CAVACOS DO OFÍCIO

É importante salientar que é prazeroso encontrar algum dos oficineiros de Poesia de minhas turmas de alunos-escribas com quem possa conversar em aberto sobre o processo de criação literária. Imagino que estejamos sendo úteis para dezenas de pessoas que acessam nossos diálogos pela grande rede. Temos, ao fim e ao cabo, uma oficinação permanente a céu aberto. E este oficinar me dá prazer e gozo. Talvez seja o que falta a muitos poetas: ter coragem de conviver com a análise e saber que tanto o autor quanto o crítico são fundamentais no processo estético. Por vezes, o analista é o grande instigador ao processo do segundo estágio: A TRANSPIRAÇÃO. Nem sempre o autor consegue chegar a ele sozinho. Sentir que o surgimento do poema (com Poesia) faz parte do processo de confraternização entre os condenados ao pensar – a partir da antítese eventualmente surgida. O Belo serve ao coletivo. Queres saber se um poeta está pronto para a Poesia? É quando ele convive bem com o seu provocador. Enfim, é quando o autor joga o seu jogo sem se preocupar com a torcida...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014/15.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/5166407