a gente vem assistindo o ensino ir a bancarrota, e não podemos culpar a sociedade, os pais, a família, mas o próprio governo e suas equipes responsáveis pela elaboração de propostas, decretos e planos de educação inspirados em países desenvolvidos, alguns, tão pequenos que caberiam dentro de determinados Estados brasileiros, como por exemplo, a Suíça de onde desenterraram um tal de Philippe Perrenoud.

Nascido na Suíça, doutor em Sociologia e Antropologia, com atuaçõesnas áreas de currículo, práticas pedagógicas e instituições de formação nas faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação na Universidade de Genebra, Philippe Perrenoud, foi leitura obrigatória e caiu em todos os concursos por que passei no Estado de São Paulo. Sem menosprezar suas teorias, cópias de outras, é claro, acredito que não são as ideias importadas de fora que irão melhorar o nível do ensino em São Paulo ou no Brasil. Implantar aqui teorias importadas é como implantar tentar fazer um transplante de cérebro, coisa que é impossível. Não que os suíços sejam melhores e nem superiores a nós brasileiros, mas nossos governantes adoram passar essa imagem para o povo brasileiro. Parece que não existem pensadores no Brasil, parece que aqui ninguém é capaz de criar sua própria teoria? É preciso pensar um plano de educação dentro da nossa realidade, respeitando as nossas estruturas. Não é viável colocar um remendo de pano velho em tecido novo, se não, imagine como ficaria a roupa?

Imagine você com uma calça novinha, cheia de remendos de panos velhos, todos iriam perceber a diferença entre o pano novo e o velho, não é? Pois é, e tem outra: logo logo o pano velho onde se costurou os remendos iria se romper, e ai todos perceberiam que aquela roupa toda remendada que usava não passava de uma ilusão. Esse é um velho ensinamento de Jesus: Não se coloca remendo novo em pano velho e nem vinho novo em odres velhos, pois um estragaria o outro!

Não se pode inovar mantendo velhas estruturas.

O QUE ESTÃO FAZENDO COM AS NOSSAS CRIANÇAS?

Vivemos num país onde o pacto colonial nem foi rompido, fazemos parte de uma nação cujas cabeças que foram catequizadas e treinadas para enxergar e ver as coisas à moda ocidental, um país onde as escolas e o ensino, foram estruturados para não alterar a ordem das coisas, e uma sociedade onde a maioria dos parlamentares, governos e empresários preferem trabalhar pela manutenção das coisas, e onde os ricos tem ainda, uma mentalidade estamental, adquirida da velha nobreza respaldada pela religião, copiar planos e propostas de outros países é como tentar recriar uma nova pessoa com pedaços de outras, o resultado é um Frankenstein muito perigoso e violento, e é isso que estão fazendo. As escolas estão recriando monstros, e de uma instituição respeitada, as escolas de São Paulo viraram grandes laboratórios de experiências que não deram certo em outros países, e é dessas experiências que têm surgidos novos monstros. Os alunos perderam completamente os valores, pior, é que a grande mídia que fala apenas a língua do governo, só sabe malhar os professores, como se fossem o Judas Iscariotes que traiu Jesus. Para a mídia a culpa é sempre dos professores, nunca é do governo, nem dos que o assessoram na educação, a culpa não é dos diretores, nem dos supervisores e nem dos pais: é mesmo do professor!

Qual é o professor ideal? Não sei! Ninguém sabe e, na opinião geral que circula por ai, o professor nunca tem razão, está sempre errado. Quem tem razão é o aluno, quase sempre, o pior deles. Conseguiram transformar o professor num saco de pancadas. “Tempos de Murici”, quando uma pessoa estava pra morrer antigamente, costumava-se dizer que fulano estava “no bico do corvo”, já o professor, está no bico do tucano.

