AUSÊNCIA
(Sócrates Di Lima)
Fez-se a distância diante dos meus olhos,
Calou-se os ventos das minhas emoções,
Derramou as chuvas do meus olhos,
Aquietou-se do desespero o meu coração.
A ânsia de reviver a vida,
Já não me apega...
Desapeguei da saudade,
Que so submundo se entrega,
Longe de mim...
Fez-se ausente.
E o cântico do passarinho,
Que revoa dentro de minha alma,
Emudeceu-se...
e pousou no galho da tristeza,
Que espantou-o aos gritos,
E meu pássaro se fez alegre,
Por não mais ver a chuva ao amanhecer,
E nem a noite cair de repente,
Cegando os olhos no breu.
E aconteceu...
Anotou a alma a distância,
Reconheceu a ausência,
E se fez solto,
Livre para náo mais se prender,
às correntes de uma saudade morta.
Então,
Com o novo sol do amanhecer,
O coraçao cantou inusitado,
Com toda sapiência,
Porque, já não mais se importava,
Nem reclamava,
Da tua ausência,
Pois,
quem sem justa causa se ausenta,
Entra em concorrência,
E perde a preferêcia.