Quem somos nós?
Transcorrem os dias tão depressa. As décadas que se sucedem não passam de instantes, momentos, átimos.
Ontem, recém-nascidos, os primeiros passos tortuosos. Eis o doce ensaio para a vida: passos vacilantes e quedas dolorosas. Até que um dia os passos se firmam, não mais caímos e aprendemos a viver.
E onde está a criança que há poucos instantes fomos nós?
A criança que olhava ao seu redor deslumbrada, colorindo e recolorindo o mundo com as cores da curiosidade, da inocência, do faz de conta.
Num breve instante, a adolescência. As descobertas, emoções, reações e sentimentalismos exacerbados.
E onde o jovem de outrora? Onde seus ideais, seus objetivos, o brilho no olhar?
Carrega ainda seus sonhos consigo ou já os perdeu pelo caminho, inundados pela maré das circunstâncias?
Hoje somos adultos. Temos papéis sociais a cumprir. Somos incumbidos de metas, deveres e obrigações.
Espera-se que sejamos o que devemos ser e façamos o que devemos fazer.
Todavia, quem somos nós?
Somos a criança que ensaia seus passos para a vida? O jovem imerso num sem-fim de emoções? Ou, ainda, o adulto em cujos ombros pesam grandes responsabilidades?
Passam os dias tão depressa. Das horas, restam apenas as cinzas. Houve tempo suficiente para a criança crescer? Para o jovem amadurecer? Para o adulto aprender a viver?
Quem somos nós?
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A ciência não mais trabalha com a noção de universo, mas sim com a de multiverso, um conjunto de todos os universos que estão relacionados, denominados universos paralelos.
Estima-se que, em nosso universo, devam existir algo em torno de duzentos bilhões de galáxias e uma delas é a nossa – a Via Láctea. De pequenas proporções, conta com cem bilhões de estrelas. Entre essas estrelas, uma em especial: o nosso sol.
Em torno dele, orbitam planetas. Um desses é onde vivemos, a Terra.
Na Terra, foram catalogadas mais de três milhões de espécies animais e, dentre elas, a nossa, homo sapiens. Essa espécie, por sua vez, tem sete bilhões de indivíduos.
E o questionamento se repete: quem somos nós?
Somos um individuo entre os sete bilhões de uma única espécie, computada entre as três milhões classificadas, que vive em um planeta que orbita uma estrela que é somente uma dentre as cem bilhões de estrelas que compõem nossa galáxia.
Esta é apenas uma dentre as duas centenas de bilhões de galáxias que existem no nosso universo, que é, finalmente, tão somente um, dentre diversos outros universos existentes.
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É a grandeza da obra que revela o seu Criador. As mesmas mãos que criaram todo esse esplendor em luz, também criaram a cada um de nós com infinitas oportunidades de progresso, de felicidade, de conhecimento, de evolução.
Somos, em nós mesmos, todo um universo a ser desbravado.
Não somos nosso sotaque, nem nossa posição social. Não somos nossos bens materiais, a religião que professamos , o cargo que exercemos e nem a cor de pele que temos.
Antes, somos o amor que cultivamos, o bem que praticamos , o conhecimento que adquirimos, as lições que aprendemos, a verdade que buscamos.
Do universo de possibilidades de que somos constituídos, nós somos as escolhas que fazemos.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no texto
Com quem você pensa que está falando,
de Mário Cortella.
Em 7.12.2015.