Preciosidades provenientes da Mescalina
Em quê resulta saber inglês, dedilhar as cordas de violões, uma voz, melodiosamente afinada; uma mente brilhante, um microfone mudo, umas caixas de som rústicas, folhagens farfalhando soltas ao vento minuano, crianças correndo alegremente e um singelo coreto de praça?
Regida pelos pássaros, simplesmente, resulta na perfeição musical de Emerson Nogueira.
Num tempo que as sobras da ditadura impunha cultura qualificável à democracia, Eu perambulava pelo Extra supermercados, ( Extra não era o espaço em que fazia minhas pesquisas sobre bandas e compra de discos, porém, às vezes dava uma bisbilhotada na sessão de livros e discos) longe do consumo, porém próximo do que era excelente, quando meus olhos foram de encontro aos 2 primeiros CDs desse fantástico mineiro.
Li e reli o encarte e as obras. Tentado pelos deuses da boa arte, exclamei: "impossível esse cara ser ruim, tocando um repertório clássico, como esse"!
Botei os CDs debaixo do sovaco e apressei os passos para comprovar o pensado; ou quebra-los em pedacinhos e em seguida, tocar fogo nos CDs para esquecer o mau investimento.
E as minhas vistas não traíram minha mente; muito menos o meu conhecimento musical.
Quando o músico completou 15 anos de estrada, escrevi um longo e esmiuçado artigo sobre sua formação e carreira; afinal, como Cristo disse, as boas obras devem por dever e obrigação, ser difundidas pelos discípulos.
Contudo, dentro dos parâmetros consolidados pela democracia atual, separar a solidez e a singularidade de Emerson Nogueira da pluralidade de Anitas e MC Kevin (certamente, está fazendo o mentor do estilo dançar na boquinha da garrafa) é o mesmo que separar o joio do trigo. Mas como descrito, "tudo legitimado pela pluralidade democrática atual"; senão, caso contrário, serei taxado de discriminador, um separatista, digno de ser processado pelo mau gosto musical.
Ainda mais, que estamos na era do que importa é o volume e a quantidade existente no invólucro; e não a qualidade do produto. Lamentável, deplorável dita cracia dura do demo que dominou o país com o quanto pior, melhor.
Oswaldo Montenegro
Ainda que perdida nos montes de dunas desérticas, a poesia musicada ainda é o delírio daqueles que dão voz aos floridos e perfumados oásis, jamais cavalgados por beduinos e camelos; contudo, vistos e ouvidos pela abstração contida na emoção.
Um pé de coqueiro, é apenas um pé de coqueiro. Mas muitos pés de coqueiros juntos, forma um coqueiral; no qual, acariciadas pelos ventos, o tremular das folhagens é atrativo para as lentes.
Porém, o mais palatável, é a puríssima musicalidade da água, bem como a sonoridade da polpa do fruto proveniente do coqueiral. Nada melhor que sugar o coco poético de Oswaldo.
A pandemia chegou, cobriu o país com as cores dos veus da morte, e se não nesse momento, irá passar; todavia, a genuina e autêntica arte brasileira está indo, está passando, logo vai, porém, nada de renovação.
Motivo: não plantam mais coqueirais pelo país, como faziam muito antes da pandemia. Ademais, porque antes da pandemia já haviam os vírus da mídia e do dinheiro corroendo, assassinando a arte musicada.
Sorte dos que possuem ouvidos para a poesia musicada, que o (con) Sagrado Oswaldo Montenegro não se vendeu, portanto, sobreviveu e continuará vivo, compondo, cantando, tocando e alegrando corações, venha a procela pandêmica que vier.
Mescalina alquímica:
Ainda que perdida nos montes de dunas desérticas, a poesia musicada ainda é o delírio daqueles que dão voz aos floridos e perfumados oásis, jamais cavalgados por beduinos e camelos; contudo, vistos e ouvidos pela abstração contida na emoção.
Se és dotado de emoção, expanda a percepção, parando, ouvindo e reparando.
Um pé de coqueiro, é apenas um pé de coqueiro. Mas muitos pés de coqueiros juntos, forma um coqueiral; no qual, acariciadas pelos ventos, o tremular das folhagens é atrativo para as lentes.
Porém, o mais palatável, é a puríssima musicalidade da água, bem como a sonoridade da polpa do fruto proveniente do coqueiral. Nada melhor que sugar o coco poético de Oswaldo.
A pandemia chegou, cobriu o país com as cores dos veus da morte, e se não nesse momento, irá passar; todavia, a genuina e autêntica arte brasileira está indo, está passando, logo vai, porém, nada de renovação.
Motivo: não plantam mais coqueirais pelo país, como faziam muito antes da pandemia. Ademais, porque antes da pandemia já haviam os vírus da mídia e do dinheiro corroendo, assassinando a arte musicada.
Sorte dos que possuem ouvidos para a mescalina musicada, que o (con) Sagrado Oswaldo Montenegro não se rendeu aos maus vícios; portanto sobreviveu e continuará respirando, cantando, tocando, suspirando e alegrando corações, venha a procela pandêmica que vier.
Vida longa, menestrel dos bandolins, dos pássaros canoros, das meias metades, das luas inteiras, das noites vagas, das manhãs crepusculares, dos sóis em arrebóis, das tardes sonolentas.
Por fim, vida longa encantador de serpentes. Saibas que a mescalina sonora liberada por você, é quietude para a mente, alento para a imaginação e sossego para a alma!
Não há outro laboratório de ciências humanas, mais formador, mais versátil, mais instrutor, mais educador, que as estradas.
Em cada uma delas, um projeto geométrico característico apropriado à época é erguido, impondo ao estagiário atenção, moderação, limite. E se é laboratório experimental de humanas, humaniza.
Estando nas estradas, humildade e paciência são imprescindíveis para o êxito de chegar ao destino.
O avião voa por entre as nuvens,
Por aqui, por acolá,
Também por alí,
O andarilho anda,
Carro de boi carregado,
Geme no estradão,
E suando de felicidade,
Os pedaleiros sobre duas rodas,
Rodam.
Para os lapidadores de diamantes,
"Sofrer" é uma leve,
Divina dureza.