Desvendar o Invisível
Busco cá, se vejo lá,
se me dá algum desejo...
a miopia, se me dá,
mostra a mim, o que não vejo...
Meu olhar busca os detalhes
dessa tal imensidão...
que se mostra nos entalhes
da ranhura do formão...
Meu olhar passeia longe
com tesão e avidez...
que na certa, tem um monge,
quando busca a lucidez...
Desvendar o invisível
busco tanto conseguir...
o meu louco é risível
mas não cansa de sorrir...
Quando acha que achou
sai correndo, em cambalhotas...
gargalhando, ele dançou
com moçoilas e velhotas...
Quem me vê, me acha louco,
pois não vê o que se passa...
o alegre em mim é pouco
pro amor que em mim perpassa...
O desejo que me explode
faz nascer a criação...
a menina que me acode
mora aqui no coração...
Desvendar o invisível
é tarefa que eu assumo...
mas preciso de um fusível
pra que a luz mostre meu rumo...
A loucura está chegando
a galope em minha vida...
mesmo assim eu vou amando
meu amor, minha querida...
Meu olhar vaga distante
e se joga no abismo...
pois é lá que ele garante
a vitória do lirismo...