AS DOZE MAIORES MÚSICAS NACIONAIS

Saiba um pouco mais sobre a história da música popular brasileira, conhecendo as doze composições eleitas como as maiores e mais importantes do país, de todos os tempos. Confira!

1 - Construção/ Chico Buarque

Em 1971, Chico criticou indiretamente o sistema, através da música "Construção", que narra a vida e a morte de um operário da construção civil. Sem medida ideal pra sobreviver às condições precárias de trabalho, o sistema leva a culpa por ações do governo que levavam a este fim.

Letra:

Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina

Ergueu no patamar quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo num desenho mágico

Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe

Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado

E flutuou no ar como se fosse um pássaro

E se acabou no chão feito um pacote flácido

Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último

Beijou sua mulher como se fosse a única

E cada filho seu como se fosse o pródigo

E atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se fosse sólido

Ergueu no patamar quatro paredes mágicas

Tijolo com tijolo num desenho lógico

Seus olhos embotados de cimento e tráfego

Sentou pra descansar como se fosse um príncipe

Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo

Bebeu e soluçou como se fosse máquina

Dançou e gargalhou como se fosse o próximo

E tropeçou no céu como se ouvisse música

E flutuou no ar como se fosse sábado

E se acabou no chão feito um pacote tímido

Agonizou no meio do passeio náufrago

Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina

Beijou sua mulher como se fosse lógico

Ergueu no patamar quatro paredes flácidas

Sentou pra descansar como se fosse um pássaro

E flutuou no ar como se fosse um príncipe

E se acabou no chão feito um pacote bêbado

Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado.

2 - Águas de Março/ Elis Regina e Tom Jobim

A música mais conhecida na voz de Elis, foi lançada primeiramente por Tom Jobim no compacto intitulado "Disco de Bolso, o Tom de Jobim e o Tal de João Bosco". Em 1972, Elis regravou no álbum "Elis".

Em outras ocasiões, "Águas de Março" já foi considerada a canção mais importante de todas, no Brasil. E internacionalmente, como uma das dez músicas mais bonitas do século.

A música, em todo o seu contexto ecológico e do verdadeiro cenário brasileiro, trata do mês de março, quando termina-se o verão, de chuvas fortes e ventanias.

Aqui, a água é utilizada como fonte de renascimento, uma "promessa de vida".

Letra:

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um caco de vidro, é a vida, é o sol

É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É peroba do campo, o nó da madeira

Caingá candeia, é o Matita-Pereira

É madeira de vento, tombo da ribanceira

É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira

É a viga, é o vão, festa da cumeeira

É a chuva chovendo, é conversa ribeira

Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira

Passarinho na mão, pedra de atiradeira

É uma ave no céu, é uma ave no chão

É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho

No rosto um desgosto, é um pouco sozinho

É um estepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto

É um pingo pingando, é uma conta, é um conto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando

É a luz da manha, é o tijolo chegando

É a lenha, é o dia, é o fim da picada

É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama

É o carro enguiçado, é a lama, é a lama

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã

É um resto de mato na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão

É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto do toco, é um pouco sozinho

É uma cobra, é um pau, é João, é José

É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão

É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã

É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão

É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho

Pau, pedra, fim do caminho

Resto de toco, pouco sozinho

Pau, pedra, fim do caminho

Resto de toco, pouco sozinho

Pedra, caminho

Pouco sozinho

Pedra, caminho

Pouco sozinho

Pedra, caminho

É o toco...

3 - Carinhoso/ Pixinguinha

Mesmo tendo sido composta há mais de 100 anos, ainda é a melodia mais famosa da música popular brasileira.

Composta por Pixinguinha aos 18 anos de idade e posteriormente, recebendo a letra de João de Barro, permaneceu escondida durante alguns anos, por medo do autor de ser considerada muito americanizada.

Entre milhares de regravações e releituras, ela ocupa um lugar dentro de todos nós.

Letra:

Meu coração, não sei por quê

Bate feliz quando te vê

E os meus olhos ficam sorrindo

E pelas ruas vão te seguindo,

Mas mesmo assim foges de mim.

Ah se tu soubesses

Como sou tão carinhoso

E o muito, muito que te quero.

E como é sincero o meu amor,

Eu sei que tu não fugirias mais de mim.

Vem, vem, vem, vem,

Vem sentir o calor dos lábios meus

À procura dos teus.

Vem matar essa paixão

Que me devora o coração

E só assim então serei feliz,

Bem feliz.

