A ÚLTIMA VEZ QUE EU TE VI... / Mazé Carvalho

A última vez que eu te vi

Não lembro à última vez que te vi...

Mentira...

Lembro de todos os detalhes...

As conversas, os beijos trocados...

Os passeios...

As confidências...

A urgência do desejo...

Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos desde a última vez que eu te vi.

A impressão que tenho é que desde o último encontro, nos tornamos inimigos, e tudo que foi vivido, de nada valeu..

No exercício diário que fazemos para conduzir a vida da melhor forma, erramos, e como erramos.Mas perdoar esses erros também é parte desse exercício e do aprendizado que a vida nos proporciona.

O que aconteceu conosco?

De amigos,confidentes, cúmplices de um querer intenso, passamos para o patamar de conhecidos, apenas por sabermos o nome, o endereço eletrônico do outro, número de telefone ...

Tento, em nome do carinho e do amor que um dia existiram, encontrar desculpas para justificar o descaso, a indiferença. Às vezes não dá...

Fico aqui me perguntando, será que Parecer Feliz é mais importante que Ser Feliz?

Será que as coisas simples, como uma conversa interessante num barzinho chinfrinho, um sorvete na esquina, um passeio de mãos dadas , uma piada inocente e tantas outras pequenas grandes coisas que juntos fizemos, valem menos que a rotina de uma relação desgastada, sem paixão , sem tesão, sem alma nem coração.?

Angustiada continuo a me perguntar: quando foi que tudo que vivemos desapareceu ou tornou-se ridículo?

Não quero respostas evasivas, daquelas que damos com um sorriso no rosto, tentando esconder o nó na garganta, aos conhecidos na rua.

Quero a verdade que sempre se orgulhou em ter como premissa na sua vida.

Quero o olhar, aquele do olho no olho

Quero poder esclarecer o que ficou subtendido.

Quero exorcizar esse sentimento e assim ter de volta o meu mundo simples e comum.

Preciso ter de volta minha vida, limpa como o céu de brigadeiro, leve e solta como a brisa do entardecer e definitivamente bela como cada amanhecer!

Não quero chegar a triste conclusão de que, quando amava menos era mais feliz.

Este definitivamente, não é um texto de novela mexicana, é um texto escrito com o coração de alguém que aprendeu a acreditar que "Sonhos não envelhecem"

Com amor,

Uma eterna aprendiz,

OBS: Este texto é dedicado ao querido poeta "Mestre Guido". Muita força e luz pra você meu amigo. Bom final de semana.

Maze carvalho