Crítica e autocrítica
Quando ouço, vejo, leio ou assisto a qualquer coisa, livros, jornais, artigos, histórias, programas de TV, internet, aciono imediatamente os meus filtros interiores, bons e vigilantes porteiros da minha mente, e acendo a lâmpada do discernimento para não entrar na onda de acreditar fácil e ingenuamente em tudo o que se propaga.
Admito que muita coisa, boa ou ruim, habita minha mente. Às vezes consigo defenestrar alguns pensamentos buliçosos e extravagantes, mas às vezes é quase impossível. Isso não significa que estou sempre jogando na retranca, protegendo-me das investidas da "pós-verdade" e das "fake news". Encanto-me com a ideia de olhar além, mergulhar no rio do tempo, aventurar-me a ser um buscador do bem, da beleza e da verdade.
Quantos acontecimentos fervendo em borbotões por aí! Tento lê-los e interpretá-los. Não mais me deixo enganar. Já quebrei a cara muitas vezes e espetacularmente na vida. Muitas (des)informações surfando nessas ondas são, de fato, versões edulcoradas da vida, recheadas da exaltações, triunfalismos, saudosismos, romantismos e outros ismos, como se tudo terminasse num "happy end". Ora, a história não é um jogo. Aqui e agora se passam os dramas humanos.
Que pena! As controvérsias, contradições e ambiguidades da vida muitas vezes são silenciadas.
Por que mentimos tanto e acreditamos tão facilmente em qualquer falácia vestida de sinceridade? Caiamos na real. Botemos os pés no chão da vida!