Curtos Excertos Culturais

Esvazie-se. Desinfle-se. Balão nenhum vale o quanto de volume possui. Não será você, o primeiro. Mais: ao desinflar-se, estarás contribuindo com menos massa no solo, resultando em menos chorume no lençol freático. Portanto, sede altruísta com a Natureza. Exercite a autossustentabilidade.

Saiba que o eco de seus berros e súplicas não repercutem em nada. Então, de uma vez por todas, cale-se por dentro, concentre-se no vazio, encaminhe sua essência para o nada; e o rugido faminto dos leões por carne, alimentar-se-á de seu exemplo.

Assim posto, felicidade, saciedade e leveza mental são provenientes do desapego material. Ao desapegar-se, se achega a Deus; e ao achegar-se a Deus, o Pai supremo ouve, acolhe e ilumina os que suspiram solidariedade misericordiosa.

O misericordioso inicia sua trajetória misericordiosa, tendo misericórdia de si. E finda no ganho coletivo...; portanto, desprenda-se!

Programas (Ensaio - Tv Cultura) como esse, mantém viva a memória da folclorista, apresentadora, professora, compositora, musicóloga e acima de tudo, brasileira de alma, cores, sons e canções, Inesita Barroso.

A sórdida morte imagina ser atroz, rude, aterradora e some, leva indevidamente, sabe-se lá para onde, quem não a pertence; mas ingenuamente, desatenta, também esquece alguma coisa para trás.

Por isso, Inesita corre viva no sangue das veias, que são as cordas das violas, quando tocadas. E o tocador ao acaricia-las, docemente, harmonias, acordes e arranjos atingem a perfeição das brasilidades nossas, de cada Estado!

Eita, Almir suspirador...; retrato sério e indecente de um pantanal, pertencente a um Brasil em chamas! Nem seus 7 sinais, esplendorosa obra-prima musicada, foi suficiente para não trocarem o brejo alagado, reduto de anfíbios e répteis, abrigo de muitas espécies de pássaros e aves, pela ardência do fogo.

Homo Sapiens: esse bicho evolução do Homo Erectus, num tem jeito, não, sinhô! Pois, então, o único filhote da linhagem luciferiana é fogo na roupa, Almir.

Belchior - Era uma vez um homem e seu tempo

A falta de preservação, manutenção e renovação, tanto geracional quanto cultural, é a trágica ruína de um povo. Em cadeia, trocaram o bom pelo razoável. O razoável pelo ruim; e o ruim pelo péssimo; e foi-se o país despenhadeiro abaixo.

Assim, o Brasil atual estacionou, encontrou o patamar desejado; e ao que parece, ficará acomodado, sentado à direita do Pai, soprando anéis de fumaça, poluindo a atmosfera, por longas décadas.

Quê as piruetas e debicadas da nave Hi Tec em queda-livre não cause tantos estragos ao atingir o solo, quê os danos sejam os menores, possíveis!

Prevendo super lotação, desejo de quem perdeu o embarque para o suicídio coletivo.

"Que os grãos de terra lhes sejam leves"!

Poeminha: Raízes Comunicantes

Nas mãos dos violeiros,

A viola ganha sentimento.

Sem palavras:

Sorri, chora, lamenta;

É toda emoção.

Fiéis um ao outro,

Sólido engajamento.

Obediente,

Feito brisa minuana,

Impulsionando corações;

Em água corrente,

Segui transportando,

Feito embarcação,

Sempre pra frente.

Se decidi parar,

Não é em qualquer porto,

De qualquer terreiro,

De qualquer palco,

Em qualquer mar.

Seleta,

Escolhe o peito seguro,

Olhos ternos,

Dedos sensíveis,

Almas sublimes;

De quem,

Sentimentos exprimem,

Para neles,

Suas cordas,

Ancorarem-se.

Brutalmente, animalescamente, o mestre gaúcho Yamandu Costa se afina com o instrumento; provando que nem sempre a cumplicidade se faz com carícias. E ambos se abraçam, se tocam, se rendem um ao outro.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 25/06/2021
Reeditado em 25/06/2021
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