4 - Asa Branca/ Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira

Escrita há mais de 60 anos, e com uma letra absolutamente atual, encontra-se ainda hoje no cenário do sertanejo brasileiro, retratando a vida dura e a seca do sertão.

Logo, a "asa-branca", pássaro típico da região da caatinga, representando a paz e a saudade, atua com o papel de quem bate as asas em busca de uma vida melhor.

Letra:

Quando olhei a terra ardendo

Qual a fogueira de São João

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação.

Que braseiro, que fornalha

Nem um pé de "prantação"

Por falta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Por farta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão.

"Inté" mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

Então eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Então eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração.

Hoje longe, muitas léguas

Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim voltar pro meu sertão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim voltar pro meu sertão.

Quando o verde dos teus olhos

Se espalhar na "prantação"

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu voltarei, viu, meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu voltarei, viu, meu coração.

5 - Mas Que Nada/ Jorge Ben Jor

Escrita em 1963, ainda soa quente em nossos ouvidos.

Em 2006, a música foi regravada pela banda Black Eyed Peas e Sergio Mendes.

Recheada de samba com rock, jazz, pop, funk e maracatu, traz a "poesia pura e simples do brasileiro autêntico.”

Letra:

Hu há, há, há, há, hi

Oooô lariá laiô obá obá obá

Oooô ooô ooô lariá laiô obá obá obá

Mas que nada

Sai da minha frente eu quero passar

O samba está animado

Que eu quero é sambar

E esse samba que é misto de maracatu

É samba de preto velho

Samba de preto tu

Mas que nada

Um samba como esse tão legal

Você não vai querer que eu chegue no final

Oooo lariá laiô hobá hobá hobá

Oooo ooô lariá laiô hobá hobá hobá

6 - Chega de Saudade/ João Gilberto/Vinícius de Moraes/Tom Jobim

Ela é considerada o marco zero da bossa nova, cheia de suingue e ritmo. O violão ao fundo dá vontade de nunca mais parar de ouvir...

Letra:

Vai minha tristeza

E diz a ela que sem ela não pode ser

Diz-lhe numa prece que ela regresse

Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade

A realidade é que sem ela

Não há paz não há beleza

É só tristeza e a melancolia

Que não sai de mim

Não sai de mim, não sai

Mas se ela voltar

Se ela voltar que coisa linda

Que coisa louca

Pois há menos peixinhos a nadar no mar

Do que os beijinhos

Que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços, os abraços

Hão de ser milhões de abraços

Apertado assim, colado assim, calado assim

Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio

De você viver sem mim

Não quero mais esse negócio

De você longe de mim

Vamos deixar esse negócio

De você viver sem mim.

7 - Aquarela do Brasil/ Ary Barroso

Uma das mais populares canções brasileiras de todos os tempos, escrita pelo compositor mineiro Ary Barroso em 1939. O samba foi gravado a primeira vez por seu parceiro Francisco Alves, e depois por diversos artistas que vão de Carmen Miranda a Frank Sinatra, passando por João Gilberto, Caetano Veloso, Gal Costa, Erasmo Carlos e Elis Regina.

Antes de ser gravada, "Aquarela do Brasil" inicialmente foi chamada de "Aquarela Brasileira".

Letra:

Brasil, meu Brasil Brasileiro,

Meu mulato inzoneiro,

Vou cantar-te nos meus versos:

O Brasil, samba que dá

Bamboleio, que faz gingar;

O Brasil do meu amor,

Terra de Nosso Senhor.

Brasil!... Brasil!... Prá mim!... Prá mim!...

Ô, abre a cortina do passado;

Tira a mãe preta do cerrado;

Bota o rei congo no congado.

Brasil!... Brasil!...

Deixa cantar de novo o trovador

À merencória à luz da lua

Toda canção do meu amor.

Quero ver essa Dona caminhando

Pelos salões, arrastando

O seu vestido rendado.

Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!...

Brasil, terra boa e gostosa

Da moreninha sestrosa

De olhar indiferente.

O Brasil, verde que dá

Para o mundo admirar.

O Brasil do meu amor,

Terra de Nosso Senhor.

Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!...

Esse coqueiro que dá coco,

Onde eu amarro a minha rede

Nas noites claras de luar.

Ô! Estas fontes murmurantes

Onde eu mato a minha sede

E onde a lua vem brincar.

Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro

É o meu Brasil Brasileiro,

Terra de samba e pandeiro.

8 - Gita/ Raul Seixas/ Paulo Coelho

Gravada ao longo do primeiro semestre de 1974, Gita foi inspirada no misticismo que envolvia as vidas de Raul Seixas e Paulo Coelho. O título veio do livro sagrado do Hinduísmo, o Bhagavad Gita.

