Forma Campo 01: Educação do Campo, Materialidade de origem e tempos atuais: - O que precisamos ocupar?

GILCELIA SANTOS RESSURREIÇÃO

Rua Antonio Carlos Magalhães,1581, Conjunto João Paulo ll Mangabeira -Feira de Santana- Bahia

28 de maio de 2023

Educação do Campo, Materialidade de origem e tempos atuais: O que precisamos ocupar?

Texto produzido a partir da Live, do Forma Campo_ Por : Prof Dr Alex Verdério, Prof Dr Fábio Santos ,mediada pela Profa Dra Tarciana Moura.

A provocação: O que precisamos ocupar, nos possibilita repensar nossa formação enquanto Sujeitos Históricos, Profissionais da Educação Escolarizada nos territórios onde residem homens,mulheres, crianças, idosos,idosas, que na lida do dia, se apropriam de saberes revestidos da identidade dos (as) autores(as)do Campo.

É um convite para pensar o Modelo de Sociedade idealizado por cada autor da própria história. Mas, também é uma intimação, para refletirmos sobre as lutas travadas, desde a época em que se idealizou uma Escola com a identidade do (a) camponês,camponesa,mas, configurada para atender ao Capital, enquanto um modo de produção de agentes passivos, quando suas terras eram retiradas para atender um mercado perverso, que invisibiliza a pessoa humana.

Ocupamos qual espaço,quando temos conhecimento dos direitos legalizados, apesar de não realizados ? Qual papel devemos exercer frente às bandeiras de lutas de uma população que de sol a Sol, de chuva a chuva, escrevem com suas enxadas as suas marcas no mundo? Não apenas escrevem suas marcas, assinam com trabalhos urbanos, enquanto transeuntes fora do próprio território,por conta de uma política que não garante a permanência e valorização do trabalho camponês. E não é à toa, o Agronegócio tem mais valia.

Quais conteúdos precisam fazer parte da Proposta Curricular das escolas do/no campo? Quem deve elaborar,ou quais atores (as) devem participar da decisão do Modelo de Sociedade do homem e mulher do campo?

Nosso papel, sermos mediadores (as) deste processo emancipa tório, cujo único objetivo, uma educação libertadora, que consiga educar para perceberem e decidirem por um Projeto Político Camponês e não Um Projeto Político do Agronegócio, este último, inimigo da saúde humana com seus agrotóxicos, inimigo do direito a terra, com suas ocupações em longa escala e exploração de um modelo de plantio não diversificado, enquanto garantia da população local, pois a exportação é que importa, a criação do gado é que importa.

Quando provocadas(os) também provocamos. Qual papel de fato e na prática, dos institutos superiores de educação, Secretarias de educação (representantes dos governos), Movimentos Sociais, frente a luta vigente, numa sociedade corrompida pelo Mercado? Como iremos enfrentar este exército de gigantes monetários que escravizam a liberdade de uma população, nos obrigando consumir não apenas a tecnologia de ponta, mas os produtos industrializados desde a sua semente, quando depositam em suas origens inseticidas que matam? Que obrigam a população a abandonar suas terras, mais uma vez? E aqui destaco indígenas,quilombolas, ribeirinhos, camponeses, lutadores incansáveis,mas possivelmente (derrotáveis*), pois não contam com uma classe política, com uma justiça que consiga justificar a própria prática frente às decisões.

Atenciosamente,

Gilcelia Santos Ressurreição

*Permita-me usar esta palavra, com sentindo de que é possível que sejam derrotados.

Leah Ribeiro Pinheiro
Enviado por Leah Ribeiro Pinheiro em 08/10/2023
Reeditado em 28/10/2023
Código do texto: T7904187
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