O FINGIMENTO PROTETIVO

A arte da palavra necessita documentar a passagem do autor, no mínimo a de seu alter ego ou do eu poético. Apesar dos clamores literais de que ‘não se confunda o autor com o personagem’ ou de que ‘a obra é ficcional e não se a deve confundir com a realidade’, em verdade é no mundo tido e havido e a subserviência ou não aos desígnios do viver que se extrai a motivação para a fantasia (nem sempre mentirosa) do criar. O fingimento é para fugir das recriminações e da crítica destrutiva dos que convivem com o criador da peça artístico-literária, no presente ou no futuro. A imagem ficcional pode não ser verdadeira, mas é, no mínimo, silhueta ou perfil...

– Do livro AVE FUGIDIA - palavra & diversidade, 2011/12.

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