O Relógio e a Parede
Um Apólogo sobre a Vaidade e a Necessidade
Era uma vez um relógio de ouro, reluzente e imponente, que adornava a parede de um suntuoso salão. Com seu pêndulo balançando ritmicamente e seus ponteiros deslizando com elegância, ele exibia a hora com a maior precisão. Tão orgulhoso de si mesmo, o relógio menosprezava todos os outros objetos da sala, desde o simples vaso de flores até o elaborado lustre de cristal.
"Eu sou o mais importante de todos", pensava ele para si mesmo. "Sem mim, ninguém saberia que horas são. Sou o coração desta casa, o mestre do tempo."
Um dia, uma pequena racha apareceu no mostrador do relógio. No início, era quase imperceptível, mas com o passar do tempo, foi se alargando cada vez mais, até que os números começaram a se desfazer. O relógio ficou desesperado. Ele tentou de tudo para esconder a racha, mas nada funcionava.
"Como poderei continuar sendo admirado se estou quebrado?", lamentou o relógio.
A parede, que ouvira todas as suas lamentações, falou: "Meu querido relógio, sua beleza e precisão eram admiráveis, mas a verdadeira importância de um relógio não está em sua aparência, mas em sua função. Você foi criado para marcar o tempo, para guiar as pessoas e ajudá-las a organizar suas vidas. A racha pode ter afetado sua beleza, mas não sua utilidade."
O relógio, envergonhado, entendeu a lição. A partir daquele dia, ele passou a valorizar mais sua função do que sua aparência. E embora nunca mais tenha sido o mesmo relógio reluzente de antes, continuou a marcar o tempo com precisão, cumprindo seu papel com humildade e dedicação.
Moral da história: A verdadeira beleza está na utilidade e a verdadeira importância reside na capacidade de servir aos outros. A vaidade pode nos cegar para nossas qualidades verdadeiras e nos levar à ruína.