DESABAFO DE POETA
O poeta ou o musico que lida com a palavra versada cantada e escrita, tem na incumbência do seu oficio laboral, Fazer versos (rimados ou não) compor e cantar músicas, viver sempre procurando melhorar para agradar as pessoas onde por muitas vezes os faz pensar que vive mais preocupado em agradar aos outros que a si mesmo, ou o mais importante ainda: Tentam agradar a todos sem se importar se está ou não agradando a Deus).
A vida de um musico por exemplo, é como se fosse um esmeril, que com o tempo além de se desgastar pela insistência desse seu modo de vida, torna-se, apenas uma peça que já existiu e que de alguma forma, já teve uma utilidade.
Eu estou falando isso por mim, que antes(Lá atrás) eu percorria dezenas de quilômetros para dar uma entrevista numa rádio, onde tocavam minhas músicas(MAS SÓ ENQUANTO EU ESTAVA ALI) diziam assim: Vamos colocar na programação e etc. etc. etc. mas não colocavam. E o engraçado é que daquelas entrevistas concedidas, após deixar número de telefone, agora e-mail, face e instagram, twiter e tudo mais que pudesse ser encontrado) não havia o que chamam(e eu odeio isso) o Feed Back esperado.
Hoje, se me chamam para uma entrevista numa rádio, eu já não recebo aquele convite com o mesmo tesão de antes por achar que o que tinha de acontecer(apesar de não ter acontecido da forma que eu esperava) já aconteceu.
O mundo da música hoje é outro. Antes sonhávamos em apresentar trabalhos, nos Sescs, Casas de Culturas, Centros Culturais, e até mesmo em canais de televisão e rádios para divulgar (Quantas o fiz...) nosso trabalho tentando obter futuras contratações que não aconteciam.
Restaram então, bares restaurantes e churrascarias, de proprietários que gostavam mais da trilha sonora das suas caixas registradoras, do que da arte do musico que ali estava para entreter os seus clientes, onde por vezes lá estava eu mendigando míseros cachês para fazer a feira ou as compras de merca.
Quantas vezes toquei na noite, atendendo pedidos de pessoas que nem prestavam atenção no que eu cantava, quantas vezes fui roubado por donos de alguns desses estabelecimentos, onde não repassavam o couvert artístico honestamente?
Quantas vezes tive vontade de mandar esses caras pros quintos dos infernos, mas devido a necessidade dos valores eu me calava?
Recentemente, o músico (por uma questão de sobrevivência através da sua arte) teve que partir pra fazer lives (LAIVES) e colocar ali, o numero de conta bancária (E MAIS RECENTE O PIX) onde algumas pessoas compreendendo essa ação como um trabalho que merecia ser recompensado, contribuíam e ainda contribuem e isso quero de pronto agradecer a cada um que se mobilizou (e ainda o faz) para dar uma força entendendo a situação pela qual ainda se arrasta para alguns de nós.
Outros, porém, exercendo o seu descaso, ou incompreensão tão idiota, ou talvez até por estar mais precisado que o musico que apresenta esse tipo de prestação de serviço, além de não colaborar e QUEM SABE ATÉ FINGIR NÃO ENTENDER O TRABALHO DAQUELE PROFISSIONAL, ainda pede músicas como se estivesse num desses bares da vida, tratando o musico como se fosse VITROLA, TOCA DISCOS, APARELHO DE DVDs e similares.
O encanto pelos palcos, são como as luzes que os enfeitam, pois chega uma hora que elas se apagam no fim de cada espetáculo, tornando o ambiente um espaço comum.
Creio, (e peço desculpas por isso) que é exatamente assim como me sinto hoje. Não um carregador de frustrações, mas uma pessoa que precisava DE ALGUMA FORMA dizer isso para as outras pessoas que acham que somos a bailarina da caixinha de música, que não come, não paga as contas, não tem família, mas está sempre dançando, bastando com isso que alguem acione o mecanismo que a faça (COM MUITA TRISTEZA) ficar ali rodopiando até que seu tempo se esgote e ela volte a ser apenas um objeto sem vida, no aguardo do proximo que se interesse aciona-la.
Tenho como plano B, a literatura de cordel, as palestras (Works shops) para apresentar principalmente em salas de aulas. Para que vocês tenham uma ideia, JÁ SOMAM MAIS DE 15 cidades que mandei em cordel, a história de cada uma delas para tentar uma parceria com suas respectivas prefeituras, onde muitas delas deram o silencio como resposta a essas tão ricas e inovadoras propostas para as salas de aula e para a cidade como um todo.
Voltando ao foco da narrativa, se antes eu corria quilômetros para dar uma entrevista numa rádio, hoje já nem faço tanta questão assim.
Sou um musico que tenho meu trabalho autoral e procurei divulga-lo como pude, mas que hoje, meu pé está mais perto do freio do que do acelerador.
Abraços em todos e muito obrigado pelo carinho e atenção de cada um de todos vocês. Bora viver, que a vida, é pedaço de estrada que temos que percorrer com sapiência e muita atenção pelo viver pelo qual somos agraciados por recebe-la.