Leituras De Aprendiz: A Criação De Seu Texto (I)

ESTÁGIO 1 - 1ª SESSÃO

Exercício 1 (120 min):

“TRABALHANDO O SENTIDO DA PALAVRA...”

Pesquisas em países americanos e europeus revelaram: em grupos de cem alunos de formação de dirigentes industriais e executivos de empresas que se submeteram a um teste de vocabulário, dez por cento deles, que haviam revelado melhor conhecimento, cinco anos depois ocupavam cargos de direção. Um bom vocabulário não é tudo de que se precisa para vencer na vida, mas as evidências indicam que tais pessoas, que têm acesso a um bom vocabulário, expressam seus pensamentos e idéias de maneira mais clara e convincente. Por isso, contam com a aptidão de assimilar mais rapidamente conceitos e de persuadir outras pessoas da pertinência de suas idéias.

Logicamente, tais pessoas têm mais chances, em situações de competitividade, que outras. Pensar e enunciar por palavras seus pensamentos, são duas coisas interdependentes. Não se pensa no vazio, in vacuo. Idéias e palavras estão intimamente ligadas. Os pensamentos, mesmo os mais simples, para se manifestarem têm de ser pensados através das palavras. Se você quer despertar amanhã as oito horas, tudo bem. Basta acertar o despertador, não sem antes ter formulado sua vontade usando as palavras para traduzir a intenção de despertar tal hora.

Para se ter uma ideia é preciso uma palavra que a defina e interprete? Você acredita que pode idealizar um projeto de vida, de trabalho, de estudo, sem palavras? Escreva sobre sua atual avaliação a propósito de seu vocabulário. Ele é parco, sofrível, moderado, bom, ótimo, excelente? Que você precisa fazer para melhorar seu padrão de conhecimento vocabular? Por que você se inscreveu neste curso? Que espera dele? Que tipo de redação você já praticou? Bilhete, grafite, epistolar (carta), poesia, conto, crônica, ensaio, novela, romance? Quais seus autores favoritos? Quantos livros (aproximadamente) você leu até hoje?

Desenvolva sua argumentação tendo em vista que denotação é a significação literal, não subjetiva, de uma palavra. É a palavra ela mesma, seu núcleo significativo estável, constante, incluído em dicionário. Conotação são seus significados virtuais (potenciais), as possibilidades do sema mutar em semantema. Faça a denotação mutar em significados conotativos. Criar possibilidades do literal para o virtual. As virtualidades de uma palavra dependem do contexto para o qual é redigida. Primeiramente na imaginação. Sacou?

Leitura dos textos e comentários.

Exercício 2 (reescrevê-lo em casa):

Texto final: mínimo de 30 linhas.

Redigir novo texto, considerando todas os comentários e as apreciações teóricas assimiladas durante a aula.

("PLIM-PLIM")

ESTÁGIO 1 - 2ª SESSÃO

Exercício 3 (120 min)

... DA FRASE ... DAS ORAÇÕES ...

Frase é todo enunciado que estabelece comunicação. Há nela, normalmente, dois termos: sujeito e predicado. Há frases sem sujeito e com sujeito indeterminado. Oração é sinônimo de frase ou período simples. Se contém mais de uma oração o período é composto. Jean Cohen define a frase em semântica ou fônica. O significado semântico é o que nos interessa, divide-se em dois: o gramatical e o psicológico. O gramatical “é o conjunto de palavras que estão sintaticamente solidárias”. O psicológico “apresenta um sentido completo”. A frase pode ser simples ou complexa (uma oração ou várias). O agrupamento de orações chama-se período.

A liberdade de escrever frases está limitada pela gramaticalidade, pela compreensão inteligível do discurso. Chomsky escreveu: “Incolores idéias verdes dormem furiosamente”. Este é um enunciado incongruente no plano referencial-denotativo. Seus componentes são ilógicos. Idéias não são verdes nem incolores, nem ambas essas coisas ao mesmo tempo. Na realidade as idéias não tiram uma soneca, nem dormem ou têm cores. Gramaticalmente os enunciados podem estar corretos, mas seus significados podem ser absurdos ou falsos.

