DRAGÕES E MURALHAS: O VELHO CONTINENTE SE RENOVA PARA CONQUISTAR

DRAGÕES E MURALHAS: O VELHO CONTINENTE SE RENOVA PARA CONQUISTAR.

Os dragões são seres mitológicos, mas que resguardam a grandeza quase onipotente de seu espírito transcendental, que une força e sabedoria, virtuose que reluz o imaginário de poder e realeza, que avançam pelos milênios, contagiando nações do oriente e do ocidente.

Para os orientais, seu emblema sobressai até no horóscopo chinês. E o que é astrologia, ou também mitologia, se não forem realmente frutos do imaginário, que tanto os céticos nos tentam convencer?

O estranho em tudo o que hoje é decantado como verdade, é que outrora nem sempre a foram, como podem também voltar a serem inverdades. O que hoje é mitologia, em outro momento já foi religião, como o paganismo sempre foi a nomenclatura dada aos cultos que não desfrutam do apoio do poder do momento vivido.

Todos aqueles que voltaram seus olhos para o passado, de histórias e estórias, vê nas ruínas que perduram aos efeitos do tempo, o sem número de templos e edificações as mais diversas em honra ou devoção religiosa de algum credo regular, onde havia um enredo religioso com a complexidade dos cultos modernos, os quais, por serem monoteístas declarados e não difusos, se auto proclamam verdadeiras religiões, num total desrespeito os que viveram no passado.

É um fato que a história contada e escrita nem sempre é nada mais do que estórias bem contadas e repetidas à exaustão, fruto dessa exacerbada vontade de poder de grupos minoritários, que se escondem sob as máscaras de realezas divinizadas e não só monopolizam o conhecimento, mas como ele deve ser difundido.

Desse jeito, como todo costume tem seu lado consuetudinário, vamos nos convencendo das verdades ou inverdades construídas, nos fazendo crentes de coisas que nem certeza temos de terem havido, como são os retratos épicos de momentos históricos, que só vêm com retoques e cenários fabulosos.

O oriente, mesmo cercado de intempéries e acidentes geográficos, é o berço de quase metade de um de nós, pois entre cordilheiras tibetanas, seus desertos, monções, terremotos, maremotos, tsunamis e tufões, conseguiu criar um imaginário mundial de mistério e poder, pois não só garantem o sustento de bilhões de almas, mas devolvem a todos os outros povos os sustos que passaram no passado, como foi a construção da grande muralha chinesa, buscando evitar o terror dos mongóis.

Hoje, a muralha é apenas simbolismo e não mais o garantismo de não deixar-se invadir. Mas, a sua grandeza continua, pois é o que se pode ver da lua, como obra humana edificada.

O que vemos de real, entre estórias ou verdades, é que o mundo econômico migra o seu imã de primazia para um oriente que requer o seu status de outrora, e na força de chineses, indianos, japoneses, coreanos, tailandeses, filipinos ou chineses de Formosa e Hong Kong, estão mostrando a obstinação pelo vencer.

Em nenhum outro continente a volúpia por crescer econômica e socialmente é tão latente como no espaço asiático, pois o estilo espartano de viver dos antigos contrasta com a vontade premente dos jovens asiáticos de terem seus lugares ao sol. E, após a grande demonstração de trabalho e dedicação dos japoneses, os outros povos de lá também enveredaram pelo mesmo caminho, onde comungam trabalho árduo e avanço tecnológico constante, mesmo que tendo a pecha de copiar para inovar.

Esses povos caminham em largas braçadas para montar uma rede comercial de grande amplitude, que saudosamente chamam de nova rota da seda, mas que tem seus tentáculos em ações ao redor do mundo, buscando garantir fontes de energia e commodities, incutindo as suas culturas e culinária, disseminando suas línguas e se entranhando nas economias do hemisfério sul.

Hoje já não se pode desdenhar da possibilidade de termos novas forças econômicas a se embaterem mundialmente por espaço e domínio econômico, que já tem reflexos no estudo de línguas alternativas, como o mandarim, o japonês e o coreano, pois o inglês mantém sua influência na Índia e Hong Kong, além do status de língua comercial.

Mas ainda assim, vislumbramos um mundo com espaço para os jovens países, por suas peculiaridades geográficas, seja por seus solos, subsolos, clima, água e fontes energéticas, sem falar nos espaços de beleza para o turismo, comércio e serviços.

Cabe aos seus governos se focarem em aprimorar seus parques tecnológicos e educacionais, extirpando a dependência estrangeira, ampliando a rede logística com mais facilidades para escoamento da produção industrial e agropecuária que lhes sejam características.

Certamente, com a privilegiada estrutura, onde podemos ter uma mescla de fontes energéticas, em sua maioria renováveis, está o Brasil em posição de destaque. Só precisamos romper a inércia social, de um povo que sofre os ranços da colonização portuguesa, extrativista, escravocrata e sem compromisso com o território brasileiro, que não fosse sugar tudo.

E esse ranço perdura nos que se articularam para ficar no poder, após a tutela portuguesa, onde não se procurou se investir no que realmente são potenciais brasileiros diante do mundo.

Afinal, temos de tudo um muito. Seja sol, água, solo fértil, latitude ideal, ventos, costa marítima ampla, rios caudalosos, clima ameno e propício, tudo aqui é aos borbotões. O que é preciso fazer é cantado e decantado aos quatro ventos, e estamos a aguardar as providências dos que podem fazer a luz acender, que são nossas escolhas sociais e políticas, pautadas na fé e no arregaçar as mangas, botando a mão na massa para reconstruir nosso país e nossa esperança.

Publicado no Facebook em 01/06/2018