Lendas da Vitória Régia
 
A vitória-régia ou victória-régia (Victoria amazonica) é a maior planta aquática do mundo e tem a maior flor das Américas. Insere-se na família das Nymphaeaceae, típica da região amazônica. A planta é encontrada no Brasil, Bolívia e Guianas. Em terras brasileiras, é típica da região Norte, na bacia do Rio Amazonas. É, também, conhecida pelo nome popular de jaçanã. Possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água, e pode alcançar até 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos, se forem bem distribuídos em sua superfície. A floração ocorre desde o início de março até julho e pode ser branca, lilás, roxa, rosa ou amarela. A bela flor expele uma fragrância noturna adocicada do abricó, chamada pelos europeus de "rosa lacustre" e se mantém aberta até aproximadamente as nove horas da manhã do dia seguinte. No segundo dia, o da polinização, a flor é cor de rosa. Assim que as flores se abrem, o seu forte odor atrai os besouros polinizadores (cyclocefalo casteneaea), que a adentram e nelas ficam prisioneiros. Hoje existe o controle por novas tecnologias (adubação e hormônios) em que é possível controlar o tamanho dos pratos e com isso é muito usada no paisagismo urbano tanto em grandes lagos e pequenos espelhos d'água (Wikipédia).
 
PRIMEIRA VERSÃO DA LENDA:
 
Os pajés tupis-guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela do Céu.

Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse.

E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe. Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.

A lua quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.

Origem: Lenda de origem indígena. Para os índios assim nasceu a vitória-régia.
 
SEGUNDA VERSÃO DA LENDA:
 
Franz Kreüther Pereira, em sua obra “Painel de Lendas & Mitos da Amazônia”, traz-nos a seguinte versão:

Esta é uma das lendas inspiradas por Perudá (Rudá ou Perudá é o deus Tupi do amor, como Eros ou Cupido) e nasceu do amor entre a índia Moroti e o guerreiro Pitá. A história narra, como toda história de amor que se preze, ao menos na alegoria, mais um caso infeliz que termina mal.

Diz esta lenda que um índio chamado Pitá afogou-se nas águas caudalosas de um braço de rio, em busca da pulseira que a índia Moroti lhe havia atirado. Moroti, querendo mostrar para as amigas o quanto era amada pelo guerreiro, jogou a sua pulseira ao rio desejando que, como prova de amor, Pitá a trouxesse de volta.

O infeliz apaixonado atira-se nas águas turbulentas e não mais retorna. Desesperada e arrependida, Moroti joga-se atrás do amado, tendo igual fim.
No dia seguinte, a tribo presenciou o nascimento de uma grande flor, que ao centro era branca como o nome de Moroti, e as pétalas ao redor eram vermelhas como o nome do bravo Pitá.

A Vitória-Régia, a rainha das flores da Amazônia, só abre suas pétalas à luz do sol, recolhendo-se ao cair da noite, para abrir-se novamente no dia seguinte.
 
REFERÊNCIA
PEREIRA, Franz Kreüther. Painel de lendas & mitos da Amazônia. Pará: Belém, 2001, p. 67.
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 21/10/2018
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