Dramaturgia Sem Humanismo - A Face Triste Brasileira
A fome, a falta de oportunidades educacionais, o regime de sub-escravidão devido ao baixo salário submetidos a maioria dos brasileiros, são pontos que nunca foram temas de personagens. O motivo ainda é uma incógnita, mas pode ser estudado.
É fato que diariamente se formam escritores e roteiristas, porém, nas grades dos cursos e nos tópicos dos livros, os problemas sociais referidos acima, não tem o menor espaço, são ignorados, não chegam a serem exemplos, muito menos lições.
Talvez a desculpa de que o realismo não seja lucrativo, usada pelas produtoras, tenha uma parcela de verdade, contudo, essa classe, é para a economia: R$170.000.000.000,00, coloquei em número para que percebam a importância, e vejam assim, que personagens bem trabalhados, podem trazer um retorno financeiro muito em conta.
Percebam que, deixar de desprestigiar a classe carente, é pedi para que ela se revolte porque não veem suas lutas, dramatizadas.
Ouso a dizer: o herói não é mais 100% aquele que conquista riqueza, aquele que luta pelo coletivo também se enquadra no papel; defender também com cooperativismo pode ser uma ferramenta de transformação e enriquecimento dramático.
Inovação, audácia ainda não dão certo, uma vez que caminhos como o financiamento coletivo carecem da participação da classe mais pobre, e o "Marketing Digital" é ineficaz em suas campanhas para esse nicho, na verdade, elas nem existem.
Assim o caminho a se optar é debater um meio termo com a classe média, a detentora do protagonismo na dramaturgia. Onde a meritocracia é a perfeição de todo cidadão. Deve-se buscar espaço e apresentar situações onde não há condições de alcançar os objetivos pelo mérito, necessitando de apoio, e esperando que apoie também.
De maneira que os dois heróis coexistam, tanto o burguês quanto o plebeu. O que não pode ser mantido na dramaturgia é a existência de apenas um.
Diversificar é bom para a representação e é bom também para o entretenimento nacional.