O EGO E A ANÁLISE CRÍTICA

Sempre tenho algum cuidado com as palavras – se bem que elas vivificam por si na cabeça do receptor, tomando inclusive sentidos nem pensados pelo polo irradiador – principalmente no caso em que o autor nem sequer recebera análise crítica sobre o seu texto e, sim, apenas a discordância sobre o mérito do discurso. E a sua abordagem era tão errônea, infeliz seta sem direção de uma “besta” mal regulada, que, por certo, acertaria a cabeça do filho de Guilherme Tell, no fabulário memorial. Pra tudo o que se faz (e se diz) há juízos e toma bom preço. O que nunca se sabe é o quantum que será estabelecido e quanto tempo se demorará pra pagar o tal débito eventual: se em módicas prestações do tipo ‘crédito fácil”, ou se o pretenso credor entrará logo com o título (indébito), dificultoso de quitar...

– Do livro O NOVELO DOS DIAS, 2010.