A PRESSA É INIMIGA DA PERFEIÇÃO

16/08/2013, 22h49min - Zemary

Gestação sagrada. Gestação comemorativa, pois há de gerar algo – no caso – o poema. Entendi. Significa dizer que o VERDADEIRO POETA quase nunca fica "grávido", ou melhor, ou então, está sempre gestante. Poderia explicar melhor? Sou amadora, por isso gosto de obter detalhes, quando são tão subjetivos. Abraços meu mestre. Adorei.

Para o texto: A GESTAÇÃO DO POEMA (T4436401)

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/4436401

Não sei bem o que não conseguiste entender no texto ora comentado. Acho que o terás de ler muitas vezes mais, a fim de poderes captar o sentido metafórico que as palavras contêm, as quais, para versar sobre a Poética, vão além do seu sentido e compreensão comuns, usuais; transpassam: criam vários sentidos com a mesma palavra. Esta a função da METÁFORA: dizer várias coisas com o mesmo vocábulo, ir além, criando imagens e sentidos novos para a usual acepção verbal. Aqui, no caso, o poema é uma criança em processo gestacional dentro do útero materno, ou no ventre de seu criador, não importando se homem ou mulher, porque ambos os gêneros são aptos para gestar em pé de igualdade... O que importa é que o seu criador vai parir um belo espécime: o POEMA. Oportunizarias à tua cuca uma convivência mais íntima com que o texto se apresenta (sua linguagem) e poderias entrar no assunto e seus detalhes que “nem piolho em costura”... Uma dica importante: não te fixes tanto na metáfora “GESTAÇÃO” com relação à figura do POETA... Este, para vir a ser possuidor de capacitação para fazer o poema já deve estar emprenhado pela Poética. Digo até que o poeta, para vir a fazer o bom poema deve estar em ESTADO DE POESIA, compreendes? No texto ora examinado por ti – e que provocou o comentário acima – o que está em causa é o fato hipotético de que o poema está sendo gerado pelo autor, num primeiro momento, pela “INSPIRAÇÃO”, e que este é só o início do processo do criar. O seu procriador não pode jogá-lo à rua, publicá-lo na net ou no jornal, etc., sem antes entregar-se com algum tempo para que haja a gestação, se não o poema pode ser um natimorto, uma peça sem vida, sem beleza. E, para que isto possa acontecer, o seu criador têm de usar a inteligência (e não somente a emoção) para REVISAR o poema – e isto dá trabalho, exige tempo e dedicação. O poema, então, virá ao mundo como um bebê de gestação completa: saudável, bom de feições, bem curtido emocionalmente, bonito, pronto para ser visto pelo leitor como um lindo recém-nascido. É necessário não se ter pressa para jogar o poema no mundo. Porque a pressa, como todos sabem, e bem o diz a sabedoria popular, é inimiga da perfeição...

– Do livro A FABRICAÇÃO DO REAL, 2013.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/4511083