O HOMEM DE CEM ALMAS EM UM CORPO

Fazer arte é seduzir os sentidos, prendendo por alguns segundos

a imaginação num vôo imenso.

Quando eu retornei do mundo subterrâneo, trouxe comigo as imaginações de dimensões latentes ,

visões obtidas de um mundo incognoscível,

perdido pelos sentidos no infinito,

no reino das imaginações dilacerantes,

fantasmas significantes de paragens que talvez nunca existiram,

a não ser que um dia descobriste na mente,

as produções das imagens no cinema da alma,

dilaceradora de sentimentos,

tão acompanhante do frescor das noites frias,

das alegrias das manhas sentidas,

na sucessão do outro emanando ao seu mundo,

na translação das formas sensíveis compostas nos olhos das miragens tocantes,

que estavas na superfície serena das aparências

das impressões de seres interiores,

contemplando a morte e a arte pela alvorada,

por paisagens desérticas,

em viagens há mares desconhecidos

da razão por idéias invisíveis,

além das mascaras sentimentais,

que escondiam toda a fantasia das vaidades humanas ,

das personalidades apegadas por suas imagens,

de seus espíritos no impulso por reencontrarem a terra perdida,

a terra do nunca, por voltarem a serem novamente crianças,

por sentirem toda a dimensão mágica eternamente,

de olharem profundamente no espelho e não verem mais a si mesmas,

perdidas no tempo que foram os outros eus,

sem saberem que foram os mesmos

na busca da constituição

da personalidade inerente da alma.

( Fernando Febá)

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 08/12/2011
Reeditado em 12/09/2014
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