Forma Campo 01: Os desafios da educação do/no campo e o Trabalho docente no contexto atual.
Texto a partir da Live _Os desafios da educação do campo e o trabalho docente no atual contexto, apresentada por :
Arlete Ramos dos Santos UESB/
Mediada por Marcos Paiva Pereira
Na perspectiva de uma Escola do campo, que de fato seja do campo, o maior desafio é ser reconhecida como Política Pública. Visto que, dentro deste viés, as discussões se entrelaçam com quem vive a educação do campo, com quem precisa ter o olhar atento às necessidades da população que mora e trabalha no campo. Desta forma visar garantia de direitos. Embora, segundo a Professora Arlete, se assim for constituído, será transformado num território de disputas.As questões que emergem são:
Quem entrará na disputa?
Quais benefícios farão parte das disputas?
Seguindo nesta proposição, a concepção de escola rural e escola do campo precisa fazer parte da mesa de discussões. Pois, já não cabe uma proposta de educação pra o filho do trabalhador, que não permita a escuta sensível, um olhar atento aos anseios. Portanto, numa sociedade que tem escolas do campo, a comunidade, onde ela está inserida é escritora da própria história, junto com docentes e suas práticas de vida: Agricultura familiar, pesca; todo e qualquer trabalho que represente a sobrevivência e subsistência de quem habita na comunidade. Portanto, a formação de professores, para que compreendam o papel de mediador na construção de um Projeto de Pesquisa que tenha enquanto ponto de partida a realidade. Um professor que estude a Pedagogia Libertadora de Paulo Freire. Um professor que defenda a Educação Quilombola, a EJA, a Educação Infantil, que estude as leis que regulamentam o Financiamento da educação. Que consiga articular escola e comunidade. Que debruce sobre a elaboração de Projetos Pedagógicos Temáticos, como sugere a História crítica dos conteúdos. Que lute por um espaço físico estruturado, de qualidade. Que não aceite uma política de fechamento das escolas do campo, e para isso, ter sempre parceria com os movimentos sociais e associações, fornecendo informações sobre as leis que proíbem fechamento de escolas no campo. Visando a garantia de estudar na própria comunidade. Excepcionalmente, as escolas do ensino fundamental ll,podem estudar em escolas nucleadas regulares. Desta forma elaborar o próprio Projeto Político Pedagógico, que de fato seja um projeto para o filho do trabalhador do campo, para o próprio trabalhador do campo. Respeitando a proposta de trabalho curricular, que na contramão da "antiga" escola rural, justifica seus 40%, de proposta Curricular, com projetos voltados para a comunidade onde a escola está inserida. Deixando 60%da proposta para conteúdos comuns, dentro do acervo literário. Um PPP capaz de observando as Políticas públicas, avaliar as questões socioeconômicas, fazer pesquisas, identificar os sujeitos que ocupam os tempos e espaços diferentes e pensar num calendário que contemple as necessidades locais.
Um ,dentre os pontos mais difíceis, é termos uma política de formação continuada para docentes, respeitando a carga horária de trabalho. Pois, é desanimador, qualquer formação se o professor e a professora não estiverem em condições de dedicarem tempo, energia, etc
Enfim, desafiador é compreender que tem vida humana no campo, que pensa, percebe, e é capaz de sobreviver, mesmo sem a escola. Mas, precisa desta escola pra falar de si para o mundo.
Para tanto, a proposta do Forma Campo, visa junto aos municípios elaborar as Diretrizes Municipais da Educação do Campo, mediar a elaboração dos PPPs das escolas municipais do campo, elaborar material pedagógico. Garantir formação continuada.