A frase de prole é a mais simples: ela gera outras, permite a sucessão coordenada de frases interdependentes que não exigem esforço de compreensão por parte do leitor. É a mais comum da língua falada: “Chamei um táxi pelo telefone. Esperei ele chegar. Ele demorou, ia telefonar outra vez, quando ele chegou. O motorista abriu a porta, eu entrei e disse para ele ir ao Riverside.” Há superficialidade dos enlaces lingüísticos.

A frase inquieta sugere outras que vão compondo um quadro de impressões múltiplas das personagens. Caracterizam as relações entre elas. Othon Garcia (no livro Comunicação em Prosa Moderna) a denomina “frase entrecortada ou soluçante” e exemplifica, citando Vidas Secas de G. Ramos: “Irritou-se. Porque seria que aquele safado batia os dentes como um caititu? Não via que ele era capaz de vingar-se? Não via? Fechou a cara. A idéia do perigo ia-se sumindo. Que perigo? Contra aquilo nem precisa facão, bastavam as unhas. (...) Fabiano pegou nele os olhos ensanguentados, meteu o facão na baínha. Podia matá-lo com as unhas. Lembrou-se da surra que levara e da noite passada na cadeia. Sim senhor. Aquilo ganhava dinheiro para maltratar as criaturas inofensivas. Estava certo?”

A frase coordenada por períodos curtos é comum a partir da fase condoreira do romantismo, muito usada pelos autores realistas na literatura universal, não apenas na brasileira. No classicismo a preferência era pela frases longas, “centopeicas”.

A melhor frase é a que lhe permite dizer o que quer do jeito mais simples.

Exercício 4 (reescrevê-lo em casa). Texto final: mínimo de 30 linhas. Redigir novo texto considerando os comentários e as apreciações teóricas assimiladas durante a aula.

("PLIM-PLIM")

ESTÁGIO 1 - 3ª SESSÃO

Exercício 5 (120 min)

... NOS PARÁGRAFOS: (I)

Parágrafo: seção do discurso escrito com sentido completo. Inicia-se com a mudança de linha e alínea. Uma unidade de composição com um ou mais de um período. Cada parágrafo possui uma idéia central (nuclear) a qual se vêm juntar outras, secundárias. Todas interdependentes. Nele as idéias se ajustam em seus diferentes estágios.

O parágrafo inclui um processo completo de exposição de raciocínio narrativo, descritivo e dissertativo. Há parágrafos com uma frase curta, uma linha ou duas, e há os de página ou páginas inteiras. Normalmente divide-se em três partes: Introdução um breve período (ou dois) inicial, no qual se expressa a idéia-núcleo, ou tópico-frasal, o desenvolvimento, no qual se justifica o tópico-frasal, e a conclusão, que se apresenta nos parágrafos pouco extensos em que a idéia central não precisa se desdobrar numa maior complexidade.

Em síntese, esta é a maneira através da qual se desenvolve a grande maioria dos parágrafos. Talvez 80% deles apresentem tópico-frasal inicial. O parágrafo, maior parte das vezes, começa com uma generalização: enumeração de fatos e argumentos. Desdobra-se a partir de um princípio ou conceito geral. Este é o método dedutivo: do geral se diminui, deduz ou conclui o particular.

DEDUÇÃO (do geral ao particular): Se x então y. Provamos que temos x e, desta forma, também temos y. Partimos de uma condição (ou de algumas condições): — Se com liberdade escrevemos com mais desenvoltura, descobrindo e desenvolvendo nossas idéias e nossa linguagem...Se com liberdade superamos bloqueios e barreiras que nos entravam a capacidade de escrever...então, a liberdade é necessária para criarmos redações mais expressivas.

EXEMPLO: Não há vida sem morte, como não há morte sem vida. Há também uma morte em vida: é exatamente a vida proibida de ser vivida.

