O CAPETINHA

Fico feliz que pelo texto tenha se estabelecido a comunicação e se haja logrado um bom diálogo intertextual entre a peça e o leitor qualificado, perfazendo-se a relação literária e artística, tanto na prosa quanto no verso. E é isto o que efetivamente importa. Tenho por assente que nunca escrevo pra mim, e, sim, para o receptor. O texto é apenas a voz de meu alter ego – aquele sujeitinho capeta que vive dentro de mim como se fora o dono da casa. Aquele com quem vivo brigando quase todos os dias, porque ele gosta de coisas que nem sempre me apetecem. E invariavelmente teima em falar sobre elas, pois me rouba a chave da casa...

– Do livro A FABRICAÇÃO DO REAL, 2013.

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