OLHANDO ANSIOSO O TEU SORRISO
Ouça-me,
Lá fora, sem ti,
Há um frio deserto
A esperar por mim
Na clara intenção
De congelar
Os meus límpidos sonhos.
Agora,
Nesse outro momento,
Sinto, que não há mais porvir.
Insistir?
Obra do mais puro desespero.
Sonhar?
Outro pesadelo a me fazer perder o sono.
Onde foi mesmo que o teu sorriso anoiteceu?
Tenho, ainda em meu olhar,
Essa claridade impetuosa,
Um pouco menor que a do
Sol, com que me iluminavas,
Onde quer que se fizesse hora e lugar,
Raiando dias ensolarados,
Respingando luz sobre as trevas cotidianas
Irrompendo em meus dias,
Secando minhas lágrimas,
Organizando a vida, agora perdida na escuridão.