Periodicamente, Caravanas Especializadas em Transporte e Controle de Distúrbios de massa humana, destemperada e colérica, visitam aquele lugar odiado e temido por muitos irmãos terráqueos.
As visitas são para apanhar alguns irmãos selecionados a partir do reconhecimento dos próprios erros cometidos enquanto encarnados e que querem evoluir na escala espiritual, em pleno uso do livre arbítrio.
Cabe, neste instante, descrever como são e para onde os levarão estas caravanas.
Vindas de lugares indeterminados e de surpresas, exatamente para evitar represálias por parte de vândalos que ficam fora das Colônias de Reestruturação Integral ou Umbral, como para aqueles que ficam na espreita dentro das Colônias. O comboio atrelado a uma potente, rápida e protegida locomotiva com capacidade para arrastar até 150 módulos, adentram rapidamente em vagões com janelas que impedem que aqueles que estão de fora vejam os que estão dentro.
Todos são circundados com correntes elétricas paralisantes e possui carga máxima de 500 pessoas cada um. Nos estribos laterais dos vagões a cada metro um guarda com uma lança pontiaguda e de dois metros de comprimento que além de ferir também dispara raios paralisantes instantâneos e a uma distância de 3 metros. É impossível tirar estas lanças dos protetores. Os guardas vestem, além da roupa que os identifica, um capuz e uma capa plasmada, depois de uma armadura feita de material especial que emite um sinal de alerta, calçam botas herméticas que se amoldam aos pés. Todo este material é leve como uma pena de colibri e os protegem dos ataques intempestivos dos desordeiros terráqueos. Este aparato de defesa ainda não é conhecido na Terra.
Agora, a ação dos Irmãos da Caravana.
O comboio pára em locais pré-determinados pelos Administradores da Colônia de Reestruturação Integral ou Umbral e apanha aqueles indivíduos que ostentam uma marca visível somente para os guardas e para o Vislumbrador. Os apanhados recebem dentro dos vagões, uma dose individual de sonífero vegetal inofensivo e temporário que dura até a chegada no destino. Tudo isto ocorre em frações de segundos, pois, não se pode parar por muito tempo em cada Estação de Repatriamento Terreno e Espiritual, a horda de malfeitores está atenta a qualquer possível falha dos controladores do Serviço de Resgate Temporário.
Os guardas circulam constantemente patrulhando com atenção à procura de antagonistas que foram, porventura, ali colocados como espiões pelos chefes das falanges malfeitoras. Quando isto ocorre, soa um alarme sonoro e luminoso que lacra, imediatamente, todas as portas e janelas dos vagões que são metodicamente cobertos por uma nuvem cinza e espessa, tornado-os invisíveis. O identificado no interior do módulo é preso ao local onde está, por algemas de material especial e imobilizado por uma cola espiritual e por um poderoso anestésico sistêmico que age no cérebro do invasor.
A ação dos Irmãos nas Colônias.
Os apanhados são levados para a Colônia Administradora de Reencarnes Temporários que os enviará, após higiene, recadastramento (quando cada um receberá um Cartão Magnético de Identificação) e triagem obrigatórios, à sede da Colônia Central onde serão hospitalizados e receberão orientações espirituais e remédios plasmados para suas recuperações plenas em todos os sentidos. Os invasores apanhados são levados para uma cela especial onde ficarão anestesiados, para as suas seguranças e se não puderem ser recuperados totalmente, aguardarão até que os malfeitores espirituais se manifestem através do correio espiritual, com o desejo de os trocarem pelos presos reféns que fizeram, nas visitas na Terra. Os presos reféns são os desencarnados, que às vezes, nem sabem que estão neste estado e que ficam vagando sem destino e à mercê da vontade dos rebeldes. Não podemos nos esquecer que usamos o nosso livre arbítrio, livremente.
Uma pequena noção de como é o Umbral.
Para se chegar às cavernas do Umbral, tem-se que passar por um pântano lúgubre e fétido. O caminho é composto, basicamente, de pequenas pedras arredondadas e móveis e é muito longo. Se o transeunte errar o passo, cairá dentro do pântano e por ali ficará, por longo tempo, em companhia de formas fantasmas de alta periculosidade e maldade. Porque, a princípio, quem vai e fica no Umbral, são os rebeldes, os essencialmente maus, os duros de coração e os malfeitores. O charco é fundamentalmente composto de água podre, algas mortas-vivas, fezes humanas e animal, lama, árvores retorcidas e não muito altas, com vermes de todas as espécies e gases venenosos altamente comburentes e a noite é lá, eterna. Este charco e sustentado pelos seus habitantes de acordo com suas ações ao longo de suas vidas. Todos que passarem por ali, serão convidados veementemente para ficarem no pântano, mediante vantagens e satisfação pessoal de todos os tipos.
Alguns ficam, outros não. Chegando no Umbral Telúrico, antes das cavernas e depois do charco, há uma ponte pênsil e sob ela, um Vale úmido e nevoento habitado por iguais aos que residem no pântano. Com uma diferença, o Vale é habitado basicamente por mulheres sensuais de beleza e corpo fantásticas, nuas e seminuas, que fazem o convite aos homens, e homens sensuais nus e seminus que fazem o convite para as mulheres, oferecendo-lhes prazeres eternos com sexo, bebidas alcoólicas, guloseimas, diversões diversas. Apresenta-se, o Vale, luminoso e movimentado pelas pessoas, veículos, com luxuosos bares e cassinos, prostíbulos de luxo, vida sem problemas e com todos as facilidades carnais possíveis e necessárias.
Os incautos pulam para o Vale e lá dentro, enxergam a realidade do local: Escuro, fétido, nevoento e impossível de ser escalado.
Na entrada das cavernas e ao final da ponte, há um comitê de recepção que faz o cadastramento para os que são de vez primeira e o reconhecimento eletrônico para aqueles que não são.
Este comitê faz parte do Umbral e os que estão chegando, têm que pagar uma "taxa de inscrição e permanência" no local. Ou seja, os rebeldes melhorados, fazem o serviço que tem que ser feito, mas não deixam de cobrar "pelos serviços".
Tanto os que "podem" pagar como os que não "podem", uma vez dentro das cavernas, têm o mesmo tratamento: Serão escravos dos mais astutos e antigos no trecho. Freqüentemente são espancados e obrigados a fazer tudo o que os mais antigos querem e quando querem.
Vale lembrar que o produto disto tudo é proveniente da necessidade e do merecimento de cada um, para o seu desenvolvimento espiritual.
Vamos entrar um pouco mais no interior das cavernas.
A entrada é a saída, não há luz solar, não há água límpida, não há comida devidamente preparada, não há separação de sexo, cor ou raça, não há banho, não há higiene corporal total, não há sanitários individuais, não há janelas, não há camas nos "quartos", não há portas nos "quartos" (quando muito um fino pano tapando a entrada da alcova).
A luz existente é produzida por archotes de fogo, a água brota da terra lentamente, os sanitários são coletivos e a céu aberto (qualquer lugar é lugar para defecar ou urinar). Paira sobre todos, com vida própria, uma densa e sinistra fumaça escura que muda de cor periodicamente e impede que vejam o teto das cavernas. Como não há ventilação, o calor é sempre insuportável, forçando-os a usarem pouca roupa. Há os que usam somente trapos de panos para cobrirem as partes mais íntimas.
As cavernas têm longos e escuros corredores e em labirintos intrincados, que é comum, um indivíduo se perder e não conseguir voltar de onde partiu. Os "quartos" são buracos cavados nas paredes da caverna.
Dormem amontoados, alguns vivem separados dos demais e cavam uma oca individual ou usam alguma reentrância existente para se isolarem. Há ocas com grades de ferro colocadas na entrada, guardando ali, os tidos como "loucos" ou desordeiros, julgados e condenados por Tribunais compostos pelos do mesmo tipo dos que fazem a recepção dos recém chegados na colônia.
As comidas vindas de algum lugar são jogadas cruas em um depósito fétido e macilento. Os moradores dividem o local com ratos, ratazanas, vermes de todo tipo, baratas e um animal que tanto come carne humana viva como alimentos crus e fezes e são capazes de dormir junto ou ao lado de qualquer um. Estes animais, não têm discernimento do sabor dos alimentos. Suas patas são dotadas de três garras afiadíssimas. Têm três longos e pontiagudos caninos curvos, olhos de fogo, orelhas de morcego, rabo de macaco e pelo de carneiro que varia de cor, do vermelho vivo ao negro brilhante passando por várias escalas, de acordo com a idade. Podem subir em árvores e se aninharem, como podem cavar profundos e longos túneis que se interligam. Nidificam uma vez por mês e cada ninhada produz de sete a dez filhotes que já nascem independentes. Se houver necessidade, por algum motivo grave, as crias nascem dentro de um invólucro que os protegerá até que a situação se normalize.
Acabam de nascer e já estão se alimentando como os pais. As fêmeas não possuem glândulas lácteas e nem tetas. É um animal monogâmico, um casal viverá sempre junto e não se cruzam entre si, evitando assim, a decadência da raça.
São altamente organizados e obedecem a um líder natural e duram em média duzentos e cinqüenta anos, dos nossos. Crescem na proporção de dez por um em relação aos animais terráqueos e tem o tamanho de um tatu canastra. Exalam um cheiro de amônia pura, podem viver no frio ou no calor extremo. Suas fezes são líquidas, esbranquiçadas e inodoras quando não estão procriando. Os moradores das cavernas apreciam a sua carne e por isto, podem ser caçados impiedosamente na falta de outro tipo de alimento. Este tipo de animal ainda não existe no plano terreno e parece ter o nome de DRAC (destruidor de resíduos animais conscientes).
Os humanos feridos nas desavenças individuais ou nos espancamentos coletivos ou mesmo nos tumultos em massa, não serão medicados se não forem "protegidos" pelos líderes dos grupos.
Cada grupo é identificado eletronicamente pela cor e pelo desenho inserto em uma bandeirola fincada dentro de um limite pré-determinado, como marca do líder. Os desenhos ou pinturas ou pequenos ossos, formam figuras bizarras, tais como: um crânio cruzado com duas tíbias; um crânio encimado por uma coroa de espinhos; uma mão desossada; um pé desossado; um osso ilíaco; crânio de Drac; urna mortuária; cruz com ossos e por aí afora. Existem algumas centenas de milhares de cavernas, cada uma comportando cerca de trezentos e cinqüenta mil habitantes.
Cada bloco de cinqüenta mil habitantes com vários líderes menores é comandado por um líder maior chamado: Lideraço 1 até o Lideraço 7. Este grupo de sete Lideraços são liderados por outro líder, o Lideramplo. Os Lideramplos que formam o Conselho Tutelar Coordenador Autônomo do Umbral que está submetido aos Administradores da Colônia de Reestruturação Integral ou Umbral, que estão submetidos à Colônia Administradora de Reencarnes Temporários que está submetida à Grande Administração Central que está submetida ao Plano Astral Superior.
A "proteção" está ligada a favores de todas as espécies prestadas aos líderes. Muitos dos moradores retornam momentaneamente a Terra para reverem seus familiares por força de pedidos mentais dos mesmos e não raras são as vezes que não retornam para o Umbral, até que sejam apanhados pelos rebeldes lúcidos ou por caravanas de Irmãos da Última Hora.
Se apanhados por caravanas de obreiros, serão levados para as colônias de tratamento e higienização e se voltarem para o Umbral, sofrerão espancamentos, sevícias, tortura jamais vista na Terra, tudo isto para que não deixar serem apanhados novamente pelas caravanas benfeitoras.
Se apanhados por rebeldes serão reconduzidos para o Umbral sob chicote e ficarão muitos dias sem alimentação.
É ponto de honra para os rebeldes, não perderem homens para as caravanas de obreiros.
Nas cavernas existem vários níveis de "vida". Há os que vivem em ocas dentro de buracos, os que vivem em ocas logo acima dos buracos, mas bem próximos da borda, os que vivem em plataformas e em ocas afastadas dos buracos e os que vivem em ocas acima das plataformas iniciais. Muitos habitantes não conhecem os que moram abaixo e nem os que moram acima. Quando muito reconhecem os do mesmo nível em que moram. Há também um grande pátio, como se fosse uma arena, colocado em lugar estratégico, onde repousam os mais calmos e prestes a serem recolhidos pelas Caravanas Especializadas em Transporte e Controle de Distúrbios.
Vamos analisar Irmãos que nunca se preocuparam em cumprir o mínimo das Leis Divinas.
Esclarecendo, vivem como viviam quando encarnados. Comem, bebem, dormem, usam sanitários, sentem dor, frio e calor, tomam banho, cortam cabelos e barbas. Alguns sentem saudades dos familiares e amigos, outros nem se preocupam; outros nem sabem que estão desencarnados; têm ódio, rancor, raivas, paixão, necessitam de sexo, inveja, tomam remédios, os viciados usam as drogas que usavam na Terra; usam o fogo primitivo e tudo o mais que carecerem para ter uma "vida" como a que levavam anteriormente.
Individualizando: Regra geral para homem e mulher o uso de sapatos, botinas, sandálias ou fica descalço. Usa calça, calção, uma cueca, um vestido ou alguns trapos cobrindo o mínimo. Usa camisa, camiseta, blusa ou trapo cobrindo o mínimo ou nada usa. Usa chapéu, boné ou pano amarrado na cabeça. Não se preocupa eficazmente com a sua higiene pessoal e nem por onde fica, pode ou não tomar banho. Faz, xixi, coco e dorme por perto.
Generalizando: Alguns praticam sexo coletivo, outros não se preocupam com este tipo de divertimento, outros se escondem para esta prática a dois. As mulheres não se engravidam, embora menstruem regularmente;
As que chegaram grávidas da Terra, permanecem grávidas todo o tempo que lá estiverem.
Há divertimento para todos em todos os níveis, na proporção para cada fase evolutiva. Hospitais, Prontos Socorros, Grupos de Apoio, Escolas, Cinemas, Teatros, Parques, Praças, Circos, Clubes Recreativos, Casas Noturnas, Zonas de Meretrício.
Há também Igrejas Católicas, Templos Budistas, Maometanos, Pentecostais, Presbiterianos, Assembléia de Deus, Centros Espíritas Kardecistas, Umbandistas, Candomblés, Quimbandas, Batuques, há ainda os charlatões em todas as áreas religiosas. Tudo isto em baixa escala e adaptado para os usuários equivalentes.
É claro que o arrependimento que leva à melhoria espiritual não está nos Templos materiais e sim na introspecção e na análise de tudo o que se fez durante a estadia temporária no plano material.
É isto o que conta, eficientemente. Ficando evidente que a visualização e uso destas vantagens é adquirido de acordo com a posição espiritual de cada um, por isto, não são todos que usufruem divertimentos. E no Umbral as coisas não são, definitivamente, da melhor qualidade.
No Umbral, o desencarnado, continua com a mesma vida que levava quando encarnado, até que fique preparado para partir com as Caravanas Especializadas dos Obreiros, para o local de tratamento adequado para cada um.
Há, também, em outros planos espirituais, o mesmo que há no Umbral, com um acréscimo de outras vantagens em escala altamente evolutiva e refinada, com a ausência de Casas Noturnas e de Facilitação Sexual.
Um dos requisitos para a mudança de área é o arrependimento eficaz, e, no bojo do arrependimento, o desejo de evoluir rumo à Luz Divina que é e deverá sempre ser a meta de todos nós.
Todos os seres evoluem todos os dias, todos os instantes e por isto, não houve, não há e não haverá estagnação infindável na evolução espiritual!
E um dia, o mais execrável dos seres humanos, vivente do Umbral, terá a sua oportunidade de alcançar através do arrependimento eficaz, a paz prometida, alçando manso vôo com macia, branca e nova plumagem, rumo aos incontáveis mundos, inimagináveis para a mente materialista do homem.
Vislumbrará com toda a sua força a plenitude angelical do Plano Astral idealizado pelo nosso Pai Todo Poderoso, que a todos ama sem distinção.
Desfrutará de todas as benesses que a disciplina e a obediência às Leis Divinas lhe proporcionará.
Verá o amanhecer e o anoitecer, a chuva, as estrelas, os astros, os pássaros, as flores, os insetos, os anfíbios, as nuvens, os ventos, outros Irmãos e Irmãs, tão belos, harmoniosos e inefáveis que se sentirá parte do todo. Não mais será um só, será um em todos e todos em um só Deus Onipresente, Onipotente, Onisciente, Infinitamente Bom, Justo e Sábio que ama igualmente hoje, como amou através dos séculos todos os seus filhos queridos.
Nenhuma ovelha será esquecida ao sabor das tempestades! Todas serão mimadas e apascentadas ao seio do Pai Eterno para todo o sempre! Essa é a Lei!
Assim Seja!