D R O G A S - UM CÂNCER SOCIAL
José Ribeiro de oliveira
As drogas representam hoje para a humanidade, o perigo que representava, nas décadas passadas, a bomba atômica, a guerra fria.
Os narcotraficantes foram os pioneiros a adotar o sistema globalizante de economia, que principiou justamente no mundo dos negócios ilícitos das drogas.
Hoje, as drogas que arrasam os jovens na Rússia, na China, na América do Norte, na Europa, são as mesmas que batem à nossa porta, às portas das nossas escolas, sendo vendidas aos nossos filhos, nos deixando atônitos e impotentes diante de tal desgraça.
A violência, em níveis intoleráveis que hoje assola a nossa sociedade, é um subproduto das drogas, do seu comércio e das relações que elas envolvem nas inúmeras atividades ilícitas vinculadas ao mundo do crime organizado.
Após a II Guerra Mundial, o planeta Terra passou a ser ameaçado pelo fantasma da guerra atômica, que o pôs em pânico por algumas décadas em razão da corrida armamentista entre as grandes potências econômicas do mundo.
A partir dos anos 80, porém, a consciência política da humanidade, através dos organismos internacionais, pressionou e conseguiu quebrar a hegemonia das lideranças do poderio bélico em permanente guerra psicológica: queda do muro de Berlin, destruição dos arsenais atômicos etc., estabelecendo outro modus vivendi, para permitir a coexistência entre os povos e a sobrevivência no planeta.
Paralelamente a este avanço da humanidade, caminha, a passos largos, um grande “FANTASMA”, igualmente perigoso, pelo poder de destruição lenta e permanente. Trata-se do “FANTASMA DAS DROGAS”. O mal que não tem fronteiras; não respeita a nenhum regramento social e nem se curva aos poderes do Estado. Ao contrário, exerce seu poder em todas as esferas. Não obedece a nenhum ordenamento externo erga omnis, seja com relação às normas de natureza local, nacional ou internacional. Cria, impõe e executa suas próprias “leis”. Se organiza, se estabelece e se desenvolve sem nenhum princípio ou temor aos preceitos legais constituídos. Não obedece, manda. Não pede, toma. Não negocia, impõe. Não perdoa, mata. Assim é o fantástico poder das drogas que ameaça o nosso planeta.
De fato, onde houver um viciado, haverá um traficante. Onde houver um traficante, haverá um serviço de aliciamento acobertado pela ineficiência ou omissão do Poder Público, ou até mesmo pela corrupção. Onde houver corrupção, haverá um subpoder, um subgoverno.
Esta problemática é de tamanha gravidade que corrói as estruturas sociais e políticas. Destroem os princípios e valores que sustentam o corpo social, desencadeando condutas ilícitas e, por conseguinte o aumento da violência e da intranqüilidade. Abala a estrutura política à medida que afronta o poder público. Corrompe as autoridades e estabelece um verdadeiro “poder paralelo”, provocando um sentimento de impunidade e insegurança.
As drogas, atualmente são usadas em quase todos os cantos do mundo como uma moeda corrente, da mesma forma que são usadas as pedras preciosas, tanto nos negócios estritamente ilícitos como entrelaçados aos atos aparentemente legais, mas viciados pelo apoio econômico do tráfico, a “narcoeconomia”.
E assim como as pedras preciosas enfeitam a imagem física e a aparência, as drogas enfeitam a ilusão e o psiquismo, manipulando os sentimentos, o caráter; recriando conceitos e valores próprios do mundo dos vícios, correlato ao submundo do crime, da auto destruição e da degeneração social. DROGA, UMA FUGA ILUSÓRIA. DIGA NÁO AS DROGAS.
José Ribeiro de Oliveira
Delegado de Polícia.
Imperatriz- MA.
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