A MÃO DO TEMPO / K. Cristina
059 - A MÃO DO TEMPO
DE: KELLY CRISTINA
EM: 27.FEV.1999 ÀS 11:14: 06H
P/: ?(DESCONHECIDO)
EM: DISTR. SÃO MATEUS DE MINAS - CAMANDUCAIA/MG
HISTÓRICO: A saudade é a pena máxima para um poeta que, enclausurado, em suas próprias recordações tende a ser melancólico e, às vezes, irritante. Alguns chegam e dizem que isso é fictício e que a dor é frescura, que logo passará. Mas apenas quem tem este dom que se revela arma de dois gumes sabe o que é suportar a barra e conhece a árdua missão de ter que fazer isso sozinho e ainda iluminar os corações dos demais seres que amam. Como me disse Guido Van Lyra, certa vez, ser poeta é mais difícil que ser herói e tão ingratificante quanto à sina de uma prostituta. Entendo agora toda a extensão dessas suas palavras.
O amor é revolução
Uma alegria que resplandece
Mas que logo se desfaz
Quando surge a realidade
Que consigo traz a amargura da solidão...
A vida conduz
Oferta lembranças
Que sangram corações
Devorando sonhos de nobre paixão
Sem consertar, porém, vestígios dos sussurros descuidados...
As verdades não confortam
Aprisionando a liberdade
Ferindo almas sem piedade
Refletindo agonia num espelho
Onde só consta um rosto enamorado
Que não se acalma
Nem com uma bela canção sem fim
Que o Destino se encarrega de levar para bem longe
Criando um sorriso de chegada
Que, mortal, irá se converter numa cruel lágrima de adeus
Irreversível.