Minha prosa é soberana
Não bastassem os desaforos
vem agora com ultimatos
como se fosses, dos atos,
grande ave em mau agouro...
Minha prosa é soberana
minha vida é livro aberto,
diferente do encoberto
que há em ti e que te empana...
Se não gostas, como eu digo,
sinto muito, minha cara...
eu sou dono desta tara
que te prende aqui comigo!
Eu decido a minha vida
eu que escolho os meus assuntos,
a pimenta nos presuntos
eu que sei qual a medida...
Se o teu saco se encher
pegue o rumo, vá embora,
vá caçar alguém lá fora
que te queira obedecer...
Pois comigo é outra prosa
eu que falo no final
sou bem calmo e como tal
vou deixá-la furiosa...
Não te faças de coitada
nem te faças de mandona
sendo leve, serás dona
da azeitona desta empada...
Quero baixa a tua crista
no olhar quero um pedido:
Ponha em mim o enxerido
e de mim, jamais desista...