O AQUI E AGORA

O que está na boca do intérprete nunca é o mesmo do que o autor original pretendeu. O que podemos ter em mãos é somente a similaridade. São, portanto, conteúdos e continentes diversos. Fico agradado quando expostas interlocuções desafiam o receptor até o ponto de falar o que pensa em cima do produto da (minha) criação. Perguntas surgem em estado de inocência quando o cérebro fala no impulso do questionamento. São também os efeitos do “aqui e agora”, no caldeirão fervente da intuição. E ainda: as ideias, que – se boas e estranhas ao convencional – permanecem séculos e séculos sempre a se digladiarem em teses e antíteses. Em arte literária – repito – nunca temos a síntese dialético-formal, somente aproximações...

– Do livro OFICINA DO VERSO, 2014/15.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/4707439