Como desiludir alguém.
Texto escrito em dezembro de 2011 encontrado ontem num dos meus cadernos.
1) Como identificar um membro fanático de uma facção doutrinária?
Perguntem a ele, quais são os erros encontrados em sua doutrina? E ele responderá nenhum.
Ora, se a pessoa acredita em uma doutrina perfeita, de duas uma, ou ela está iludida (ingenuidade) ou disseram para ela que a doutrina era perfeita e ela aceitou prontamente, se acomodando em não procuram erros nenhum (ignorância).
2) Por que deveríamos procurar erros em nossas doutrinas?
O objetivo principal é conhecer a verdade. Aquele que conhece não só o lado bom, mas também o lado ruim, não só afasta a ignorância e a ingenuidade, mas também evolui sua mente. Quem omite ou ignora os erros vive em ilusão.
3) Como desiludir alguém?
Devo lembrar que iludida é aquela pessoa que diz prontamente conhecer a verdade. Logo, para desiludir alguém, se desiluda primeiro. Não é da sua verdade que esta pessoa precisa se alimentar e sim das verdades universais. Verdades universais são verdades dos objetos a nossa volta. São independentes da nossa crença e da nossa existência. Exemplo: “nada é para sempre”. Uma verdade universal.
Quando alguém disser que não existe falha em seu sistema doutrinário, não entre em contenda, somente ouça. Se esta pessoa te perguntar “o que você acha da minha doutrina?” mostre seus conhecimentos, expondo de maneira consistente e se possível com provas, os acertos e as falhas da tal doutrina.
A reação é certa. O sectário ouvirá somente suas palavras sobre as falhas (paramnésia). Isso agredirá sua dignidade e como mecanismo de defesa ele buscará em todas as fontes possíveis, mais detalhes que elevem sua doutrina (apoio intelectual), anulando assim, e até desacreditando os erros presentes nela. Esta é a primeira fase.
Porém, ao tentar esconder de si mesmo os erros apresentados de forma consistente, ele ficará cada vez mais em contato com eles. A semente já foi plantada. Partirá para a segunda fase que é ofensiva, onde passará a pesquisar os erros das tuas opiniões e expô-las ao ridículo.
Estes dois processos levarão o sectário a pensar como nunca pensou, a pesquisar como nunca pesquisou, passando a ter conhecimentos que não possuía e uma atitude além das barreiras impostas por sua doutrina. Depois ele perceberá que você não está em conflito e que nada justifica sua ofensividade. Afinal de contas, você só respondeu a uma pergunta feita por ele: “o que você pensa sobre minha doutrina?”. Aí começa a terceira fase, onde ele estará desiludido, mas com toda liberdade para conhecer as verdades universais e os erros e acertos do PENSAMENTO HUMANO. Tornar-se-á uma pessoa crítica e sua mente evoluirá.
Thiago de Oliveira Alves (ToWo).