NÃO, O ENEM NÃO PODE MAIS PROSPERAR, POR QUÊ...?
O ENEM É PARA POBRE
Mais uma vez tiro o chapéu ao jornalista e professor Paulo Henrique Amorim, que com sua brilhante inteligência têm nos brindado com seus artigos sempre esclarecedores a respeito dos problemas e das polêmicas que a grande imprensa burguesa e os complôs que a ala burguesa, vez por outra aparece para confundir a população, cuja grande maioria nem está a par de quem realmente seja a intenção. Os mesmos que taxam de “bolsa esmola” a Bolsa Família, agora querem o fim do ENEM. Por quê?
Leiam esse artigo:
“O Estadão de hoje dedica a capa e duas páginas – A15 e A16 a desmoralizar o ENEM.
Uma desmoralização arrasadora.
É porque 0,04% dos alunos VOLUNTARIAMENTE inscritos na prova talvez venham a refazê-la, por causa de uma troca do cabeçalho de alguns cartões de resposta.
0,04% !
Que horror!
Foram 4,6 milhões estudantes inscritos e talvez 2 mil tenham a possibilidade de refazer a prova.
Ontem, o UOL e a Folhaonline bradaram o dia inteiro contra a “inépcia” do ENEM.
A Folha (**), se entende.
Ano passado, as provas vazaram da gráfica da Folha, que foi devidamente afastada da concorrência deste ano.
O Estadão se acha na obrigação, todo ano, de desmoralizar o ENEM.
Como fez no ano passado, com a divulgação do vazamento.
Por que o Estadão, a Folha (**) e o Serra são contra o ENEM ?
Ano passado, com o vazamento na gráfica da Folha, o Serra, célere, tirou as universidades de São Paulo do ENEM – para acentuar o “fracasso” do Governo Lula.
Qual é o problema deles com o ENEM ?
O Governo Fernando Henrique instituiu o ENEM para copiar o SAT americano: o vestibular único em todo o país, para facilitar o acesso às universidades federais e o deslocamento de estudantes pelo país afora.
O que tem a vantagem de baratear dramaticamente o sistema.
Antes – como em São Paulo, hoje – cada “coronel” faz o seu vestibular e estimula a iniciativa privada – com os serviços do vestibular e os cursinhos o Di Gênio.
De Fernando Henrique para cá, o ENEM cresceu 30 vezes !
30 vezes, amigo navegante.
Saiu de 157 mil inscritos em 98 para 4,6 milhões de hoje.
É sempre assim.
O Bolsa Família da D. Ruth atendia quatro famílias.
O do Lula, que virou “Bolsa Esmola”, segundo Mônica Serra, a grande estadista chileno-paulista, atende 40 milhões.
O que é o ENEM ?
É o passaporte do pobre à universidade pública.
É por isso que a Folha, o Estado e o Serra odeiam o ENNEM.
Porque esse negócio de pobre estudar é um problema.
Fica com mania de grandeza, de autonomia.
Pensa que pode mandar no seu destino.
E não acredita mais na fita adesiva do “perito” Molina.
Isso é um perigo.
Pobre é para ficar na senzala.
50 universidades públicas federais aderiram ao ENEM.
Isso significa que 47 mil vagas em universidades federais dependem do resultado do ENEM.
Em 2004, um milhão de estudantes se inscreveu no ENEM.
Aí, o Lula e o Ministro Haddad resolveram estabelecer o ENEM como critério para entrar no ProUni (para a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – não dizer que o ProUni é a “faculdade de pobre burro”).
Sabe o que aconteceu, amigo navegante ?
O ENEM passou de um ano para o outro de um milhão para 2,9 milhões de inscritos.
Quanto pobre !
Para o ano que vem, o ministro Haddad estabeleceu que o ENEM também será critério para receber financiamento do FIES.
Vai ser outro horror !
Mais pobre inscrito no ENEM para pagar a faculdade com financiamento público.
Um horror !
Tudo público.
ENEM, faculdade, financiamento …
“Público” quer dizer “de todos”.
Amigo navegante, sabe qual foi o contingente nacional que mais cresceu entre os inscritos no ENEM ?
Agora é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar.
Foi o Nordeste !
Que horror !
Já imaginou, amigo navegante ?
Nordestino pobre com diploma de engenheiro ?
Nordestina pobre com diploma de médica ?
Vai faltar pedreiro.
Empregada doméstica.
Aí é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar mesmo.”
Paulo Henrique Amorim
Por fim o nosso gênio Paulo Henrique Amorim conclui:
“(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.”
Essas informações se encontram no site http://www.conversaafiada.com.br/cultura/2010/11/08/o-pig-e-o-serra-odeiam-o-enem-por-causa-dos-pobres/.
Sabe qual é a bronca das elites? É que os filhinhos deles estão sendo incomodados com tantos pobres indo para a universidade. Eles insistem em não distribuir renda, terra, riquezas e se negam veementemente também a distribuir conhecimento, porque conhecimento é poder. Ele pode servir para oprimir ou para libertar uma nação, um povo e uma sociedade. Quando houve a distribuição de conhecimento no Século das Luzes, o que aconteceu mais à frente? Houve a Revolução Francesa, as colônias se libertaram e no Brasil se levantou um “louco popular” com ideais “Libertas Quae Sera Tamen” em Minas Gerais. O que não poderia fazer o conhecimento compartilhado, districuido, repartido e democraticamente socializado? Revolução. Isso mesmo, é o que as elites mais temem...