EDUCAR 3

A ESCOLA. O que é escola? Para que serve? Como tem de ser entendida? Não é contraditório ser pública e ser privada?

A gestão precisa ser necessariamente democrática e participativa, o diretor e os coordenadores devem dar suporte efetivo à equipe escolar.

Quando o diretor deixa de focar as questões burocráticas e dá prioridade às pedagógicas, consegue fazer funcionar uma escola menos desgastante para todos.

As picuinhas que se justificam pela lei, ou seja, a burocracia além de impedir o bom funcionamento do pedagógico, ainda alimenta a idéia de escola funcionando bem.

Há uma cobrança maior da escola em contrapartida há uma distância maior entre formação e prática do magistério, pouca motivação e interesse dos alunos (mudança de valores etc.) o que resulta em estresse. As reuniões com os pais deveriam ser quinzenais e incluir na pauta conversar sobre a própria escola, a educação em geral e os valores que devem ser preservados. É preciso haver uma forma de interação de todos os envolvidos no processo educativo.

A autoridade racional tem sua origem na competência. Ela a autoridade racional é respeitada se exercida com competência. A autoridade irracional se apóia no medo.

A autoridade racional não precisa da intimidação. Não só permite como requer constante exame e crítica dos que a ela estão subordinados.

Quando o trabalho do professor não é valorizado, respeitado, não vale nada. Progressão continuada é muita balela para pouca verdade. Quando foi implantada ninguém negou que tivesse objetivos sérios.

Se fossem seguidas todas as diretrizes estruturais e pedagógicas propostas teria sido o ideal, a administração que se seguiu manteve a progressão continuada apenas como fachada, ou seja, usou a progressão sem os cuidados mínimos, sem o acompanhamento necessário proposto na idéia original.

Outro detalhe digno de reflexão da progressão continuada. Quando foi lançada, os verdadeiros educadores acreditavam nela como a grande saída para o fim da seletividade da escola, mas não podiam imaginar que seria, de imediato, aceita pelo sistema capitalista como alternativa para ludibriar os de boa fé: ao invés de aplicar no pedagógico, os reformistas usaram o projeto para aplicar no econômico.

A reprovação é um ralo pernicioso por onde se desperdiçam preciosos recursos financeiros. A nova modalidade veio disfarçada de que seria vantagem para todos os estudantes que não perceberam a grande estratégia maquiavélica dos senhores capitalistas comprometidos com a globalização.

Estes senhores não têm nenhum interesse no investimento pedagógico como mecanismo de transformação social.

O sistema ataca o sintoma que é a reprovação, mas não enfrenta o que o produz. Resultado: não há reprovação, não há evasão, dando a impressão que o problema da exclusão do aluno dentro da escola foi resolvido, porém os alunos continuam excluídos porque passam de séries sem atingir o conteúdo necessário. Para o consumo das estatísticas estamos vivendo uma maravilha, maior números de alunos na escola, maior número de alunos aprovados. Conseqüências: estamos vivendo no faz-de-conta, e o pior, com sérios problemas para a auto-estima destes futuros adultos formados sem base de conhecimento.

Até poderíamos entender algum trabalho isolado. E olhe que existem vários. Mas, por ser isolado, não sobressai no conjunto dos interesses, que é transformar o todo.

Todos sabem que o projeto utópico para a educação é transformar o todo. E atingir o todo, somente num processo revolucionário de educação. Também é correto afirmar que a palavra revolução e seus derivados causam calafrios em muitos incautos condicionados pela letargia dos tempos globalizados.

Sonhar ainda é permitido e, então, vamos sonhando e construindo o todo a partir do indivíduo. Sem generalizar, na grande maioria das vezes o projeto foi construído com uma total dedicação do professor, que o faz com o interesse de satisfazer unicamente a sua ansiedade de construir, em meio à desesperança de um sistema educacional que todos não se cansam de qualificar como falido.

Uma escola melhor, quase sempre reconhecida apenas por aqueles alunos que estão envolvidos no trabalho, tem sido o resultado do trabalho do profissional nadando contra a corrente.

A maioria dos que conseguem se formar continuará semi-analfabeta. Se alguém conseguir alguma qualificação, continuará à margem do mercado de trabalho