DESPERTAR O INTERESSE DO LEITOR

– em 27Jul2012: nos recantos da Comunidade UNI-VERSO DOS POETAS http://www.orkut.com.br/CommMsgs?cmm=32195325&tid=5769181594495440758&fr=1

“CONTORNOS DE QUEM É ÉBRIO E DE QUEM É POETA

Um ébrio senta-se ao lado da estátua de Drummond e agora delira! Em seu delírio, ele fala das fantasias que emergem calmas da sua alma antagonicamente conturbada. Angústia que não se faz calada; um dizer impossível de ser dito na sobriedade... Quieto, Drummond escuta, como se já houvesse vivido tal loucura, conhecido tal história em outra versão; como se houvesse pensado sobre ela e pode escrever seu outro caminho. Da vida e da morte do poeta, todos pudemos saber, nas páginas escritas, em gravuras, numa frase, num poema. “No meio do [seu] caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho [do ébrio]”. Da morte do ébrio, nada se soube... – O que ele sentia? O que falava? O que dizia? Apenas a mulher do fundo da taça é que sabia, e lhe respondia em sua embriagues... Em seu caminho, também uma ameaça... Muitas ameaças haviam: haviam pedras que não soube o que delas fazer!... E fugiu para o fundo da garrafa. Quem delirou? Quem melhor fez, em seu delírio, a sua saudável passagem ao ato? – O que não se perdeu em comiseração! O que não matou a palavra, nem desperdiçou a lavra... O que fez da falta a sua maior paixão!”

Vania Viana. Maceió/AL.

Realmente, não é um texto corriqueiro, no entanto, parece-me que falta alguma consistência no discurso (objetividade?) para que se pudesse ter uma peça prosaica dentro dos "contornos" a que se propôs. Da metade pro fim melhora a discursividade e se encaminha para o final com alguma disposição objetiva. Por ter certo conteúdo ético-moral na sentencialidade subjetiva, lembra-me os textos poético-prosaicos de alguns autores alemães e da Europa Central, nos séc. XXIII a XX, como Göethe, Rilke e Bertolt Brecht. O universo psíquico poderia ser melhor explorado, no texto, para lhe melhorar os "contornos", dar-lhe veracidade e despertar o interesse do receptor. A narrativa curta é uma espécie do gênero prosa que exige muito mais do que a longa. Na novela, no romance, sempre dá para salientar detalhes que permitam estilo à prosa cursiva, o que se torna difícil no conto, na crônica, no tutorial ou sentencial, por limitações verbais. Peço escusas, mas não me atrevo a ampliadas avaliações críticas na prosa, somente na Poesia. Ainda não me sinto suficientemente preparado, porque iniciante em arte prosaica. Além disso, os meus arquivos de análise crítica encontram-se no site para escritores Recanto das Letras – e somente as realizo e arquivo nesse reduto, pra que não se percam, e tenham possível recepção no universo de autores lá cadastrados, quando de sua publicação. O Recanto tem mais de 110.000 autores cadastrados. E eu sou particularmente agradecido àquele universo – do qual sou velho conhecido há mais de nove anos – visto que, em 24 horas do horário da postagem, normalmente tenho cerca de vinte acessos para a peça postada. Percebo que no âmbito das comunidades orkutianas há pequeno número de visitações a um tópico específico e, identicamente, de interlocuções via comentários. Há também outro problema: o espaço disponível para a postagem do trabalho analítico. Nas comunidades o tamanho da peça a ser publicada é diminuto (2.048 caracteres, com espaçamentos), enquanto que no RL esse espaço é praticamente ilimitado. Peço, também, escusas por essa deficiência aleatória que limita a dedicação e publicização dos textos sob exame crítico. Parabéns pela lucidez de tuas inquietações traduzidas em textos literários. Deu-me prazer dialogar contigo a partir de tua obra. Sempre aprendo muito com essas tarefas analíticas. Acresço-me a partir das propostas de reflexão e vou polindo os meus textos, graças à prática estabelecida. Gratíssimo.

– Do livro ALMA DE PERDIÇÃO, 2012.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/3802398