A PEÇA HÍBRIDA

O ritmo característico do bom poema é a sua particularíssima música entranhada no encordoado de palavras. A composição com laivos de Poesia caracteriza a boa COMPOSIÇÃO MUSICAL, mas esta não é estritamente um POEMA, em sua especificidade. Assemelha-se a um poema, mas poucos o são, por falta de linguagem metaforizada, cifrada... A eventual autonomia e beleza da peça estão contidas na fusão de Poesia e Música – congeminadas. Não basta apenas a 'sensibilidade' para escrever um bom poema ou fazer um razoável aporte musical ao poema. A esta peça híbrida se ajustam a intelecção, o domínio do idioma e a música das palavras que a compõem. À inspiração congemina-se a INTELECÇÃO, que é o que dá forma definitiva à nova peça híbrida, aportada na transpiração sobre a intuição original. O bom músico também pode ser um bom poeta. Vinicius de Moraes e Tom Jobim são exceções históricas e consagradas, a teor do que propõe o meu texto O APORTE MUSICAL SOBRE O POEMA, em http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/4167349

– Do livro ALMA DE PERDIÇÃO, 2009/13.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/4172018