Entre os hábitos alimentares do tucano incluem-se filhotes de outros pássaros, no caso dos “tucanos” de São Paulo, professor tornou-se presa fácil. Os governos tucanos adoram fritar professor, e é por conta disso que os alunos ganham a cada dia força total, e vão se tornando autoridades máximas dentro das escolas. Numa escola situada na Grande São Paulo, cujo nome não convém mencionar, quando a sirene toca para o intervalo, os alunos correm desesperadamente para a merenda, vão atropelando os professores e quem estiver na frente, eles correm por um corredor estreito que lembra os guetos da Alemanha nazista; o portão entre o pátio e a secretaria é fechado nessa hora, e eles ficam presos do outro lado da grade, enquanto isso, os professores tomam um cafezinho sem nenhuma sustância na sala que fica ao lado da direção da escola. Em todos os campos de trabalho qualquer profissional é mais respeitado, tem um café reforçado e um almoço digno com direito a cardápio diversificado e nutricionista, já em determinadas escolas (e eu trabalho em uma), o professor é visto como ninguém, não tem sequer um galão d’água pra matar a sede no intervalo e o café ainda vem pela metade. São 15 minutos de alívio da sala de aula, e quando a sirene é acionada para retornar, é triste. Após 19 anos de experiência, somada a uma política educacional deprimente e horrível e uma diretora truculenta, uma fobia toma conta da gente que a vontade é sair correndo da escola. Muitas vezes, na aula vaga, prefiro ir até em casa as pressas e voltar, só pra não ficar no ambiente escolar. Sempre gostei de lecionar, mas esse ano a coisa ta preta. Acredito que a gestão de Serra foi a pior, e os piores 4 anos que passei na educação. Mas isso está associado a um conjunto de fatores e diretrizes equivocadas conduzem a educação rumo a um abismo, e se não pararmos a tempo para refletir sobre isso, cairemos todos num buraco negro e seremos tragados por um universo confuso e sem retorno.

O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!

É jovem, não tem experiência.

É velho, está superado.

Não tem automóvel, é um pobre coitado.

Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.

Fala em voz alta, vive gritando.

Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta ao colégio, é um 'caxias'.

Precisa faltar, é um 'turista'.

Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.

Não conversa, é um desligado.

Dá muita matéria, não tem dó do aluno.

Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.

Não brinca com a turma, é um chato.

Chama a atenção, é um grosso.

Não chama a atenção, não sabe se impor.

A prova é longa, não dá tempo.

A prova é curta, tira as chances do aluno.

Escreve muito, não explica.

Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala corretamente, ninguém entende.

Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.

Exige, é rude.

Elogia, é debochado.

O aluno é reprovado, é perseguição.

O aluno é aprovado, deu 'mole'.

É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele! (Autor: Não mencionado)

Confesso, não vou mais de carro para o estacionamento da escola onde estou professor. Engraçado, em uma escola eu sou professor, mas em outra, devido a diretora eu estou professor, tanto é que não quero mais ficar mais nenhum ano lá. Assédio moral é comum, avaliação ruim e alunos extremamente violentos. Tem um dos alunos que uiva como um lobo durante as aulas, e com uma sala super lotada, não dá para viver em função do mesmo. As escolas estão parecendo uma linha de produção, e o aluno é como um alfinete a ser fabricado: um professor estica o pedaço de metal, outro afia a ponta, o outro entorta e faz as dobras do metal, e por fim, outro professor coloca a cabeça: pronto, ai está um alfinete!

É assim que me sinto, vendo a situação de uma das escolas onde estou. Os professores, parecem anestesiados, os que não são “amiguinhos” de diretor viram vilões, e alguns têm medo, são reprimidos e sofrem assédio moral, mas não denunciam, e para completar o “coquetel molotov” que tem se transformado as escolas, o diretor chega e diz: “Por que você não se exonera do cargo?” Toda a violência dentro das escolas é abafada e nenhum jornalista da globo entra no interior de uma escola da periferia da Grande São Paulo para ver a semelhança entre as grades e as prisões. As grades revelam o nível de violência das escolas, é um termômetro dessa doença chamada política neoliberal. Professores são como agentes da antiga FEBEM olhando a todo o temo prisioneiros entre as grades numa tensão que dura até o fim de cada período, pois a cada instante uma nova rebelião pode estourar, e ele, o professor ou a professora estará ali sozinho para tentar apaziguar a situação. Isso a mídia não fala!

Olha quantos casos de agressão ao professor, mas eles quase nem podem se defender!

Na televisão a culpa é dos professores. Mas de onde parte a violência?

- Estado de São Paulo, revela que 34% dos professores campineiros já foram agredidos fisicamente por alunos e 58,3% já sofreram agressão verbal. Os casos são tão frequentes que professores e diretores tratam as ocorrências como caso de polícia.

- Em Paulínia, no início do ano, uma professora teve de ser escoltada por GMs da escola pra casa, após ter sido ameaçada por alunos. O caso de Paulínia não é isolado.

- Em Sumaré um professor de matemática, que não quer se identificar, foi ameaçado por um aluno do ensino Médio, em março. Por impedir o estudante de usar o celular na sala, foi empurrado na parede e o aluno avisou que se vingaria. Ele diz: “Acho que é obrigação da escola registrar BO. Eu fiz porque esse tipo de atitude é coisa de bandidagem”, disse.

