CIÚME E GOZO

O ciúme só vale positivamente pra hora do “vamos ver”: a paixão faz com que cada um possa vir a render bem e dê o melhor de si para o gozo de si mesmo e não do outro. Este último atinge o ápice num sobregozo, em cima da entrega havida. E se lambuza como uma mosca na colmeia. Ao prazeroso terminar-se, sente que à ausência do outro, pode vir a perder o gozo tido e havido. – Nossa! Aprendemos juntos, sem mais nem menos... Estes os detalhes do mistério nunca dantes sabido antes do ato íntimo, agora fato em conjunção... E é o que consome – o jogo insólito de ir e ficar – quando da hipótese de permanecer somente na memória. A novidade, em sua exatidão, é que o corpo fala e blasfema...

– Do livro POESIA DE ALCOVA, 2013/15.

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