POETA MARIO QUINTANA
POETA MARIO QUINTANA
Quintana, que insana pressa de nascer!
Essa pressa não era só tua,
Pois, se vemos um anjo que flutua,
Em prece, pedimos pra descer!
Aflito, o mundo te esperava
Como quem espera o prometido.
E assim ansioso, incontido
Como um ginete, célere cavalgava;
Na magia de tua chegada,
O mundo soltou confete,
O mundo virou Alegrete!
Todos beberam, se embeveceram
E se embriagaram com tua poética,
Que, de um tanto quanto profética, fascinava.
Poderias, tu Quintana, ser o quinto filho da mãe,
Mas, apressado, foste o quarto.
Se quarto, por que te batizaram quintã?
Por que tanto afã?
Poderias, tu Quintana, no verão, ser nascente
Mas preferistes ser rebento no rigor do inverno,
Quando se é mais solidário.
De gênio introspectivo, ensimesmado,
No oficio do pensar, construístes teu legado.
Das almas transversas,
Desvendas, em versos reversos,
Até o avesso do avesso.
Muitos estelares
Disseram, em versos espetaculares,
Da beleza dos teus cantares!
Teus versos os deito nos altares,
De tão belos povoam meus lembrares!
Teus versos são trovares que extasiam,
São bálsamos que inebriam.
Desculpa, Quintana, a ousadia de,
Em versos pobres e vulgares,
Este poeta menor provindo d’outros lugares,
Querer te descrever!