A ferramenta Playback Theatre
O Playback Theatre é uma modalidade teatral desenvolvida em Nova Yorque a partir de 1975 por Jonathan Fox, a partir de elementos da improvisação e do psicodrama tradicional, sendo que desde então vem desenvolvendo uma série de work shops divulgando o seu método fazendo que hoje em dia, existam diversas companhias de Playback Theatre em diversos paises.
O Playback Theatre é formado por um grupo de atores (geralmente quatro), um diretor e um musico. O espaço teatral (que pode ser um palco ou um espaço qualquer) é dividido de forma que frontalmente ao publico são colocados quatro cubos, onde ficarão os atores, do lado direito duas cadeiras, aonde o diretor conversará com o narrador e à esquerda o músico.
O objetivo principal desta modalidade teatral se constitui em representar uma história real contada pelo narrador. Este “fazer de novo” (playback) acontece como um processo ritual que podemos dividir em três etapas, a saber, esculturas fluidas, pares e outras formações corporais; a contação da história e o encerramento.
O início do espetáculo se dá com o diretor estimulando a platéia a expressarem os sentimentos que estão presentes naquele momento (curiosidade, estranheza, ansiedade, etc), estes sentimentos serão trabalhados pelos atores que montam uma "escultura fluida", ou seja, a sua materialização através da expressão corporal, da mímica, de sons e de pequenas falas.
A seguir o diretor introduz a etapa mais significativa, a dramatização de histórias contadas pela platéia, o narrador da platéia relata sua historia, escolhe os atores para os papéis. Este relato se transforma num “roteiro” que os atores recriam e representam, tendo como apoio musicas e canções também de improviso. Todo este processo ocorre sem que haja a interferência do diretor, que assiste a montagem ao lado do narrador. Os atores ao terminar a apresentação voltam às suas posições originais.
Após algumas apresentações, o diretor volta a solicitar do público que comunique os sentimentos, e de novo os atores expressam com "esculturas fluidas" para finalmente o grupo efetuar uma última apresentação que busca trazer um resumo de tudo que foi apresentado, deixando para o publico a possibilidade de uma reflexão interior. Esta é a magia do Playback Theatre, este trânsito sutil entre fantasia e realidade, entre passado, presente e futuro, entre o cômico e o trágico, entre o "eu", o "eles" e o "nós".