A CURA PELO TEMPO / Aline & Cia

024 - A CURA PELO TEMPO

DE: ALINE BAIÃO

& KLÉBER ROSA

EM: 04.ABR.1998 ÀS 16:09: 41H

P/: ADENILSON

& ANA PAULA

EM: CAMANDUCAIA/MG

HISTÓRICO: O amor é vida que poderá se transformar em perversa doença se não for bem cuidado. Desprezo e solidão constituem venenos mortais para os corações verdadeiramente humanos e poucos sabem como se prevenir. Assim, nós, poetas deste mundo, sentimo-nos na obrigação de revelar todas as faces deste dúbio sentimento para que as pessoas, com seus livres arbítrios façam as escolhas mais convenientes e salvadoras.

Onde se oculta agora

Que o procuro e não mais o vejo?

Para onde se desviou aquele seu belo sorriso

Que, um dia, ousou roubar meu amor

Ou, então, aquela felicidade cativante

Que tanto encantou meu viver

Será que findaram?

Sua alegria desapareceu após o triste fim

E não percebeu que fui o seu grande amor

Que por você passou tão velozmente

Quando, por receio, não solicitou que eu ficasse

Deixando-me, orgulhosa, ir

Sufocando por dentro todos os nossos sentimentos

Para o regressar jamais...

Amamo-nos, eu bem sei

E assim o fizemos com enorme devoção

Mas fui tola e segui trilhos opostos aos seus

Conservando, obstante, análogos ideais

Resumindo-se no desejo de amar de forma inocente e ardorosa

Tendo força para tudo superar

Vencendo o tempo e o medo

Trancando portas para o ódio e rancor...

... O amor que me tinha resistiu às diversas provações

Sucumbindo, todavia, à indiferença de um convívio

E diluiu-se como mansa névoa...

Neste momento, tendo na alma tanta ternura, revivo as esperanças

De que algum dia, novamente, venhamos a ser "nós"

Mesmo que seja necessário todo um existir para que isso ocorra

Pouco me importa. Esperá-lo-ei

Aquecida pela crença de um ardente romance de final feliz

Para nos convencer de nossa mútua infantilidade

E, nesse dia, ninguém poderá deter

O estrondoso poder da incomensurável paixão

Que nos guiará por caminhos nunca antes percorridos

Conduzindo nossos dois corações rumo ao formoso céu

Decretando a vitória final

Fazendo-me mulher tal qual, no passado eu fui

E, otária, não percebi a quão realizada eu era

Infelizmente...