A POESIA E SUAS NUANÇAS
 

BREVE HISTÓRICO

Tem-se conhecimento de que a “História da Poesia no Brasil” tenha sido iniciada através dos jesuítas, de forma expressiva, através de José de Anchieta.
Em tempos passados, nos grupos escolares, aprendíamos que o catequizador, evangelizador e mestre José de Anchieta, ensinava aos índios escrevendo na areia. Dessa mesma forma, ele escrevia versos à Virgem, no primeiro século da colonização do Brasil - século XVI. Porém, com o passar dos séculos, a poesia passou por várias escolas, até a época atual, a qual chamamos de pós-modernismo – onde a produção poética ganhou liberdade, seguindo assim, o estilo de cada autor.


ESSA MUSA CHAMADA POESIA

É inconcebível a ideia de  indiferença à musa que é, literalmente, irresistível; que encanta e comove independendo de gênero, credos e etnias. Ninguém consegue resistir-lhe. Aos que a desprezam, por terem a concepção de ser “coisa de mulher” abraçam-na em forma de música, uma é parte da outra, e, às duas juntas é poesia... música.
Quem pode manter-se indiferente à obra prima de Carlos Drumond de Andrade, que veio se fixar, na mente e na voz do povo brasileiro - tanto quanto do estrangeiro -, através da maravilhosa melodia, composta pelo compositor-cantor e poeta Paulo Diniz que, a vestiu de gala transformando-a quase que, em um hino da MPB intitulado: “ E AGORA JOSÉ?” UM dos mais belos exemplos de POESIA EXISTENCIAL.

E AGORA JOSÉ?
Composição: Carlos Drumond de Andrade
Melodia: Paulo Diniz


E agora, josé?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, josé?
E agora, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, josé?

Está sem mulher,
Está sem carinho,
Está sem discurso,
Já não pode beber,
Já não pode fumar,
Cuspir já não pode,
A noite esfriou,
O dia não veio,
O bonde não veio,
O riso não veio
Não veio a utopia
E tudo acabou
E tudo fugiu
E tudo mofou,
E agora, josé?

Sua doce palavra,
Seu instante de febre,
Sua gula e jejum,
Sua biblioteca,
Sua lavra de ouro,
Seu terno de vidro,
Sua incoerência,
Seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
Quer abrir a porta,
Não existe porta;
Quer morrer no mar,
Mas o mar secou;
Quer ir para minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse
A valsa vienense,
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro, josé!
Sozinho no escuro
Qual bicho-do-mato,
Sem teogonia,
Sem parede nua
Para se encostar,
Sem cavalo preto
Que fuja à galope,
Você marcha, josé!
José, para onde?
Você marcha José, José para onde?
Marcha José, José para onde?
José para onde?
Para onde?
E agora José?
José para onde?
E agora José?
Para onde?

A poesia anda de braços dados com a música que é a mais pura expressão poética.

Segundo o ensaísta brasileiro Júlio Braga, a música é a expressão poética mais autêntica.

O QUE NOS ATRAI À POESIA?

Podemos dizer que  poesia é a fantasia revelada, e, que os sonhos e fantasias nos impulsionam à vida.
Quase tudo quanto se pode obter, nasce de um sonho; de uma fantasia que poderá se concretizar.
Através dela – a fantasia – vivemos o impossível, ou  fazemos do impossível possível; através da fantasia surge a oportunidade de vivenciarmos os nossos sonhos e os desejos contidos no nosso âmago.
Adentrando essas portas, por momentos, assumimos personagens; liberamos a nossa capacitação criadora e, através dela, realizamos os desejos reprimidos, escondidos no nosso fiel amigo:“o eu oculto.” 



Existe em nós, o “EU OCULTO" dividido, na parte revelada, através da exposição dos nossos sonhos e fantasias, quando escrevemos, poetizamos, ou expressamos, os nossos sentires através da arte – de forma geral. A outra parte do nosso “EU OCULTO” se encontra adormecida, até o momento,  desconhecemos... Despertará, será exposta, em forma de reações às ações que, nos serão dirigidas - em momentos e situações inesperadas.


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EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 29/08/2010
Reeditado em 01/01/2016
Código do texto: T2467094
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