Uma curiosidade importante sobre essa mística canção, é a de que ela contou com 62 pessoas no estúdio para gravar seus arranjos – com Raul Seixas ao piano, além de uma enorme orquestra que se revezava no estúdio, executando um momento sublime do pop brasileiro: “Gita”. Raul queria algo épico. Ele sabia que seria uma marca deixada na face da história da música.

Letra:

“Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando, foi justamente num sonho que Ele me falou.”

Às vezes você me pergunta

Por que é que eu sou tão calado,

Não falo de amor quase nada

Nem fico sorrindo ao teu lado.

Você pensa em mim toda hora

Me come, me cospe, me deixa,

Talvez você não entenda

Mas hoje eu vou lhe mostrar.

Eu sou a luz das estrelas

Eu sou a cor do luar,

Eu sou as coisas da vida

Eu sou o medo de amar.

Eu sou o medo do fraco

A força da imaginação,

O blefe do jogador

Eu sou, eu fui, eu vou.

Gita, Gita, Gita, Gita...

Eu sou o seu sacrifício

A placa de contra-mão,

O sangue no olhar do vampiro

E as juras de maldição.

Eu sou a vela que acende

Eu sou a luz que se apaga,

Eu sou a beira do abismo

Eu sou o tudo e o nada.

Por que você me pergunta

Perguntas não vão lhe mostrar,

Que eu sou feito da terra,

Do fogo, da água, do ar.

Você me tem todo dia

Mas não sabe se é bom ou ruim,

Mas saiba que eu estou em você

Mas você não está em mim.

Das telhas eu sou o telhado

A pesca do pescador,

A letra "A" tem meu nome

Dos sonhos eu sou o amor.

Eu sou a dona de casa

Nos pegue pagues do mundo,

Eu sou a mão do carrasco

Sou raso, largo, profundo,

Gita, Gita, Gita, Gita...

Eu sou a mosca da sopa

E o dente do tubarão,

Eu sou os olhos do cego

E a cegueira da visão.

Mas eu sou o amargo da língua

A mãe, o pai e o avô.

O filho que ainda não veio,

O início, o fim, e o meio.

O início, o fim, e o meio.

Eu sou o início, o fim e o meio.

Eu sou o início, o fim e o meio.

9 - Panis et Circencis/ Os Mutantes

Uma das canções mais importantes da Tropicália, deriva o nome de um uso errôneo de uma expressão latina que Décio Pignatari chamou de "delicioso provincianismo de vanguarda". Seu nome escrito e reescrito de várias formas, perpetua a confusão até hoje.

Sendo gravada e regravada por várias pessoas, até hoje, foi considerada uma "peça tropicalista bem-acabada, perfeita", por Gilberto Gil.

Letra:

Eu quis cantar

Minha canção iluminada de sol

Soltei os panos sobre os mastros no ar

Soltei os tigres e os leões nos quintais

Mas as pessoas na sala de jantar

São ocupadas em nascer e morrer

Mandei fazer

De puro aço luminoso um punhal

Para matar o meu amor e matei

Às cinco horas na avenida central

Mas as pessoas na sala de jantar

São ocupadas em nascer e morrer

Mandei plantar

Folhas de sonho no jardim do solar

As folhas sabem procurar pelo sol

E as raízes procurar, procurar.

10 - Detalhes/ Roberto Carlos

O "Rei" não poderia ficar de fora dessa.

De uma maneira brilhante, Roberto e Erasmo conseguiram definir todas as sensações de um amor, desde a alegria, até a vingança.

Boatos dizem que a musa de "Detalhes" seria Magda Fonseca, ex-namorada de Roberto, que afirma que mesmo sendo um cara tão comum, dele, ela nunca vai esquecer.

Letra:

Não adianta nem tentar me esquecer

Durante muito tempo em sua vida

Eu vou viver

Detalhes tão pequenos de nós dois

São coisas muito grandes pra esquecer

E a toda hora vão estar presentes

Você vai ver

Se um outro cabeludo aparecer na sua rua

E isto lhe trouxer saudades minhas

A culpa é sua

O ronco barulhento do seu carro

A velha calça desbotada ou coisa assim

Imediatamente você vai lembrar de mim

Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido

Palavras de amor como eu falei, mas eu duvido!

