NASCEMOS DO MAR E APESAR DE TODA TERRA EXPLORADA AINDA NÃO CONHECEMOS O NOSSO ÚTERO MATER.
NASCEMOS DO MAR E APESAR DE TODA TERRA EXPLORADA AINDA NÃO CONHECEMOS O NOSSO ÚTERO MATER.
A vida, como aprendemos a compreendê-la, a partir no nosso existir nessa península do Universo, seguiu um cronograma bem lento e radicalmente complexo, sem deixar de manter seus exemplares mais antigos ainda intactos ou, pelo menos, inacessíveis aos nossos olhares e capacidades de percepção.
E o embrião primordial de tudo, dentre o mistério da conjunção da matéria com a energia provinda da estrela mãe, que é o nosso Sol, em seu estágio de maturidade que irradia uma energia na qualidade necessária e suficiente para gerar organismos vivos e não apenas matéria sólida, liquida ou gasosa, foi o momento logo posterior ao desenvolvimento do volume aquoso que recobriu as reentrâncias da camada externa e de relevo variado da nossa crosta terrestre, numa combinação de minerais reunidos pela atração da gravidade cósmica, que acabou por se solidificar e estar numa translação gravitacional de privilegiada forma uterina para a geração de moléculas que foram se desenvolvendo até a concepção de unidades celulares que geraram seres vivos, sejam em forma de vírus, bactérias, animais e vegetais, todos protegidos inicialmente pela capa placentária que foram as águas dos mares e oceanos.
Nós fomos uma das últimas fases dessa evolução tão estranha e misteriosa que não ocorreu por acaso, na vastidão do espaço que permeia esse minúsculo território cósmico formado por essa parte da via láctea, que sozinha possui bilhões de sóis, de forma potencialmente isolada e única, embora nos arvoremos de um pensar sociológico, filosófico e até religioso, que nos põe no famoso estilo de São Tomé, já que sempre buscamos o ver para crer, o confirmar por experimentação, pela lógica dos sentidos, de aceitar com mais facilidade o que podemos ver, ouvir, cheirar, sentir ou degustar, muito mais do que podem ser apenas sonhos ou caminhos utópicos, mas que dão esperança de continuidade da vida e da busca pela longevidade, imortalidade e eternidade, bem comuns à presunção dos seres humanos, os quais, na qualidade de mamíferos primatas de alta complexidade biológica e cerebral, se propõem e acreditam ser.
Mas o interessante disso tudo é que nesse trilhar por caminhos cada vez mais difíceis e sem coordenadas, que nos possibilitem o luxo da previsibilidade, nós ainda estamos muito longe dos objetivos às nossas respostas de perguntas fundamentais, que seriam expressadas pelo querer saber do porquê existimos, de onde realmente viemos, no porquê do viés evolutivo, para que existimos e qual a graça de existir com tempo limitado, se gostaríamos mesmo é de sermos comparados ao Criador do Universo, em sua completude, poder e sapiência incompreensíveis.
Um dos dilemas incríveis é que queremos desvendar o Universo sem nem mesmo conhecermos a nossa própria casa, com suas alturas, profundidades abissais e seu próprio forno gerador de energia vital.
Já estamos numa corrida armamentista espacial em que até uma ou mais forças armadas estão sendo criadas com intuito único de guarnecer o espaço sideral e o entorno do nosso planeta, quando nem mesmo o conhecemos plenamente. E isso já foi exposto pelos países que são os lideres econômicos do mundo, partindo dos Estados Unidos da América, que já anunciaram a criação de uma força militar para exclusivo uso espacial.
Mas quem protegerá o que estudamos de nós mesmos, se nem um dos principais museus do mundo é preservado e acaba de virar cinzas aqui no Brasil? Nós temos mesmo é que voltarmos nossos olhares para o nosso ventre. Nos conhecermos melhor é fundamental para só assim podermos ter esperança.
A vida iniciou-se no mar, seja nas suas bordas ou nas suas profundezas, mas tudo isso está sendo relegado. Não conhecemos os nossos oceanos e nem conseguimos adentrar em suas zonas abissais, mas queremos ser Ícaro e voar para Marte ou quem sabe explorarmos Plutão. Nem ao menos uma lula gigante conhecemos plenamente, ou as vidas pequenas e microscópicas que habitam as profundezas marinhas. Não buscamos estudar um cachalote com mais cuidado, mesmo sendo ele o único mamífero que submerge até 4 quilômetros no fundo do mar para se alimentar de lulas gigantes.
Num caminho contrário, estamos a usar os oceanos como esgoto, sem tratarmos quase nada do lixo que criamos e descartamos todos os dias. Lembro que antigamente as balas e caramelos eram embaladas em menos papeis manteiga, quando hoje são revestidos de plásticos. Nós fomos criados, até certa época não tão distante, com fraldas de chita ou de tecidos de algodão, que eram reutilizadas sempre que as sujávamos, por não termos o auto controle dos adultos, mas que eram feitas de material biodegradável. Hoje, as crianças, pelo comodismo e a pressa da vida social moderna, são vestidas com fraldas descartáveis e de grande resistência à degradação, ajudando a impermeabilizar o solo e o transpirar necessário do nosso planeta.