Acreditamos não ser necessário usar dados estatísticos para mostrar quantos, no Brasil e na América Latina, são mortos em vida. São sombras de gente: homens, mulheres, meninos desesperançados e submetidos a uma permanente “guerra invisível”, em que o pouco de vida que lhes resta vai sendo devorado pela tuberculose, pela esquistossomose, pela diarréia infantil, por mil enfermidades da miséria, muitas das quais a alienação chama de “doenças tropicais”. (Paulo Freire —A Pedagogia do Oprimido)

Argumente de modo dedutivo (geral/particular) a partir da idéia geral: Todos os seres vivos precisam de comunicação para continuarem vivos. Particularize o homem, que é um ser vivo, em um dos vários segmentos que precisam de comunicação: o trabalho, a família, a escola, a turma.

Exercício 6 (reescrevê-lo em casa). Texto final: mínimo de 30 linhas. Redigir novo texto considerando os comentários e as apreciações teóricas assimiladas durante a aula.

("PLIM-PLIM")

ESTÁGIO 1 - 4ª SESSÃO

Exercício 7 (120 min)

... NOS PARÁGRAFOS: (II)

Quando aparece no final do parágrafo, na conclusão do mesmo, o tópico-frasal, é precedido por itens de indução, do particular para o geral. A indução consiste em se estabelecer uma verdade universal, geral, com base no conhecimento de certa quantidade de dados de menor generalidade. —Os inconfidentes queriam induzir o povo ao levante.

Em ambos os métodos, dedutivo ou indutivo, o tópico-frasal garante a objetividade, a coerência e a unidade do parágrafo. Pelo método indutivo partimos dos fatos particulares para a generalização. Pelo dedutivo o raciocínio evolui em sentido inverso: do geral para o particular; da generalização para a especificação, da causa para o efeito.

INDUÇÃO 1 — (do particular para o geral): A humanidade gasta em armas os recursos que poderiam estar sendo investidos para acabar com a ignorância, a fome, os sem-teto, os sem-terra, a carência de transportes coletivos (estradas tipo queijo suíço):

Cada fragata, pequeno navio de guerra, custa o preço de 98.000 (noventa e oito mil) casas populares. Cada carro leve de guerra tipo Urutu, eqüivale a 1.000.000 (um milhão) de litros de leite. Um míssil Roland é equivalente a 25 escolas rurais. Um míssil exocet é o preço de 5 quilômetros de estrada asfaltada. Com o valor de um avião Mirage poderiam ser construídos 15 hospitais bem equipados com 70 (setenta) leitos. O custo de um submarino Trident é igual ao gasto anual com educação de 18 milhões de crianças em países em desenvolvimento. 20% dos cientistas dedicam seu trabalho e talento ao aperfeiçoamento das técnicas de matar seres humanos. (Desarmar o Mundo para Alimentar os Povos —Manifesto Pacifista)

INDUÇÃO 2 — No caminho, com Maiakóvsky: Na primeira noite/eles se aproximam/e colhem uma flor/de nosso jardim./E não dizemos nada./Na Segunda noite/Já não se escondem:/Pisam as flores,/matam o cão,/e não dizemos nada./Até que um dia/o mais frágil deles/entra sozinho em nossa casa,/rouba-nos a luz e/conhecendo nosso medo,/arranca-nos a voz da garganta./e porque não dissemos nada,/já não podemos dizer nada. (Eduardo Alves da Costa —Poemas)

Apresente argumentos de maneira indutiva (particular Þ geral). Escolha o motivo de sua redação a partir de exemplos particulares da necessidade de comunicação:

a. As células, os organismos, os indivíduos e as espécies têm necessidade de comunicação; portanto, todo ser vivo — inclusive o homem — precisa se comunicar. b. No trabalho, nas relações amorosas, na escola, nas ruas, na igreja, no grupo — temos necessidade de comunicação: portanto, o homem, assim como todos os seres vivos, não vive sem comunicação.

Exercício 8 (reescrevê-lo em casa). Texto final: mínimo de 30 linhas. Redigir novo texto considerando os comentários e as apreciações teóricas assimiladas durante a aula.

