O INTERIOR DA TERRA
O homem já foi à Lua, que fica a cerca de 384 mil quilômetros de nosso planeta. Mas os pesquisadores ainda não conseguiram chegar ao centro da Terra, que está a 6.400 quilômetros de sua superfície, onde vivemos. Então, de que modo os cientistas sabem como é o interior da Terra?
Com todas as tecnologias, o máximo que se conseguiu até hoje foi fazer um "arranhão" de cerca de dez quilômetros de profundidade da Terra. Você pode imaginar o porquê dessa dificuldade toda? O fato é que não dá para, simplesmente, "cortar" a Terra como se ela fosse um abacate para saber como é por dentro. No entanto, os geofísicos, cientistas que estudam a estrutura da Terra, sabem como ela "nasceu" e como ela é hoje.
Um dos melhores métodos para estudar a Terra por dentro é usar ondas sísmicas, que atravessam todo o planeta quando há um terremoto. Essas ondas podem fornecer informações detalhadas da composição e do estado físico das rochas no interior da Terra.
Para explicar como isso é possível, vamos dar um exemplo. Quando uma mulher está grávida e quer saber se o bebê está bem, se é menina ou menino, o que faz o médico? Ele não vai cortar a barriga da mãe, não é? É preciso encontrar uma forma de ver como as coisas estão lá dentro, e um método muito usado é a ultra-sonografia, na qual o médico encosta na barriga da mulher um aparelho que gera ondas acústicas, parecidas com as ondas emitidas por um toca-discos. Não podemos ouvir essas ondas, mas o aparelho pode detectá-las.
As ondas acústicas penetram na barriga, batem nos obstáculos existentes em seu interior (no caso o bebê) e retornam ao aparelho. Se o obstáculo está mais perto do aparelho, as ondas voltam rapidamente; se está mais longe, demoram mais tempo. O aparelho fica acoplado a um computador com um programa especial que consegue transformar esses tempos diferentes de chegada em uma imagem, que é mostrada num aparelho de televisão.
Quando acontece um terremoto, são geradas muitas ondas sísmicas (algumas parecidas com as ondas da ultra-sonografia), que viajam pelo interior da Terra. Essas ondas também batem nos obstáculos e vão para a superfície terrestre. Se tivermos aparelhos que detectem essas ondas, poderemos descobrir como estão as coisas no interior da Terra nos locais por onde elas passarem.
Como a Terra é muito maior do que a barriga de uma mulher, são necessárias muitas ondas e muitos aparelhos recebendo as ondas, distribuídos por todo o planeta para conseguir "enxergar" seu interior com detalhes. Você imaginava que os terremotos poderiam ajudar os cientistas assim? Os terremotos são mais freqüentes do que se imagina: a toda hora acontece um em algum lugar da Terra. No entanto, a "imagem" que se tem do interior da Terra não é tão boa quanto a de um exame de ultra-sonografia.
Seria necessário que ocorressem muitos terremotos bem grandes em pouco tempo e em diversos locais para se terem imagens boas da Terra quanto as que são obtidas de dentro da barriga.
Mas, infelizmente, para os cientistas e felizmente para as pessoas, os grandes terremotos não acontecem a toda hora.
Ora, isto - ele subiu - que é, senão que também antes tinha decido às partes mais baixas da Terra?
Aos Efésios 4: 9
SERIA O HADES?
Nós vivemos na superfície da Terra, pisando a crosta terrestre. Com uma espessura de apenas cerca de 35 quilômetros nos continentes, a crosta envolve a Terra como a casca de um ovo. Logo abaixo dela, há o manto, que chega a cerca de 3.000 quilômetros de profundidade e é composto por ROCHA EM ESTADO FLUIDO (como se fosse um líquido denso). Abaixo do manto, existe um NÚCLEO MÉTÁLICO, de FERRO E NÍQUEL, que é sólido até cinco quilômetros de profundidade e líquido a partir daí até o centro da Terra. A temperatura nesse local é de 4.500°C, ou seja, mais de cem vezes a temperatura de um dia insuportável de calor no Rio de Janeiro.
Nossa pergunta é a seguinte: Alguém conseguiria sair do centro da Terra se por acaso conseguisse chegar até lá?
Fonte: INSTITUTO ASTRONÔMICO E GEOFÍSICO DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO