Por que parei meu romance com Satã
“É um prazer dobrado enganar quem engana”.
Jean de La Fontaine
Por que parei de escrever sobre Satã?
Eis aqui alguns motivos:
1°) Porque meus textos recentes estavam sendo pouco lidos e todo escritor – ainda que amador – gosta de ser apreciado;
2°) Porque escrevi vários contos – menos fantasiosos – que quero publicar neste espaço;
3°) Porque escrever sobre o “dito cujo” pareceu mais panfletagem e proselitismo reverso do que Literatura;
4°) Porque grandes autores – Goethe, Fernando Pessoa, Thomas Mann, Guimarães Rosa – já escreveram mais e melhor sobre o assunto;
5°) Porque o referido personagem é melhor aproveitado na boca – e na pena – de padres, pastores e fanáticos do que na de escritores;
6°) Porque o Tinhoso é bicho pequeno na floresta calcinada em que está se transformando o planeta;
7°) Porque o Danoso está velho e impotente e cedeu sua virilidade antiga para os Homens;
8°) Porque o Maldito é abstrato e seus adoradores e detratores são concretos, sendo assim é melhor escrever sobre estes;
9°) Porque as guerras do Mundo e os incêndios criminosos queimam diuturnamente o corpo de animais e homens mais que as chamas do inferno;
10°) Porque – por enquanto – o diabo é marketing B2C, e fake abusivo para alienar Você.