Não esperemos clemência de Deus ou da mitológica Deusa Gáia, quando estamos a errar continua e cinicamente com o nosso próprio colo e o nosso próprio útero mater. Os rios estão se assoreando, pois estamos cada vez mais dragando suas margens em busca de areia e os entupindo com nossos esgotos, arrancando toda a mata ciliar que os protegia e ajudavam a manter seus lençóis freáticos.
Desconhecemos tanto a nossa natureza que nem nossos próprios rios ainda os estudamos plenamente, vendo até os artistas das novelas se afogarem em rios que nos pareciam serem simples córregos d'água, como o misterioso Rio São Francisco.
Muitas vezes somos surpreendidos com notícias de catástrofes e acidentes que temos a plena certeza de que seriam evitáveis se fizéssemos com esmero o nosso dever de casa, construindo melhores caminhos para trilharmos, estudando com afinco o impacto e a interação das obras que construímos nas nossas relações com o meio ambiente que se molda num tempo bem superior ao nosso, sem a nossa pressa, sem a nossa angustia, sem a nossa prepotência.
Não nos preparamos quase sempre nem para morarmos numa casa que construímos, pois as fazemos sem pensarmos que vamos envelhecer e que teremos que tê-las aptas a nós e não nós a elas. Usamos materiais que nem sempre nos trarão saúde, mas sim doenças que ainda não dominamos a cura. Fazemos projetos arquitetônicos adaptados apenas ou quase sempre à estética visual do belo, sem nos preocuparmos com a estética ideal do uso, que nos ajudem a viver melhor, aproveitando tudo que a natureza nos propicia de graça, como a luz solar, a chuva, o luar, o vento ou a maleabilidade do solo ou a dureza dos minerais. Nem os jardins, bosques ou pomares nós sabemos edificar, zelar ou usufruir.
E será assim, sob a extrema necessidade de repensarmos nossas vidas e a validade da nossa existência, que encerro esses meus protestos para como o nosso semelhante, e até mesmo eu, questionando como estamos a viver e conviver. Como está a nossa fé e o nosso acreditar no paraíso se não zelamos nem pela nossa casa e muito menos pelo cosmo celeste do Deus vivo e onipotente? Será que ele nos perdoará? Ou fará como o fez com os dinossauros a 63 milhões de anos atrás, varrendo-os da face da terra como num estalar de dedos?
Publicado no Facebook em 05/09/2018
E o embrião primordial de tudo, dentre o mistério da conjunção da matéria com a energia provinda da estrela mãe, que é o nosso Sol, em seu estágio de maturidade que irradia uma energia na qualidade necessária e suficiente para gerar organismos vivos e não apenas matéria sólida, liquida ou gasosa, foi o momento logo posterior ao desenvolvimento do volume aquoso que recobriu as reentrâncias da camada externa e de relevo variado da nossa crosta terrestre, numa combinação de minerais reunidos pela atração da gravidade cósmica, que acabou por se solidificar e estar numa translação gravitacional de privilegiada forma uterina para a geração de moléculas que foram se desenvolvendo até a concepção de unidades celulares que geraram seres vivos, sejam em forma de vírus, bactérias, animais e vegetais, todos protegidos inicialmente pela capa placentária que foram as águas dos mares e oceanos.
Nós fomos uma das últimas fases dessa evolução tão estranha e misteriosa que não ocorreu por acaso, na vastidão do espaço que permeia esse minúsculo território cósmico formado por essa parte da via láctea, que sozinha possui bilhões de sóis, de forma potencialmente isolada e única, embora nos arvoremos de um pensar sociológico, filosófico e até religioso, que nos põe no famoso estilo de São Tomé, já que sempre buscamos o ver para crer, o confirmar por experimentação, pela lógica dos sentidos, de aceitar com mais facilidade o que podemos ver, ouvir, cheirar, sentir ou degustar, muito mais do que podem ser apenas sonhos ou caminhos utópicos, mas que dão esperança de continuidade da vida e da busca pela longevidade, imortalidade e eternidade, bem comuns à presunção dos seres humanos, os quais, na qualidade de mamíferos primatas de alta complexidade biológica e cerebral, se propõem e acreditam ser.
Mas o interessante disso tudo é que nesse trilhar por caminhos cada vez mais difíceis e sem coordenadas, que nos possibilitem o luxo da previsibilidade, nós ainda estamos muito longe dos objetivos às nossas respostas de perguntas fundamentais, que seriam expressadas pelo querer saber do porquê existimos, de onde realmente viemos, no porquê do viés evolutivo, para que existimos e qual a graça de existir com tempo limitado, se gostaríamos mesmo é de sermos comparados ao Criador do Universo, em sua completude, poder e sapiência incompreensíveis.
