O “VALE DO SOL” E O TATU

No Camping “Vale do Sol”, situado no Pesqueiro, distrito de Povo Novo, no município de Rio Grande, nesse Rio Grande de São Pedro, a Poesia se apossa de mim, um “desgarrado condenado ao pensar”. Rendo graças ao entorno ecológico razoavelmente preservado da localidade; aos remansos povoados de gaivotas e biguás, na costa da Laguna dos Patos; às paineiras e figueiras centenárias com suas copas floridas de quatro estações, insinuantes como fora um aviso material para a preservação dos ventos geradores do futuro benfazejo oriundo da tecnologia eólica que ora se implanta: energia limpa, sem aparentes destroçamentos. A natureza em frutos nas outras árvores, coisas e bichos prenhes de espirituais energias. O brilho do astro-rei incidindo sobre o lugar alumia as gentes, produz a surpresa do alumbramento e abre os chacras da espiritualidade, dando forma à auréola benévola da Amizade – que é uma cativante FLOR DO TEMPO. Tudo por obra e arte das escolhas benditas da Confraternidade, a qual pode suplantar até, em alguns casos, os laços de sangue familiar. Retempera-me esse universo que a Providência pôs à disposição dos homens, no qual o poeta Adilson de Miranda é o alfaiate de ambientes, cerzido nas raízes como fora um tatu de casca grossa comedor de araçás e pitangas... Nesse cenário agreste, com muita prosa – entre um chimarrão e outro – o meu alter ego deu forma e revisão a uma boa parcela dos textos de A POESIA SEM SEGREDOS, que ora apresento ao público.

– Do livro A POESIA SEM SEGREDOS, 2012. – abertura do livro.

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