("PLIM-PLIM")

ESTÁGIO 1 - 5ª SESSÃO

Exercício 9 (120 min)

... NOS PARÁGRAFOS: (III)

Há muitas maneiras de, a partir do tópico-frasal, iniciar o parágrafo. Idéias, associações, intenções que se estabelecem a partir do modo de raciocinar de quem escreve. Todo raciocínio sugere uma continuidade natural ou ficcional. Começar a escrever um parágrafo com as primeiras palavras que venham à mente. Elas são a motivação para os fonemas seqüenciais. O tópico-frasal é geratriz de outros tópicos.

Há muitos truques para “soltar a franga” das idéias. A alusão a algum fato ocorrido com você, de sua história pessoal, pode ser motivo para “desencanar” o texto. Outro hábil ardil é a menção a algum fato histórico de seu conhecimento. Fatos históricos sempre despertam o interesse do leitor. Referência a acontecimentos espetaculares noticiados pela tv, é mais um recurso (a queda das torres gêmeas do World Trade Center), outro mais, a memória de algum acontecimento bizarro, sucedido com alguma pessoa de seu conhecimento.

O folclore, as lendas, as tradições populares, o Saci Pererê, as personagens fantásticas de Lobato (O Sítio do Pica-Pau Amarelo), o Cabeça de Cuia, as histórias de pescadores, as centenas de incidentes das narrações da literatura de fantasia, de ficção científica, de horror, suspense, policial, as histórias de fantasmas, poltergeists, as Fábulas de Esopo, as histórias das Mitologias, as fábulas de La Fontaine, os acontecimentos incomuns, ou “causos”, as estórias contadas pelas personagens da literatura dos autores das várias escolas literárias: do humanismo ao neo-pós-moderno. A vantagem de quem possui cultura livresca é grande, sobre aqueles que apenas se detêm nas imagens superficiais do que vêm nas telas do cinema ou no vídeo da tv.

No livro de Othon Garcia (Comunicação em Prosa Moderna), ele cita as crônicas narrativas de João Ribeiro. Muitas delas abrem-se com parágrafos encabeçados por alusões históricas, a ex.: “Na floresta vizinha de Cenci Assisa, no tempo de São Francisco de Assis, tal foi a maravilha das prédicas do santo, que os animais, perdendo a ferocidade dos instintos, abraçavam as leis divinas que governam o mundo.”

Outro exemplo citado é o da omissão de dados identificadores num texto narrativo: —Vai chegar dentro de poucos dias. Grande e Boticelesca figura, mas passará despercebida. Não terá fotógrafos à espera no Galeão. Ninguém, por mais afoito que seja, saberá prestar-lhe essa homenagem epitelial e difusa, que tanto assustou Ava Gardner. Estará um pouco por toda parte e não estará em lugar algum. Anda com uma varinha mágica, mas as pessoas aqui não se permitem comover facilmente, ou, na sua rebeldia, se comovem por conta própria, em horas indevidas, de sorte que não devemos esperar pelas conseqüências diretas de seu sortilégio. —O autor, (Carlos Drummond de Andrade), não fornece informação sobre o personagem. Mantém o leitor na expectativa até o fim da crônica, não apenas do parágrafo. É um processo eficaz de “plugar”, manter a atenção do leitor.

Escreva alguns parágrafos sobre tema de sua escolha. Exercício 10 (reescrevê-lo em casa, mínimo de 30 linhas. Considere os comentários assimilados na aula.

("PLIM-PLIM")

ESTÁGIO 1 - 6ª SESSÃO

“TRABALHANDO O PRIMEIRO TEXTO”:

Exercício 11 (120 min)

Redigir é conseqüência de um pensamento claro, sem inclusões desnecessárias. Uma pessoa capaz de se autodescrever através de um texto simples sobre seu próprio aspecto físico, está a “começar pelo começo”. É certo que o autoconhecimento é um dos propósitos mais difíceis da espécie sapiens sapiens. Não estou a sugerir um texto psicológico sobre as complexas relações entre ego, subconsciente, inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. Nem demandas sobre auto-análise ou auto-ajuda.

Este exercício sugere apenas que o aluno passe ao leitor do texto, uma idéia razoável de seu aspecto físico: alto, magro? Gordo, baixo? Careca, implantado, cabeludo? Gosta se de vestir bem? É tímido, comunicativo, barrigudo, magro, macérrimo? Quais os traços mais característicos, e os mais acentuados na visão de outras pessoas? Tem apelidos?

