Xana e Nino
Xana e Nino são meus gatos.
Melhor, eu… é que sou deles
Devo encher os seus pratos
Na hora, brincar com eles.
O Nino… gato vaidoso
Certo dia, olhando o espelho
Perguntava curioso:
Eu sou novo ou já sou velho?
Não és novo nem és velho
És gato de meia-idade.
Respondeu depressa o espelho
Matando a curiosidade.
Meu gato permanecia
Em grande pose na mesa
E ao espelho ele dizia:
Sou mesmo uma beleza.
Enquanto o Nino lambia
Seu pelo escuro, cinzento
A minha gata dizia:
És um gato peneirento.
O Nino sem se importar
Vaidoso lambia o pelo
A gata a murmurar:
É tudo excesso de zelo.
Xana… é gata rafeira
Muito meiga e “ternurenta”
É amiga, companheira
Nada tem de peneirenta.
A minha gata malhada
De pelo liso e macio
Só fica desesperada
Se vê o prato vazio.
Pode até estar muito frio
Ou pode o tempo aquecer
Nunca a Xana tem fastio
Está sempre pronta a comer.
Por dois gatos, adoptada
Foi meu espaço definido
No sofá fico apertada
E o Nino todo estendido.
Com seu ar de incomodada
A Xana… fica a olhar
Se afasto a almofada
Para melhor me sentar.
Adoro estes meus gatos
São simples gatos rafeiros
Mas nada têm de ingratos
São amigos verdadeiros.