Não só professores estão na mira. P.F.D. é inspetora numa escola estadual em Campinas. Em abril, foi ameaçada por um aluno e levou o caso pra polícia. “Essas agressões não vão dar em nada. Mas é crime”, disse. Para a Diretora do sindicato, Suely Fátima de Oliveira, nos últimos meses, a gravidade e a frequência das agressões aumentaram. O sindicato tem um site onde o professor registra casos de violência, mas ela recomenda fazer o BO.

QUEREM PRESERVAR O QUÊ???

Será que li direito?

É isso mesmo que está na matéria da página “notícias.educação” que se encontra no site http://cosmocard.com.br/noticia/55233/2010-06-07/professores-sao-agredidos-e-precisam-ate-de-escolta.html de onde extraí essas informações.

“A Secretaria de Educação de SP não dá números para “preservar as escolas” e informa que cada uma terá um professor pra mediar conflitos.” Professor virou mediador de conflitos, não é mais professor. Já levamos tantos nomes: facilitador, educador e agora mediador, não é lindo isso?

De que mais irão chamar o professor...? Só falta agora o nariz de palhaço, já que o mesmo é psicólogo, mãe e pai de alunos mal educados, babá, conselheiro, orientador sexual, padre, pastor, e se não tomar cuidado, vira Messias ou a “prostituta” que está pronta pra ser apedrejada conforme a lei de Moisés ou o Alcorão, e pra piorar constantemente o professor ouve aquela voz chata de “Satanás” dizendo: “Se são filhos de Deus, desçam dessa cruz e salvem a si mesmos”, e por isso, tem muito professor deixando as escolas pra não serem crucificados, pior, é que para quem fica, resta ainda o rigoroso Código de Hamurabe, onde a pena é bem pior.

Já que não somos mais tratados como professores, e podemos ser substituídos por qualquer um, basta ter um diploma de tecnólogo ou estar estudando alguma coisa qualquer para entrar em sala de aula. É isso que fez José Serra em seu governo, ele adulterou o Plano de Carreira dos professores de São Paulo, violou a LDB, e introduzindo o direito de ter aulas atribuídas a quem passasse numa provinha indecente que não garantia nada a quem participasse de um processo meramente seletivo e excludente. Claro, fica mais barato que um concurso para efetivar os professores velhos. Imagina quanto o governo economizaria, já que para a cabeça de um neoliberal tudo que for para investir no social é gasto: educação é gasto, segurança pública é gasto, saúde pública é gasto, só não é gasto fazer obras faraônicas com rodoaneis e rodovias, pontes como a de Água Espraiada etc. Mas quem diz que educação é gasto, professor é gasto não sabe diferenciar capital humano de capital financeiro. Investir em educação, melhorar os salários dos professores não é gasto, pois o resultado será um aluno melhor, cidadãos mais preparados e não essa colcha de retalhos que as escolas estão despejando na sociedade. Nosso aluno sai sem identidade, vai para a rua e vira o quê? É por isso que lemos denúncias como estas:

O Governo aprovou as leis 1093, 1094 e 1097 na Assembléia Legislativa e, o ano letivo de 2010 iniciou com a atribuição após a imposição da prova aos ACTs, ainda que com medidas paliativas, como o aspecto classificatório, mas que significaram um retrocesso no respeito aos direitos do professor, no que diz respeito à formação em nível superior. Candidatos não-habilitados passaram na frente de professores habilitados e licenciados por conta da prova, e a liminar não deu conta de corrigir esta deformação, que significa a desregulamentação neoliberal da profissão do professor. Nesta visão, uma prova elaborada pelo governo substitui a formação em nível superior. Outra forma de dividir mais ainda a categoria. Ele Serra, consegui provocar confusão entre os professores dividindo-os em categorias “F”, “L” e “O”, introduziu cursos para os novos efetivos que só assumirão o concurso que fizeram se passarem numa prova ao final do curso. Isso não descaracteriza o concurso?

