Desatando os Nós
Longe de vingança em nome da Natureza, os sulistas, mais exatamente, paranaenses e gaúchos, foram os que mais desmataram o território florestal brasileiro.
De Norte à Sul, do Oiapoque ao Chuí, tem um rastro de destruição nos biomas da Serra do Mar e Mata Atlântica originados pelos toques das mãos desses povos.
Por sinal, Derrubadas (quando as cenas inspiram o título do filme) é o nome de uma cidade fronteiriça entre RS e Argentina. Em certa altura do limite divisório, está o lindíssimo Salto Yucuman; que poucos brasileiros sabem, portanto, quase nenhum brasileiro conhece.
Uma vez que não era de seu tempo, a IA intíma-me a perguntar, quantas são as famílias, cujos ancestrais que perderam tudo nesta inundação, - menos o que está depositado nos bancos - enriqueceram filhos, netos, bisnetos, irmãos, etc, desmatando, dizimando ninhos de pássaros e aves, liquidando espécies de animais miúdos, enfim, contribuindo com a extinção em massa da cadeia trófica dos habitats fragmentados? Quantas, quantas? Afinal, abriu clareira no habitat, a destruição e as más consequências são inevitáveis.
Uma semana antes de consumar a tragédia aquática, uma casa de repouso que era ligada (provavelmente de algum figurão do alto escalão) à Prefeitura de Porto Alegre, foi incendiada, liquidando 10 idosos; e deixando muitos outros com queimaduras.
Alguma notícia sobre os beijos roubados e os mais de 200 corpos queimados na incendiada boate Kiss? Por favor, divulgue-os nos comentários.
Ignorar a História, cujos fatos denunciam as (não) providências tomadas contra os acontecimentos em cada época, é repetir os erros do passado; e consequentemente, comprometer o futuro, que numa época qualquer, será presente.
Tragédias e catástrofes? Em breve teremos mais outras tantas. Afinal, onde impera a corrupção, o descaso e a impunidade, qualquer um é Rato dono do paiol; e nada de braçadas nas águas o imenso, gigante arroio.
Pelo fato de ser conivente com tudo, tirar proveito e vantagem em tudo, - a forte e rigorosa lei do Gérson, canhota de ouro, move as engrenagens - sordidamente, o brasileiro de modo geral, é um vivente sem família, sem vergonha, sem pátria, que espera o caos se instalar, para tentar uma solução; via de regra, gambiarra tapa-buraco imediatista.
Isso enquanto derem caras, holofotes e bocas para a tragédia, pois, assim que calarem, arquivam os fatos e queimam as imagens do acontecimento. Com a conivência e braços cruzados da massa bruta, por mais de 500 anos, essa é a maneira de governar do Poder Público brasileiro.
À saber, o poder é o povo. Portanto, deveras, a abastança de tragédias humanas e naturais não nos faltarão.