O exercício investe no conhecer-se e na autocrítica. O intuito é familiarizar cada partícipe com os aspectos subjetivos de interesse pessoal de quem escreve: a concentração pertinente, a transparência, o olhar crítico, a inteligibilidade, a verossimilhança.

À leitura dos textos, efetuada por cada autor, sucede-se o comentário verbal de outros alunos, sob a mediação do professor. A leitura, seguida de comentários, contribui para a descontração do grupo, com ênfase para os aspectos redacionais (ortografia, gramática, conotação e denotação) que podem ser melhor desenvolvidos: o segmento lógico das frases, a expressão fortuita, a estrutura literária do texto (correção, articulação sintática). Desenvolvimento da noção de que as frases não são apenas ajuntamento aleatório de palavras.

Passar convenientemente a noção de que comunicação escrita significa tornar compreensível e acessível o discurso pessoal para uma quantidade maior de pessoas. A mensagem escrita mais simples costuma ser também a mais inteligível. Ela necessita de gramaticalidade para afirmar sua inteligibilidade.

Leitura dos textos e comentários.

Exercício 12 (reescrevê-lo em casa):

Texto final: mínimo de 30 linhas.

Redigir novo texto sobre o próprio aspecto físico, considerando todas os comentários e as apreciações teóricas assimiladas durante a aula.

("PLIM-PLIM")

ESTÁGIO 1 - 7ª SESSÃO

“IMPROVISANDO O PRESENTE”

Exercício 13 (120 min):

Hoje é o dia do aniversário da pessoa que você mais gosta. Seus compromissos não permitem que você vá até certo estabelecimento comercial e compre um presente ideal para ela(e). No jornal você leu um anúncio da loja de varejo mostrando grandes ofertas de eletrodomésticos, roupas, calçados e produtos de perfumaria. Hoje é o último dia da oferta e você não tem tempo para ir comprar.

Por telefone você não quer argumentar. Não há outra maneira, senão escrever um bilhete para alguém de seu conhecimento, solicitando que se dirija até a loja para efetuar a compra que não tem condições de fazer pessoalmente. Ao começar a escrever você deve passar a idéia de quanto é importante essa data. Descreva com pormenores o presente. Transmita a intenção afetiva, o quanto essa pessoa representa para você, ao mesmo tempo a impossibilidade de ir comprá-lo devido a compromissos urgentes e inadiáveis.

Para quem você vai escrever? Que instruções serão as mais adequadas? Qual a melhor forma de convencê-la? Que palavras serão as mais ajustadas à situação de urgência? Que dizer para conseguir fazer com que ela chegue a tempo e realize a contento a compra? Qual vai ser a modalidade de pagamento sugerida? Quais as instruções para que tudo saia nos conformes? Diga à pessoa que vai fazer a compra, tudo que achar pertinente.

Evite palavras repetidas. Escreva com a mente ligada no melhor resultado. Lembre em como é importante que tudo seja previsto e realizado da melhor maneira possível. Ordene todas as idéias antes de começar a escrever. Enumere-as se for preciso. Você sabe qual a idéia central (a compra do presente por uma terceira pessoa), explique-a com argumentação convincente.

Crie situações de humor a partir do embaraço da pessoa escolhida para fazer a compra do presente. De repente ela se sente vexada. Após preencher os cheques do crediário, lembra que fez a comprar errada. Tem palpitações cardíacas por achar que adquiriu outro modelo. Acredita ela, o erro pode ser motivo de grande irritação para o chefe. Vexa-se ainda mais com a possibilidade de vir a perder o emprego ou ser considerada, pelo patrão e colegas de trabalho, ridícula, por não ser capaz de fazer corretamente uma simples compra a prazo.

Apesar do ar refrigerado, sua frio. Pede um copo de água com açúcar, vem um cafezinho. Ingere o conteúdo da xícara, descobre ter ingerido a bebida errada. Leva a mão direita ao peito e exclama, um pouco alto demais: “Valei-me meu padim padre Cícero, tô perdida e mal paga. Como vou pagar as prestações da minha tv?” O vendedor a corrige imediatamente: —A senhora comprou um aparelho de som.

