Como funciona um disco de vinil?
A história dos discos de vinil começa nos cilindros do fonógrafo de Thomas Edison, passa pelo gramofone e os discos fonográficos feitos em goma-laca de Berliner, até chegar no long play de 12 polegadas em 1932.
Nos próximos cinquenta anos, o resistente disco de vinil iria reinar absoluto no mercado fonográfico, sendo pouco ameaçado pelas fitas cassete e pelos cartuchos Stereo 8. Seu reinado só seria ameaçado em 1982, com a chegada do CD (compact disc). Quando surgiu, em 1932, o disco de vinil rodava a 33rpm e possibilitava a gravação de 25 minutos de música em cada lado.
Esse modelo seria vital para popularizar o rock n’ roll, principalmente pelos discos de 7 polegadas e 45rpm que traziam os singles (no Brasil, conhecidos como compactos) de sucesso dos artistas. Claro que as capas ajudaram a popularizar os LPs, mas chega de conversa e vamos saber como funciona um disco de vinil.
De forma bem simples no disco de PVC as ondas sonoras são literalmente desenhadas. Depois, quando a agulha do toca-discos vai passando pelo sulco gravado, o som é reproduzido. Porém, vamos detalhar um pouco mais o processo. O primeiro ponto é: como produzir um disco de vinil que reproduza música?
Após o registro em estúdio da música em formato analógico ou digital, uma máquina gravava esta informação fazendo ranhuras na laca que revestia um disco de alumínio polido. Estas ranhuras são as impressões das ondas sonoras gravadas em estúdio, que eram gravadas em formato de V na matriz de alumínio em uma onda dobrada ou duas ondas, dependendo se o disco sera mono ou estéreo, respectivamente.
Esse disco de alumínio é banhado com prata e níquel, formando uma camada metália que é separada do disco original. Essa camada é chamada de master metálica e servirá de molde para a produção dos discos de vinil em escala industrial.
Com a master pronta ela é encaixada em máquinas que aplicam uma força de cem toneladas sobre um “biscoito” maciço de PVC derretido, gravando os discos de vinil. Em menos de trinta segundos um disco de vinil é prensado e cortado, pronto para ser rodado num toca-discos.
Com o disco girando em sentido horário (em rotações de 78 rpm, 45 rpm ou 33rpm), a agulha (em geral, de safira ou diamante; de formato cônico ou elíptico) irá ler as ranhuras com sua ponta enquanto percorre os sulcos gravados no vinil, vibrando de acordo com as pequenas ondulações.
Da agulha, as vibrações passam para a capsula fonocaptora (que pode ser de cerâmica, magnética, etc) e farão o imã ali existente (junto a uma bobina) se mover, interferindo no campo magnético gerado por ele.
Nesse processo, transforma-se a energia mecânica das vibrações em sinais elétricos que passam pela bobina da cápsula em direção ao fios ao longo do braço do toca-discos. Dali, o sinal elétrico viaja até o alto-falante e passa por outra bobina em corrente alternada, gerando um campo magnético que é atraído e repelido pelo imã inúmeras vezes por segundo.
Esse processo transforma, nos alto-falantes, os sinais elétricos em energia mecânica que fazem vibrar o diafragma (a estrutura côncava do alto-falante feita de plástico ou papel) que desloca o ar criando ondas de som. E assim a mágica, ou melhor, a ciência dos discos de vinil acontece.