Trova: a mais alegre poesia

A fértil literatura, cada dia que passa mais enriquecida com autores de talento, tem muitos gêneros.

Dentre estes, destaca-se a trova, a mais popular, a mais conhecida e a que tem maior penetração no seio do povo, sempre muito acatada.

Alguns acham a trova primária; parece que só tem espaço na poesia o soneto alexandrino. São os puristas e escrevem poesias para os intelectuais, quando seu destino é o povo.

A trova nada mais é do que a quadra de sete sílabas métricas, geralmente encontradas quando o autor é desconhecido, embora haja grande quantidade delas que saíram da pena de autores famosos.

A rima obedece ao a/c e ao b/d, ou seja, o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo rima com o quarto verso. São sempre populares, e temos exemplos famosos, como a de autor Jader Andrade:

"Perece troça parece,

mas é verdade patente,

que a gente nunca se esquece

de quem se esquece da gente."

. O exemplo explica tudo: popular, sem pretensões, e até mesmo lembrando as cantigas infantis. Assim é a trova, uma das manifestações mais autênticas e ricas encontradas no meio do povo.

Examinando o famoso cromo, assim chamada a trova consagrada, vemos que as regras mínimas foram obedecidas. Todos os versos têm sete sílabas e a rima é descrita: acbd. Presto minha homenagem tentando.

Certeza

Sempre que por aqui passa

olhos mirando você,

ela está fazendo graça

só quem é cego não vê.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 13/04/2008
Reeditado em 01/08/2011
Código do texto: T944533
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.