Leitura dos textos e comentários. Exercício 14 (reescrevê-lo em casa): Redação final: mínimo de 30 linhas.

("PLIM-PLIM")

ESTÁGIO 1 - 8ª SESSÃO

“USANDO A TÉCNICA DE DESCREVER”

Exercício 15 (120 min)

Cinco fases que podem e devem ser utilizadas no início de qualquer redação:

IDEALIZAÇÃO DO TEXTO

EXPOSIÇÃO DAS IDÉIAS

SELEÇÃO

DISPOSIÇÃO FINAL

CRIAÇÃO LITERÁRIA

Você chega no ambiente de trabalho mais cedo, trinta minutos antes do horário normal. Estranha a diferença quando olha as horas no relógio de pulso, em pleno trânsito. O despertador despertou mais cedo. Só agora você foi notar, a caminho do trabalho. Ao entrar na sala de serviço, uma borboleta amarela roça uma de suas orelhas. Assustam-se: ela e você. Durante pelo menos quinze minutos o inseto chama sua atenção, como que querendo dizer: “Veja, estou aqui. Valeu a pena ter despertado mais cedo: Olhe-me. Aprenda algo comigo”.

Depois de chegar em casa, cumprir a rotina noturna, antes de deitar-se sente vontade de registrar numa carta que estava a escrever para alguém de seu conhecimento, o encontro inusitado com a borboleta amarela. Foi quase um sonho. O expediente começou e você nem notou que ela poderia ter continuado esvoaçando pelo ambiente. A coincidência de ter despertado mais cedo. Você ainda agora lembra daquele recado subjetivo: “Veja, estou aqui. Valeu a pena ter despertado mais cedo. Olhe-me. Aprenda algo comigo”.

Enquanto está a escrever fica a olhar uma enorme borboleta pousando sobre a mesa. Ela olha para você, você olha para ela. Apalermada, você não acredita que a borboleta de coloração amarela com cinco faixas mais escuras está tentando lhe dizer alguma coisa. Aproxima um pouco o rosto de onde se encontram as antenas do inseto, que começam a emitir um som tipo “blipti-blipti-blipti”. Você de repente acorda e vai atender o telefone.

Transmita na carta as sensações desse encontro inusitado. Você aprendeu algo com ela? O quê? Siga a seqüência das cinco fases expostas no início da sessão.

Leitura dos textos e comentários. Leitura da crônica homônima de Rubem Braga que nomeia o livro “A Borboleta Amarela”.

Exercício 16 (reescrevê-lo em casa):

Texto final: mínimo de 30 linhas.

("PLIM-PLIM")

ESTÁGIO 1 - 9ª SESSÃO

“RESPEITE MINHA CIDADANIA”

Exercício 17 (120 min):

No bairro onde mora sua família, na ruas próximas à casa onde você habita, costuma faltar energia elétrica em decorrência do mal funcionamento de um transformador da rede elétrica que costuma estourar antes que as luzes das ruas próximas apaguem. As reclamações por telefone não adiantaram, as escritas não surtiram efeito. Você resolve escrever uma carta, tipo abaixo assinado, dirigida ao presidente da companhia de energia elétrica, que também será dirigida às mídias impressa, radiofônica e tvvisiva, solicitando que sejam feitas reportagens sobre a situação repetitiva inconveniente.

A equipe de conserto, depois de insistentemente chamada, vem. Chega sempre atrasada. Alega que estava em outro tarefa, num bairro sempre distante. Os moradores da região cansaram de fazer reclamações sobre os consertos provisórios. Alguém que se diz responsável por ela, equipe de reparo, garante que não vai acontecer outra vez, que desta vez os reparos vão valer a longo prazo. Os moradores sentem-se lesados, não sem razão, com a mesma falsa argumentação.

