Trova: a mais alegre poesia
A fértil literatura, cada dia que passa mais enriquecida com autores de talento, tem muitos gêneros.
Dentre estes, destaca-se a trova, a mais popular, a mais conhecida e a que tem maior penetração no seio do povo, sempre muito acatada.
Alguns acham a trova primária; parece que só tem espaço na poesia o soneto alexandrino. São os puristas e escrevem poesias para os intelectuais, quando seu destino é o povo.
A trova nada mais é do que a quadra de sete sílabas métricas, geralmente encontradas quando o autor é desconhecido, embora haja grande quantidade delas que saíram da pena de autores famosos.
A rima obedece ao a/c e ao b/d, ou seja, o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo rima com o quarto verso. São sempre populares, e temos exemplos famosos, como a de autor Jader Andrade:
"Perece troça parece,
mas é verdade patente,
que a gente nunca se esquece
de quem se esquece da gente."
. O exemplo explica tudo: popular, sem pretensões, e até mesmo lembrando as cantigas infantis. Assim é a trova, uma das manifestações mais autênticas e ricas encontradas no meio do povo.
Examinando o famoso cromo, assim chamada a trova consagrada, vemos que as regras mínimas foram obedecidas. Todos os versos têm sete sílabas e a rima é descrita: acbd. Presto minha homenagem tentando.
Certeza
Sempre que por aqui passa
olhos mirando você,
ela está fazendo graça
só quem é cego não vê.