Um dos dilemas incríveis é que queremos desvendar o Universo sem nem mesmo conhecermos a nossa própria casa, com suas alturas, profundidades abissais e seu próprio forno gerador de energia vital.
Já estamos numa corrida armamentista espacial em que até uma ou mais forças armadas estão sendo criadas com intuito único de guarnecer o espaço sideral e o entorno do nosso planeta, quando nem mesmo o conhecemos plenamente. E isso já foi exposto pelos países que são os lideres econômicos do mundo, partindo dos Estados Unidos da América, que já anunciaram a criação de uma força militar para exclusivo uso espacial.
Mas quem protegerá o que estudamos de nós mesmos, se nem um dos principais museus do mundo é preservado e acaba de virar cinzas aqui no Brasil? Nós temos mesmo é que voltarmos nossos olhares para o nosso ventre. Nos conhecermos melhor é fundamental para só assim podermos ter esperança.
A vida iniciou-se no mar, seja nas suas bordas ou nas suas profundezas, mas tudo isso está sendo relegado. Não conhecemos os nossos oceanos e nem conseguimos adentrar em suas zonas abissais, mas queremos ser Ícaro e voar para Marte ou quem sabe explorarmos Plutão. Nem ao menos uma lula gigante conhecemos plenamente, ou as vidas pequenas e microscópicas que habitam as profundezas marinhas. Não buscamos estudar um cachalote com mais cuidado, mesmo sendo ele o único mamífero que submerge até 4 quilômetros no fundo do mar para se alimentar de lulas gigantes.
Num caminho contrário, estamos a usar os oceanos como esgoto, sem tratarmos quase nada do lixo que criamos e descartamos todos os dias. Lembro que antigamente as balas e caramelos eram embaladas em menos papeis manteiga, quando hoje são revestidos de plásticos. Nós fomos criados, até certa época não tão distante, com fraldas de chita ou de tecidos de algodão, que eram reutilizadas sempre que as sujávamos, por não termos o auto controle dos adultos, mas que eram feitas de material biodegradável. Hoje, as crianças, pelo comodismo e a pressa da vida social moderna, são vestidas com fraldas descartáveis e de grande resistência à degradação, ajudando a impermeabilizar o solo e o transpirar necessário do nosso planeta.
Não esperemos clemência de Deus ou da mitológica Deusa Gáia, quando estamos a errar continua e cinicamente com o nosso próprio colo e o nosso próprio útero mater. Os rios estão se assoreando, pois estamos cada vez mais dragando suas margens em busca de areia e os entupindo com nossos esgotos, arrancando toda a mata ciliar que os protegia e ajudavam a manter seus lençóis freáticos.
Desconhecemos tanto a nossa natureza que nem nossos próprios rios ainda os estudamos plenamente, vendo até os artistas das novelas se afogarem em rios que nos pareciam serem simples córregos d'água, como o misterioso Rio São Francisco.
Muitas vezes somos surpreendidos com notícias de catástrofes e acidentes que temos a plena certeza de que seriam evitáveis se fizéssemos com esmero o nosso dever de casa, construindo melhores caminhos para trilharmos, estudando com afinco o impacto e a interação das obras que construímos nas nossas relações com o meio ambiente que se molda num tempo bem superior ao nosso, sem a nossa pressa, sem a nossa angustia, sem a nossa prepotência.
Não nos preparamos quase sempre nem para morarmos numa casa que construímos, pois as fazemos sem pensarmos que vamos envelhecer e que teremos que tê-las aptas a nós e não nós a elas. Usamos materiais que nem sempre nos trarão saúde, mas sim doenças que ainda não dominamos a cura. Fazemos projetos arquitetônicos adaptados apenas ou quase sempre à estética visual do belo, sem nos preocuparmos com a estética ideal do uso, que nos ajudem a viver melhor, aproveitando tudo que a natureza nos propicia de graça, como a luz solar, a chuva, o luar, o vento ou a maleabilidade do solo ou a dureza dos minerais. Nem os jardins, bosques ou pomares nós sabemos edificar, zelar ou usufruir.
E será assim, sob a extrema necessidade de repensarmos nossas vidas e a validade da nossa existência, que encerro esses meus protestos para como o nosso semelhante, e até mesmo eu, questionando como estamos a viver e conviver. Como está a nossa fé e o nosso acreditar no paraíso se não zelamos nem pela nossa casa e muito menos pelo cosmo celeste do Deus vivo e onipotente? Será que ele nos perdoará? Ou fará como o fez com os dinossauros a 63 milhões de anos atrás, varrendo-os da face da terra como num estalar de dedos?
Publicado no Facebook em 05/09/2018