Filme GOLD: onde está o seu coração
"Onde está o teu tesouro aí estará o teu coração." Jesus Cristo.
Eu queria fazer igual aos filmes que, sempre antes de começar a rodar, tem uma frase de efeito dita por alguém com uma voz bem marcante e que resume para nós a história do filme. Então, se você puder ler novamente a frase inicial ouvindo na sua mente aquela voz marcante, faça, por favor!!!
Pronto! Feito isso, vamos falar um pouco sobre o filme que me propus trazer.
O nome dele em inglês é Gold. Em português não vi ainda, mas já tem no youtube o filme dublado para quem quiser conferir.
Gold em inglês significa ouro. Já fica o primeiro spoiler do filme. Se bem que minha intenção não é fazer análise do filme ou trazer um resumo do mesmo, mas fazer um paralelo da obra fictícia com a vida real dura e crua.
Vamos lá!!!
Um cara encontra aleatoriamente, no deserto, uma pepita de ouro de 900 quilos. Não é pouca coisa. Faça as contas vocês mesmos: uma onça de ouro ( onça é a medida de peso utilizada para quantificar o ouro) pesa, arredondando, 25 gramas e, segundo um site que pesquisei, uma onça vale 11 mil reais. Se for mentira é mentira lá do site. Agora, faça os cálculos!!! Multiplique 900 por 1000 ( gramas) e divida por 25 ( que é o peso da onca). Vai da dinheiro demais.
Pois bem. Só que o rapaz não estava sozinho. Tinha uma pessoa junto com ele e ambos tentam de todas as formas retirar o ouro do local e leva-lo embora para vender e curtirem a vida de milionários.
Segundo minhas contas, o ouro vale quase 340 milhões de reais, dividido para dois, 170 milhões de reais para cada. Uma bela de uma aposentadoria, não é mesmo? Se fosse comigo o acontecido, já combinava ali mesmo: 50/50. Eu achei e você me ajuda a tirar daqui. Mas, como confiar em uma pessoa que eu não conheço? E se ele quiser o meu ouro só para ele. São questionamentos legítimos de quem achou o ouro. Afinal, ele achou. Já é sentimentalmente o dono, sem falar nos milhares de planos em mente. Mas, inevitavelmente, precisa da ajuda do outro.
Outro é um velho enrolão. E, já sabe que a sua parte do tesouro é garantida pois sozinho o sortudo do achador de ouro não irá a lugar algum. 900 quilos de ouro não dá pra colocar na cabeça e sair por aí.
Então, ambos entram em um acordo. O velho vai buscar uma escavadeira enquanto o sortudo achador do ouro ficará tomando conta do seu tesouro, fazendo de tudo para proteger sua riqueza.
Os dias passam, o velho não volta no tempo previsto e aos poucos a comida e a água vão acabando. Mas o achador do tesouro segue firme protegendo o seu ouro. Nada podia afasta-lo da sua enorme pepita.
Sob sol do deserto, ele segue a procura de alguma coisa que possa amenizar a sua jornada de guardião do ouro. Mas, tempestades de areia e cães selvagens o afugentam o tempo todo. No entanto, ele está firme em seu propósito. Quer um dia usufruir da riqueza que aquele ouro lhe garantirá. Já sente os prazeres advindos do seu dantesco esforço. Seu sócio está vindo para resgatar o prêmio e partirem para curtir a nova vida.
Todo dia e o dia todo ele olha o ouro. Talvez para ter a certeza de que ainda está lá. Mas, para onde 900 quilos de ouro iriam? Porém, mesmo assim, ele não tira os olhos da sua riqueza. É o seu ouro. O maior golpe de sorte que lhe sucedeu. Não vai fugir das suas mãos.
Mas, de repente, chega uma pessoa estranha. Momento de grande tensão. Uma mulher forasteira e cheia de perguntas. Não irá demorar muito para que ela descubra sobre o ouro e o tome para si. Assim, para evitar que seu tesouro de 900 quilos seja roubado, ele mata a invasora. Nada poderá ficar entre ele e seu ouro. Afinal, seu parceiro está vindo com uma escavadeira e juntos retirarão o ouro e partirão para a nova vida.
O tempo segue passando e acaba-se todas as provisões. Restando ele e o ouro. O bastante. Tudo podia acabar, mas ele tinha a esperança logo ali, seu ouro. Seu. Todo seu.
O telefone via satélite toca e é o seu parceiro. Foi o bastante para ele compreender tudo. Nunca haveria um resgate. Não para ele. Para o ouro sim. Bastava ele apenas morrer para o ganancioso amigo voltar para pegar todo o ouro.
"Mas, o ouro é meu. Fui eu quem o achou." Pode ter pensado o guardião do ouro. Ele até teve uma chance de ir embora com um pedacinho do ouro. Algo cerca de 10 quilos. Em torno de 4 milhões de reais, mas não, ele queria os 900 quilos. Sem forças, sucumbe aos cães selvagens que comem as suas entranhas.
Teve a oportunidade de ir embora com parte do prêmio. Talvez se tivesse contado para a mulher estranha sobre seu tesouro, ela o tivesse ajudado em troca de parte do prêmio. Mas ele queria o ouro para si. O ouro da sua vida. Ou melhor o ouro da sua morte.
O que aconteceu depois? O filme está no youtube. Vale a pena assistir. Só queria trazer uma reflexão sobre o quanto damos valor aquilo que supomos ter, corremos atrás cegamente, ou lutamos dia e noite para conseguir achando que estamos fazendo o certo mas que, ao final, pode ser o motivo da nossa desgraça.