LAPSO TESTEMUNHAL

O poema nunca é “meu”, porque tenho como racionalmente sedimentado que o Ego não tem como produzir poemas – que é ato de pureza fraternal – caracterizando a CONFRATERNIDADE espiritual, o lado bom e igualitário do humano ser. Somente o alter ego (aquele do conceito freudiano, nascido no superego) consegue fixar e registrar o dialeto emocional individuado. Ao Ego, por sua natureza racional, resta manifestar-se em Prosa – que é a voz da intelecção – porque, em regra, esta se reveste do psiquismo egoico, da possessão, da competição egoística e excludente: os domínios do “meu”. É só notar a ocorrência deste pronome possessivo nos poemas de autores iniciantes e outros até que bem experimentados... Isolam-se num mergulho dentro de seu próprio universo. Consomem sua própria Poesia...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014.

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