A coisa acontece de novo e você, sentindo-se subestimado tantas vezes em seus direitos de cidadania, resolve fazer uma carta indignada ao presidente da empresa responsável pelo fornecimento, por vezes precário, de energia. Nela, alega que perdeu inúmeras vezes grande quantidade de informações digitadas no micro. Surpreendido pelo apagão na rede elétrica, não teve tempo de salvar os textos que não puderam, posteriormente, ser recuperados. Você soma a esta argumentação, outras, com depoimentos de vizinhos, buscando dramatizar a situação o mais possível.

Você lembra que existe o Procon Estadual, órgão público que tem por finalidade orientar, proteger e defender os consumidores contra abusos praticados por fornecedores de bens e serviços. Você pode optar por uma carta dirigida ao Decon de São Paulo. Mencione na carta os telefonemas nos quais você antecipou a argumentação. Cite o nome da pessoa que atendeu o telefonema e a outra para a qual você enviou o fax.

O Ministério Público do Estado é uma instituição independente, tem autonomia em relação aos três poderes. Ele fiscaliza a aplicação das leis em Defesa do Consumidor e da Cidadania, representado por promotores e procuradores que atuam como defensores da sociedade perante o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Há ainda uma terceira alternativa: Você pode recorrer à Procuradoria de Assistência Judiciária do Estado que orienta o cidadão quando há a possibilidade de uma demanda judicial. Pesquisar os telefones.

Leitura dos textos e comentários.

Exercício 18: (reescrevê-lo em casa). Redação final: mínimo de 30 linhas.

("PLIM-PLIM")

ESTÁGIO 1 - 10ª SESSÃO

“UM PASSO EM DIREÇÃO AO AUTOCONHECIMENTO”

Exercício 19 (120 min)

Redija um texto sobre que tipo de dificuldades você costuma encontrar ao começar a escrever. Você tem por hábito pensar na personalidade da pessoa para a qual você está escrevendo? Qual o perfil psicológico dela? Que palavras você deve usar para melhor sensibilizá-la com a argumentação a desenvolver?

Lembre: seu texto deve ter a sua cara. Agradar em primeiro lugar a quem escreve. Em segundo, para quem você escreve. Diga o que tem a dizer com a maior simplicidade possível. Use palavras e frases da oralidade quotidiana. Comece seu texto como quem começa o mundo. Dizendo as coisas mais óbvias. Faça fluir as palavras segundo os valores mais simples pelos quais você está vivendo. As frases se fazem a partir de seus sentimentos, idéias e ações.

Cada frase é uma oportunidade de você ampliar o conhecimento de suas idéias, reforçar as coisas que você mais gosta, harmonizar-se com tudo que de melhor existe em você. Isto inclui dúvidas e conflitos. Não os esconda. Busque torná-los mais claros para você e para a pessoa ou pessoas para as quais você escreve.

Os cinco sentidos são responsáveis por todas, ou quase todas, suas percepções. Você se relaciona com o mundo através deles. A matriz que comanda suas percepções é sua mente. Bendiga a oportunidade de conhecer-se melhor toda vez que você estiver a escrever uma redação. Seu corpo e sua mente estão, principalmente neste abençoado momento de gravar no papel as coisas que você quer e precisa dizer, atentos e sutis.

Não elabore: siga a onda e diga o que quiser, como quiser. Permita-se fluir através das palavras. Elas são produto do que você é. Seja você mesmo. Se você não está satisfeito com o que é agora, ao escrever, está construindo com o cimento produzido por sua mente, um degrau acima na sua escala evolutiva. Suba através dele. Saia do casulo. Tire seus sentimentos reprimidos da gaveta da escrivaninha de sua mente.

Ascenda ao mundo espiritual, intelectual, do conhecimento. Dê-se uma oportunidade de se conhecer melhor.

Exponha-se. Escreva um comentário sobre a frase do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860): “As religiões são como vaga-lumes: para brilhar precisam das trevas”. Ou, se preferir, sobre a frase de Einstein: “A coisa mais bela que o homem pode experimentar é o mistério. É essa a emoção fundamental que está na raiz de toda ciência e de toda a arte.”

Leitura dos textos e comentários.

Texto final: mínimo de 30 linhas.

Exercício 20 (reescrevê-lo em casa)