Duvido que ele tenha tanto amor

E até os erros do meu português ruim

E nessa hora você vai lembrar de mim

A noite envolvida no silêncio

Do seu quarto

Antes de dormir você procura

O meu retrato

Mas da moldura não sou eu quem lhe sorri

Mas você vê o meu sorriso mesmo assim

E tudo isso vai fazer você lembrar de mim

Se alguém tocar seu corpo como eu

Não diga nada

Não vá dizer meu nome sem querer

À pessoa errada

Pensando ter amor nesse momento

Desesperada você tenta até o fim

E até nesse momento você vai

Lembrar de mim

Eu sei que esses detalhes vão sumir

Na longa estrada

Do tempo que transforma todo amor

Em quase nada

Mas "quase" também é mais um detalhe

Um grande amor não vai morrer assim

Por isso, de vez em quando você vai

Vai lembrar de mim

Não adianta nem tentar me esquecer

Durante muito tempo em sua vida

Eu vou viver

Não, não adianta nem tentar

Me esquecer.

11 - Alegria, Alegria/ Caetano Veloso

Alegria, Alegria, foi a música que levou o movimento tropicalista ao público, no famoso III Festival da TV Record, no ano de 1967.

Segundo Caetano, a apresentação ao lado da banda argentina Beat Boys, com seus cabelos longos, guitarras e cores, era de forma gritante aquilo tudo o que os nacionalistas da MPB mais temiam e detestavam.

A ideia, era uma "marcha de carnaval transformada", que expunham as referências pop da época.

Letra:

Caminhando contra o vento

Sem lenço e sem documento

No sol de quase dezembro

Eu vou

O sol se reparte em crimes

Espaçonaves, guerrilhas

Em cardinales bonitas

Eu vou

Em caras de presidentes

Em grandes beijos de amor

Em dentes, pernas, bandeiras

Bomba e Brigitte Bardot

O sol nas bancas de revista

Me enche de alegria e preguiça

Quem lê tanta notícia

Eu vou

Por entre fotos e nomes

Os olhos cheios de cores

O peito cheio de amores vãos

Eu vou

Por que não, por que não

Ela pensa em casamento

E eu nunca mais fui à escola

Sem lenço e sem documento

Eu vou

Eu tomo uma Coca-Cola

Ela pensa em casamento

E uma canção me consola

Eu vou

Por entre fotos e nomes

Sem livros e sem fuzil

Sem fome, sem telefone

No coração do Brasil

Ela nem sabe até pensei

Em cantar na televisão

O sol é tão bonito

Eu vou

Sem lenço, sem documento

Nada no bolso ou nas mãos

Eu quero seguir vivendo, amor

Eu vou

Por que não, por que não.

12 - Canto de Ossanha/ Baden Powell/ Vinicius de Moraes

- "O canto da mais difícil e mais misteriosa das deusas do candomblé baiano. Aquela que sabe tudo sobre as ervas, sobre a alquimia do amor."

Letra:

Deaaá! Deeerê! Deaaá!

O homem que diz "dou"

Não dá!

Porque quem dá mesmo

Não diz!

O homem que diz "vou"

Não vai!

Porque quando foi

Já não quis!

O homem que diz "sou"

Não é!

Porque quem é mesmo "é"

Não sou!

O homem que diz "tou"

Não tá

Porque ninguém tá

Quando quer

Coitado do homem que cai

No canto de Ossanha

Traidor!

Coitado do homem que vai

Atrás de mandinga de amor...

Vai! Vai! Vai! Vai!

Não Vou!

Que eu não sou ninguém de ir

Em conversa de esquecer

A tristeza de um amor

Que passou

Não!

Eu só vou se for prá ver

Uma estrela aparecer

Na manhã de um novo amor...

Amigo sinhô

Saravá

Xangô me mandou lhe dizer

Se é canto de Ossanha

Não vá!

Que muito vai se arrepender

Pergunte pr'o seu Orixá

O amor só é bom se doer

Pergunte pr'o seu Orixá

O amor só é bom se doer...

Vai! Vai! Vai! Vai!

Amar!

Vai! Vai! Vai! Vai!

Sofrer!

Vai! Vai! Vai! Vai!

Chorar!

Vai! Vai! Vai! Vai!

Dizer!...

Que eu não sou ninguém de ir

Em conversa de esquecer

A tristeza de um amor

Que passou

Não!

Eu só vou se for prá ver

Uma estrela aparecer

Na manhã de um novo amor...

Fonte: https://www.mensagenscomamor.com/10-maiores-musicas-nacionais

Site da Internet
Enviado por Paulo Seixas em 26/08/2017
Reeditado em 14/05/2018
Código do texto: T6095537
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