“No Estado de São Paulo, observamos que estas diretrizes estão sendo utilizadas no sentido da contrarreforma, de viés conservadora e retrógrada quanto aos direitos dos professores ACT (Lei 500 1974), que sofreram um revés no ano passado, tiveram perda salarial caso consigam passarem um exame e contratos limitados, visando cortar direitos. Aprovou a esdrúxula Lei 1041/07, que limita e controla as faltas-médicas dos professores em nome de uma suposta austeridade e moralidade, ignorando as necessidades e a saúde do professor. Precarizou mais o trabalho dos docentes que ingressaram após 2007, quando o Governo Serra realizou sua Reforma da Previdência do Estado de Sâo Paulo (Lei 1010/2007) e enviou os professores que ingressaram a partir daquela data ao INSS. Preparou o terreno para as precarizações e divisões da categoria, consumada com a Lei 1093. Além disso, o Governo restringe e dificulta mais ainda o ingresso dos Professores com a sanção da Lei 1094/2009, que criava 80 mil vagas, e com a interposição de terceira fase de concursos. Autorizou um concurso e convocou apenas 10.038 professores, num universo de cerca de 100 mil temporários, bem como aplicará a terceira etapa do concurso: escola de formação e novo exame, antes do ingresso e do estágio probatório. O governo Serra e seu secretário ex-ministro Paulo Renato aplicam a todo vapor o modelo toytista neoliberal na educação, uma educação altamente padronizada, baseada em aspectos quantitativos, utilizando-se do caráter meritocrático com a Lei 1097/10, restringindo reajustes salariais para 20% dos profissionais que fossem aprovados em uma prova, excluindo os demais de qualquer política salarial e de evolução funcional. Nós, trabalhadores em educação, movimentos sociais e estudantes precisam apresentar uma proposta educacional que ultrapasse a versão do governo Serra e sua relação altamente verticalizada da cúpula até a sala de aula, através de videoconferências, apostilas e exames, voltada apenas à uma visão mercantil da educação, sem vinculá-la a esfera da cidadania, da participação política e da democratização da gestão e sistema de ensino.”

Esse é o investimento do governo em educação em São Paulo...

“O neoliberalismo, enquanto doutrina econômica atingiu sua hegemonia nas últimas décadas. O centro da doutrina é liberar o mercado da lógica política, do Estado. Mas foi a partir do Estado, que a política econômica neoliberal conseguiu garantir-se, ela se consolidou através de três coisas prejudiciais aos trabalhadores. De acordo com o que li no site http://apeoespsub.org.br/congresso_apeoesp_2010/caderno_teses_apeoesp.pdf essas três coisas são:

1) As privatizações.

2) Desregulamentação das relações de trabalho.

3) A desregulamentação do Processo de circulação de mercadorias.

O projeto neoliberal conseguiu piorar o capitalismo, mostrando a face mais perversa desse sistema. Para dizer que está melhorando a educação em São Paulo, o governo gasta milhões com cartilhas mal elaboradas. Até o símbolo representa a ideologização do ensino, ou seja: uma só ideologia, um só partido (PSDB), uma só política e todos falando a mesma língua e rezando conforme manda a cartilha neoliberal tucana espalhadas por todas as escolas. Isso me lembra o nazismo, e o governo me lembra Hitler!

Quer ver uma coisa? É só observar o tucano ao lado e o mapa feito em Origami ao lado. Parecem bem semelhantes, não...

Pois é, a cartilha veio para ensinar o professor a dar aulas, professores de 20 e 30 anos de magistério. O governo gosta mesmo de humilhar e rebaixar professor. O professor não precisa de aprender a dar aulas, ele já mandou muitos para as universidades, já ajudou na formação dos jornalistas que hoje metem o pau no professor, já ajudou e fez parte de todas as formações superiores que hoje têm em seus alunos grandes profissionais em todas as áreas. Por que só agora o professor não serve e nem presta para o Estado?

Não seriam os governos péssimos gestores?

E os especialistas de ideias importadas, atuam em escolas públicas? A maioria nem passou perto, e ainda se acham senhores e senhoras da verdade. O governo que desconhece a realidade de perto, os escutam e...., quanto menos se espera, lá vem mais uma mudança. Mal se colocou em prática uma medida e lá vem um novo decreto pra ferra com o professor. Eles se preocupam com quantidade e não com a qualidade:

- Quantos alunos por classe? Menos de 30 não pode...

- Quantos evadidos? Manda cartinha e chame de volta...

- Quantos se matricularam por ano? Tem que aumentar o número de matrículas...

E quanto ganha um professor?

- 950 reais: ta bom!

Em quantas escolas leciona?

- Duas e até três... Tá bom também!

Como está a saúde mental do professor?

- Horrível, com muitos quadros de depressão, síndrome do pânico, fobia etc... Tá bom também!

E se o professor chegar a perder a estribeira e reagir à violência do aluno?

- Tem que ser preso, perde o cargo e ainda carrega um BO pro resto da vida!

E a pergunta é: VAMOS SEGURAR ESSA BOLA???

Essa Bola é do Governo...

É da política educacional adotada...

Tudo que fizerem lá nos gabinetes refletirá aqui, e...

tudo que dizem lá ecoa pelas escolas...,

mas nem tudo o que reclamamos aqui ecoa acolá...

Muda a política e o ensino também mudará!